sexta-feira, 17 de maio de 2024

Mais civilidade

 

#Exemplo – Amigas e amigos, meses atrás, deparei-me com uma notícia extremamente curiosa. Em especial, pelo sentimento humanitário e de integral respeito e civilidade, trazia o seguinte título “Homem mais alto do mundo se encontra com a menor mulher viva, num evento”.

 

O homem mais alto do mundo é o turco Sultan Kösen, de 41 anos, com 2,52 metros de altura, e a menor mulher é a indiana, Jyoti Amge, de 30 anos, com 62,8 centímetros. Ambos aparecem no Livro dos Recordes (Guinness Book), pelos seus respectivos tamanhos.

 

Os dois foram reconhecidos pela Organização do Guinness em 2011. Sultan Kösen integra a seleta lista de 10 casos já reconhecidos no mundo de pessoas que mediram acima de 2,5 metros de altura. Já Jyoti Amge possui estatura inferior a uma criança de 2 anos. O crescimento desproporcional de Sultan é motivado por um tumor, enquanto a Jyoti tem acondroplasia, que é uma forma de nanismo.

 

Apesar das gigantescas diferenças de estatura, Sultan e Jyoti se dão extremamente bem, com total respeito. Aliás, se conhecem desde 2018, em razão de uma viagem ao Egito, atendendo convite do país africano.

 

O respeito, a civilidade e a amizade entre o Sultan e a Jyoti servem de exemplo para todos. Notadamente no mundo atual, onde se constatam todas as formas de intolerância: racial, religiosa, social, de gênero, cor, sexual e etc, além do xenofobismo. #MaisCivilidade

 

(Mehmet Veysi Bora/Anadolu via Getty Images)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

domingo, 12 de maio de 2024

Amor de mãe

 

#DiaDasMães – Após a figura inigualável de Deus, creio que pais e mães são as personagens mais importantes. Em especial, as mamães, presentes ou ausentes no plano terreno. Apesar de não encontrar palavras adequadas para exprimir os sentimentos mais sublimes, reforço as homenagens a todas as mães neste 12 de maio.

 

Minha mãe Fumiko (Fumica no registro), nascida no Japão, veio ainda criança com a família ao Brasil. Como a maioria dos imigrantes, foi trabalhar numa grande fazenda de café em Cravinhos/SP, região da Alta Mogiana. Ainda criança, já trabalhava na roça e aprendeu tudo sobre a cultura do café.

 

Terminado o contrato de 5 anos, a família veio para Mogi das Cruzes/SP, onde arrendou uma reduzida área e iniciou, com sucesso, a plantação de verduras e legumes. Após 3 anos, adquiriu 10 hectares no bairro de Vila Moraes, na antiga estrada de terra e sem energia, denominada Mogi-Capela do Ribeirão (atual Rodovia Estadual SP-98 - Dom Paulo Rolim Loureiro, a Mogi-Bertioga). Mamãe casou-se em 1935 com Izumi Abe (meu pai). Criaram cinco filhos, sendo eu o terceiro da família.

 

Todas as mães são heroínas, mas as esposas do filho mais velho de famílias de imigrantes japoneses tiveram uma vida altamente trabalhosa e complexa. Em cumprimento à cultura japonesa, moravam com a família do marido, cuidando de um conjunto de famílias: a própria e a dos sogros.

 

Além da função de dona de casa, de cuidar dos filhos, cozinhar, lavar e fazer faxina geral, mamãe trabalhava na lavoura os 7 dias da semana. Acordava às 4 horas e terminava a jornada diária por volta das 23 horas. Na imagem, ela aparece na roça (sou o menorzinho, tentando carregar a enxada). Mamãe foi uma mulher forte e corajosa que, além de cuidar de duas famílias, sempre nos ensinou a lutar pelos nossos sonhos. Somos o que somos, graças ao carinhoso colo, aos relevantes ensinamentos e ao amor que ela nos dedicou.

 

Convidada por Deus, mamãe foi para o universo celestial em 23 de fevereiro de 2014, aos 98 anos. Mas, continua nos protegendo, nos amando e nos abençoando. Dentre milhares de manifestações para externar admiração, respeito, reconhecimento, gratidão e amor às mães, compartilho o texto de autor desconhecido: “Mãe, uma palavrinha de três letras, mas que carrega uma tonelada de sentimentos quando falada em voz alta. Eu te amo mãe! Agradeço todos os dias por ter cuidado e zelado por mim em todos os momentos da minha vida”. Feliz Dia, Mamães! #AmorDeMãe

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo


terça-feira, 7 de maio de 2024

Cuidado com fake news!

 

#CrimeBárbaro – “Espancado até morrer, pedreiro foi vítima de fake news em Suzano/SP”. O fato estampado em notícias aconteceu na cidade vizinha da minha Mogi das Cruzes/SP, gerando tristeza e inconformismo. Rafael dos Santos Silva (22) havia deixado Recife/PE para tentar ganhar a vida e ajudar a família. De acordo com a polícia, o linchamento ocorreu no dia 17 de dezembro passado, após a disseminação da fake news de que o jovem teria matado três cães.

 

(Foto: Reprodução/Internet)

O vereador suzanense Marcel da ONG (então, PTB; atual PRD) chegou a compartilhar, pela rede social, um vídeo com fotos de animais que teriam sido mortos a facadas e no qual conversava com um homem identificado como tutor de um desses cães. Porém, as investigações da polícia não encontraram vestígios de que esses animais teriam sido mortos em Suzano ou regiões vizinhas.

 

Foi um crime bárbaro e cruel que exterminou a vida de Rafael, um inocente trabalhador que tinha chegado em Suzano em 2020. A mãe, Aliceli Santos (46), só chora e conta que Rafael costumava, mensalmente, depositar para ela, uma parte do que ganhava e que os dois se falavam quase diariamente por ligações ou mensagens. Ela não queria que o filho deixasse Recife, mas Rafael afirmou que era maior e que precisava ajudar a família, inclusive na compra de uma casa.

 

A polícia investiga a propagação de notícia falsa e incitação ao crime. O linchamento foi gravado com imagens de agressão sofridas por Rafael, com socos, chutes, pauladas, pedradas e até a utilização de uma pá, enquanto os criminosos gritavam que Rafael era exterminador de cachorros.

 

Sete suspeitos identificados estão presos. O homem que aparece num vídeo como suposto dono de um cão morto foi detido na cidade vizinha de Rio Grande da Serra, no último dia 6 de fevereiro.

 

Com ajuda de uma vaquinha, o corpo de Rafael foi transportado para Recife, onde foi sepultado. A saudade e o inconformismo da mãe Aliceli, com certeza, serão infinitos, restando somente o conforto espiritual que Deus lhe proporciona.

 

Gente, é fundamental tomar muito cuidado para não acreditar em fake news. Se tivermos conhecimento do teor falso de notícias na rede social, precisamos alertar familiares e amigos, além de informar a polícia. As consequências de boatos são desastrosas e podem tirar vidas. Aos linchadores, após as investigações e justas sentenças, que tenham as merecidas penas. #CuidadoComFakeNews


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Trilhos da evolução

 

#SistemaFerroviário – Sou entusiasta do sistema ferroviário. Aliás, entendo que todos os brasileiros devem ser, considerando inúmeras razões: dimensão territorial do País; impulso à economia; redução de custos, da poluição por gás carbônico, de combustível e de congestionamentos de veículos em rodovias e portos; fácil transporte de cargas; contribuição para consolidar o desenvolvimento sustentável do centro-oeste; e maior competitividade global na produção de produtos agropecuários e industriais, entre outras.

 

Lamentavelmente, desde a década de 1960, continuamente, nossos governos perpetuaram o sucateamento do sistema ferroviário nacional, priorizando a indústria automobilística para o deslocamento de pessoas e de cargas, com olhar direcionado ao retorno imediato em geração de empregos e maior recolhimento de impostos, na contramão de países com dimensões territoriais reduzidas, como as nações europeias e asiáticas.

 

Registro felicitações ao governo do Estado de Mato Grosso que, por meio da iniciativa privada (Rumo Logística – especializada em ferrovias), assumiu a implementação de 730 quilômetros de trilhos, com 2 ramais, ligando o município de Rondonópolis à capital, Cuiabá, e aos municípios de Campo Verde e Lucas do Rio Verde, com investimento estimado de R$ 15 bilhões e previsão da conclusão de toda a obra em 2030. Os dois trechos contarão com 22 pontes, 21 viadutos, 2 km de túneis e 11 km de pontes.

 

(Foto: Sema-MT)

Segundo o governo mato-grossense, a obra visa a ligação com importantes centros consumidores, como São Paulo, e o fundamental terminal portuário de Santos, com benefícios relevantes ao Brasil e à população. Estão empregados 1 mil trabalhadores. Somente com visão realista, espírito estadista e de total empenho de políticos e lideranças, poderemos beneficiar o povo com qualidade de vida, menor desigualdade social e avanço em desenvolvimento sustentável e proteção ambiental. Neste caso, o investimento reforça a consolidação do rico centro-oeste brasileiro, principal produtor de commodities (arroz, soja, trigo, algodão, feijão e etc), favorecendo o escoamento de itens e a aquisição de insumos. #TrilhosDaEvolução

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

 

terça-feira, 30 de abril de 2024

Esforço contra a corrupção

 


#Transparência – O Índice de Percepção da Corrupção, referente ao exercício de 2023, foi divulgado pela ONG Transparência Internacional, em janeiro. Do total de 180 países, o Brasil ficou em 104º lugar, caindo dez posições em comparação com o ano de 2022. O levantamento aponta que no mundo inteiro houve enfraquecimento do sistema judiciário e do Estado de Direito, situações que municiam a corrupção.

 

O índice vai de 0, o cenário mais corrupto, a 100, para o país mais íntegro. Enquanto a média mundial prevaleceu durante 12 anos em 43 pontos, o Brasil caiu de 38 pontos para 36, em 2023. É a pior queda brasileira desde 2017, quando o país perdeu 17 posições no ranking em relação a 2016 (foi de 79º para 96º lugar). É ainda a pior posição no ranking desde 2019, quando o Brasil aparecia em 106º.

 

Segundo o relatório, a responsabilidade pelo desmonte de marcos institucionais contra a corrupção, que levaram décadas para ser erguidos, é da gestão presidencial de 2019-2022. Porém o atual governo também vem falhando na reconstrução de mecanismos eficientes. Deixo claro que esta opinião é da ONG Transparência Internacional. Somente transcrevo os resultados, visto que ninguém deseja o seu país avançando em níveis de corrupção.

 

“Tivemos no Brasil uma série de retrocessos nos últimos anos e agora estamos testemunhando a dificuldade do processo de reconstrução das instituições. A lição que fica é que o processo de degradação das instituições que compõem o Estado Democrático de Direito pode acontecer de forma bastante rápida, mas a reconstrução é demorada e demanda envolvimento de todos os atores da sociedade”, afirma Guilherme France, gerente do centro de conhecimento anticorrupção da Transparência Internacional.

 

Os fatores negativos acontecem nos três poderes. No atual governo, destacam-se a indicação do advogado Cristiano Zanin ao STF; o aumento das despesas com o Legislativo referentes às Emendas de Relator, de Comissões, de Parlamentares e do Fundo Partidário para as eleições municipais de 2024. Matéria completa: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/01/brasil-cai-10-posicoes-em-ranking-de-percepcao-da-corrupcao-diz-estudo.shtml

 

Além da vontade política dos governantes e da máquina pública, as lideranças e, principalmente, a sociedade civil, precisam combater ininterruptamente qualquer indício de corrupção, onde quer que esteja e independente de quem seja o mandatário público. Creio que acabar com a corrupção seja impossível, mas, com o bom combate, podemos reduzi-la. Que assim seja! #EsforçoContraCorrupção

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Viva Imigração Italiana!

 

#150AnosDeIrmandade – Em 16 de fevereiro de 1874, vindo do Porto de Gênova/Itália, ancorou no Porto de Vitória, Santa Catarina, o navio La Sofia, com 388 imigrantes italianos. Neste ano, a imigração italiana no Brasil completa 150 anos, o que motiva muita emoção.

 


A maioria das imigrações se deu por causa da profunda crise econômico-financeira e social, enfrentada pelos países europeus e asiáticos. Por outro lado, o Brasil com gigantesca dimensão territorial, tinha imensas dificuldades de mão de obra nas lavouras, após a abolição da escravatura em 13 de maio de 1888, por meio da Lei Áurea.

 

A maior parte dos imigrantes chegou ao Brasil encantada com a propaganda enganosa de ganhos imediatos e retorno aos países de origem em, no máximo, 5 anos. Entretanto, a história registra uma vida jamais sonhada de sofrimentos, pautada por suor, lágrimas e preconceitos. O Brasil deve demais aos imigrantes de diversos países. Superando todas as dificuldades, com muita dedicação, resiliência e trabalho, ajudaram o desenvolvimento deste País. Desbravaram florestas e impulsionaram a produção rural de café e algodão, entre outros itens, superando as explorações de madeira (pau Brasil), cana de açúcar e até minérios que marcaram época da escravatura africana. Aliás, a imigração italiana abriu o caminho para que povos de outras nações cá viessem na esteira dela.

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no momento áureo do largo período denominado como da grande imigração, o Brasil recebeu cerca de 3,3 milhões de imigrantes italianos, equivalente a 42% de todas as imigrações (espanhola, alemã, árabe, japonesa e etc). As imigrações ajudaram sobremaneira o Brasil na miscigenação.

 

Os 150 anos do marco inicial da imigração italiana no Brasil mereceu celebrações na Itália. Desde a Embaixada do Brasil, em Roma, e em instituições governamentais, houve vários festejos. As palavras do embaixador brasileiro, Renato Mosca de Souza, retrataram esta importante efeméride: “Brasil e Itália compartilham fortes laços históricos, políticos, econômicos, científicos e culturais”. #VivaImigraçãoItaliana

 

(Foto: Adriático Cidadania Italiana)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 23 de abril de 2024

Veganismo em alta

 

#NovosHábitos – O veganismo vem crescendo a passos largos, refletindo a mudança de hábito alimentar nas nações do mundo. A ativista vegana Tony Vernelli mal pôde acreditar quando o Burger King lançou o lanche “Impossibile Wopper”, em 2019. Há 30 anos, ela havia militado contra o hambúrguer de carne da multinacional.Com o lançamento, o Burger King anunciou que terá 50% do seu cardápio à base de plantas até 2030.

 

A Alemanha lidera o número de veganos, que dobrou entre 2016 e 2023, conforme pesquisas realizadas pelo Google. Inglaterra e Áustria vêm em seguida. O crescente veganismo tem proporcionado um parque industrial bilionário, em expansão, com influenciadores veganos prontos para promover receitas e estilo de vida.

 

Segundo o instituto britânico The Vegan Society, a crescente mudança ancora-se numa vida mais saudável, juntamente com a consciência sobre o impacto ambiental que as proteínas animais vêm causando em termos de aquecimento global. As dietas veganas geram 75% menos de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, e significativamente menos poluição da água e destruição da vida selvagem, conforme artigo publicado em 2023 na revista Nature Food. 

 

Como prova da expansão do movimento, o Veganuary (Janeiro Vegano) mostra que, entre os participantes da campanha realizada em 2022, 25% disseram que poderiam manter o estilo vegano e 50% que reduziriam significativamente o consumo de produtos de origem animal.

 


A aceitação maior do veganismo ocorre entre as mulheres. A ideia de que a carne é coisa de homens tem raízes culturais e persistentes na sociedade mundial. Por exemplo, na Inglaterra, a barreira ao veganismo baseia-se no temor masculino do estigma social ou ridicularização por amigos e familiares como associado ao feminino. Uma grande bobagem!

 

Vernelli, uma das responsáveis pelo movimento Veganuary, afirma que ainda há um longo caminho para aumentar a aceitação do veganismo, visto que a carne ainda é o produto preferencial da população mundial. Contudo, o veganismo cresce à medida em que as pessoas buscam uma vida mais saudável, ao mesmo tempo em que se aliam à defesa do meio ambiente de qualidade. Que assim seja! #VeganismoEmAlta

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Caráter acima da cor

 

#CombateAoRacismo – Em 28 de agosto de 1963, durante manifestações de milhares de negros para exigir direitos, em Washington (EUA), um dos maiores líderes mundiais de todos os tempos, o Pastor Martin Luther King disse: “Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação, onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”.

 

A célebre frase tem um significado especial para mim. Brasileiro nascido em Mogi das Cruzes/SP, tenho a cara de japonês. Nos tempos de criança e jovem, da mesma forma que tantos outros descendentes de imigrantes japoneses, sofri a triste discriminação racial. Intolerância e preconceito, semelhantes aos que a população preta enfrenta com maior intensidade até hoje. Condutas abomináveis envolvem violência e até mortes.

 

Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de mortes de pessoas negras por policiais aumentou 5,8%. Nos anos de 2020 e 2021, os negros e pardos representaram 84,1% das vítimas de intervenções policiais, quantidade que representa 54% dos brasileiros. No caso das pessoas brancas, o número de mortes teve queda de 30,9%.

 

O secretário nacional de Combate ao Racismo, Martvs Chagas, afirma que o Brasil vivencia uma espécie de pandemia, com o cenário de mortes da população negra, que se agrava com o aumento da miséria, do desemprego e com o crescimento do negacionismo. “É necessário fazer uma mudança efetiva em como entendemos a segurança pública no País e apresentar uma saída de algo que é crônico: a mortalidade de população negra, principalmente da juventude”.

 

Pela pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), crianças e adolescentes negros têm mais chance de serem revistados por policiais em São Paulo. Conforme o relatório da instituição Todos pela Educação, em 2015, 75,6% das escolas públicas no Brasil tinham ações e ensinamentos contra o racismo, mas, em 2021, o índice caiu para 50,1%, ou seja, somente metade das nossas escolas se preocupam em combater o racismo. 

 

É triste, visto que, além do combate ao racismo, a escola é um local especialíssimo para a formação cívica das crianças e jovens. Eles serão, quando adultos, os guerreiros contra o preconceito, a intolerância e o racismo, que atingem a população negra como um todo, sem distinção de gênero e idade.

 

O Brasil deve demais aos africanos que, séculos atrás, presos nos países de origem, foram trazidos para realizarem trabalhos forçados, visando o crescimento desta Nação. Igualmente, temos a obrigação de agradecer e incentivar os afro-brasileiros e descendentes de todas as etnias pelo trabalho, força, dedicação, cultura e amor pela nossa terra. Que prevaleça o conteúdo do caráter! Sempre. #CaráterAcimaDaCor

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 16 de abril de 2024

Canguru guitarrista

 


#SafáriNaÁfrica – O encontro Comedy Wildife Photography anunciou os vencedores da edição 2023 do “Concurso de fotografia mais divertido do mundo”. O certame reuniu dezenas de fotos de animais terrestres, marinhos e aves selvagens das mais engraçadas. O fotografo vitorioso, Jason Moore, da Austrália, registrou uma mamãe-canguru em pose que ele interpretou com uma tentativa de tocar uma guitarra imaginária. A foto, escolhida pelo júri, concorreu como a melhor entre 5,3 mil trabalhos inscritos, proporcionando ao vencedor o troféu “Safári na África”.

 

O fotógrafo afirmou que foi um lance de muita sorte. Estava filmando aves aquáticas num lago próximo à cidade de Perth/Austrália, sob a luz do amanhecer, sem êxito. No caminho de volta, ao percorrer uma área onde os cangurus costumam se reunir, teve o privilégio de registrar a mamãe-canguru numa pose autêntica de guitarrista.

 

O site https://mediatalks.uol.com.br/2023/11/25/veja-imagens-vencedoras-de-concurso-de-fotos-engracadas-de-animais-selvagens traz fotos superengraçadas, registradas por fotógrafos competentes que, com a ajuda de uma dose de sorte, nos premiam com imagens incríveis. O concurso faz parte do Comedy Photography Sullan, criado há cinco anos pelos fotógrafos britânicos Paul Jayson Hicks e Tom Sullan, com o objetivo de chamar a atenção para a preservação de animais de uma forma sensível e divertida, com a participação de 85 países.

 

Vale a pena conferir as fotos do site: o mundo tenso vivido pelas aves; a aterrissagem desastrosa de uma garça; o esquilo na tentativa frustrada de voar; uma macaca na área sagrada do povo de Ubud/Bali; o registro de chacais, hienas e pássaros no Parque Nacional de Keoladeo/Índia, atrapalhado por um intruso macaco que apareceu e começou a se coçar; o leão aproveitando o fim de tarde para um total relaxamento na reserva Masai Mara na África do Sul; os lindos dentes do lobo pintado que vive na reserva Lion Sands, na África do Sul, que parece sorrir mas, na verdade, tem outras intenções; uma libélula que aproveita as gotas do orvalho para fazer a higiene; a mamãe ursa sem paciência com o rebento e, delicadamente, o empurra para começar a vida; nas ilhas Malvinas, o momento em que três pinguins saem d’água, parecendo que estão com as mãos dadas.

 

Enfim, são fotos de fotógrafos sensíveis e competentes, que destacam magistralmente os animais selvagens. Num piscar de olhos, registram momentos inesquecíveis do mundo selvagem que, sem sombra de dúvida, nos encaminham para uma reflexão de como é fundamental a preservação da fauna e flora nos concedida pela divina natureza. #CanguruGuitarrista

 

(Foto: Jason Moore /Comedy Wildlife)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Estado de alerta

 


#DegeloNaAntártida – O aquecimento global, iniciado séculos atrás por irresponsabilidade dos seres humanos, demonstra uma preocupante aceleração nas últimas décadas. Estudo oficial mostra que o gelo da Antártida está derretendo seis vezes mais rápido do que há 40 anos. O efeito catastrófico deve provocar maior elevação do nível dos oceanos no mundo todo. Neste ano, a Antártida registra a perda de 20% de extensão do gelo marinho, durante o inverno.

 

Segundo a revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences, o derretimento do gelo elevou o nível do mar em 1,4 centímetro entre 1979 e 2017 e há previsão de aumento maior nos próximos anos. Entre 1979 e 1990, a Antártida perdeu, em média, 40 bilhões de toneladas/ano de gelo e, de 2009 a 2017, a perda atingiu 252 bilhões de toneladas/ano.

 

O derretimento célere do gelo por causa do aquecimento global é considerado irreversível pelos cientistas, com sérias consequências para todos os seres vivos. Atualmente, 2 bilhões de habitantes do planeta são afetados pelo degelo anual das geleiras e, a cada centímetro de elevação do nível do mar, mais de 3 milhões de pessoas ficam expostas a risco de inundações adicionais.

 

Aliás, a causa principal da morte de 100% de bebês pinguins na Antártida é a prova cabal dessa situação, visto que essas aves dependem dos grandes blocos de água congelada para se reproduzirem e criarem seus filhotes.

 

De 1986 a 2023, a Antártida perdeu 1 milhão de quilômetros quadrados (km²) de gelo, ficando com a menor extensão. Desde então, está com 16,96 milhões de km² e perdendo mais a cada ano. “Precisamos proteger essas partes congeladas do mundo, importantíssimas por uma série de fatores que são de conhecimento geral das autoridades públicas e lideranças da sociedade civil”. Esta é a mensagem dos cientistas.

 

Estudos apontam que a geração dos gases efeito estufa é a principal causa do aquecimento global, que provoca o derretimento célere do gelo no Polos Antártico e Ártico. Vamos nos unir às manifestações dos 30 países participantes da Cúpula de Paris, realizada em novembro de 2023, para estudar a criosfera (camada da superfície terrestre coberta permanentemente por gelo e neve), visando a conscientização geral sobre o catastrófico degelo.

 

Cabe uma luta intransigente para reduzir os principais fatores da mudança climática, cada vez pior. É preciso agir, antes que essa violação supere as sagradas vidas humanas, da fauna e da flora. #EstadoDeAlerta 

 

(Imagem: Reuters)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 9 de abril de 2024

Expansão demográfica

 

#Superpopulação – De um lado, países da comunidade europeia e outros, como o Japão, estão superpreocupados com o declínio demográfico e de longevidade de suas populações, com perda da força produtiva e com locais desabitados, transformando-se em “cidades fantasmas”. De outro, o Departamento de Censo dos EUA informa que a Índia se tornou o país mais populoso do mundo em 2023, atingindo 1,429 bilhão de habitantes, ultrapassando a China que ficou em 2º lugar, com 1,412 bilhão.

 

É espantoso o fato de que a Índia seja 291,664% menor que a China. A primeira tem 3.287.000 km² e a outra, 9.587.000 km². Há 50 anos, com receio da superpopulação, a China impôs sua rígida política de “filho único”, que freou o crescimento populacional. Porém, entendeu o erro dessa dura medida, que começou a demonstrar o desequilíbrio da força produtiva com sérias consequências, em especial, no fundo de previdência. Assim, em 2021 iniciou a reviravolta permitindo que os casais tivessem três filhos. Contudo, não conseguiu conter o declínio demográfico.

 

A Índia tem 70% de sua população extremamente pobre, sem estudo adequado, com gigantescos problemas nos setores habitacional e de saneamento básico, entre outros. Atraídas pela mão de obra de baixíssimo custo e pelo enorme mercado consumidor, empresas multinacionais instaladas no país deram uma guinada na economia, promovendo um crescimento anual do PIB de, em média, 4% a 6%, em que pese a gigantesca desigualdade social.

 

O desenvolvimento tecnológico da Índia, por meio das multinacionais, embalou de tal forma a cúpula governista que, nos últimos anos, possibilitou ao país lançar foguetes ao espaço para pesquisas sobre a Lua e o Sol.

 

A título comparativo, o Departamento de Censo dos EUA informa que o planeta Terra fechou o ano de 2023 com 8,019 bilhões de habitantes, representados pelos 193 países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Somente duas nações, Índia e China, abrigam 2,841 bilhões. Além do aquecimento global, que traz enormes consequências à população mundial e ao planeta, o índice demográfico demonstrado será parte da discussão cotidiana da maioria dos governos e dos países. #ExpansãoDemográfica

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Drama dos leões

 


#AbismoSemVolta – Seres humanos e suas condutas são os únicos responsáveis pelas transformações, incluindo agressões de toda ordem, no Planeta Terra. Especialistas que estudam esses fatos têm manifestado que autoridades e povos do mundo inteiro precisam dar um “stop” para reverter os graves danos, antes que seja tarde.

 

Não faltam exemplos de agressões. Poluição do ar pela queima de carvão em usinas de energia; uso de combustíveis fósseis; desmatamentos e queimadas de matas que causam o extermínio da flora, prejudicando a fotossíntese, transformadora do gás carbônico em oxigênio; matança da fauna num processo acelerado que pode chegar à morte de todos os seres vivos; poluição do sistema hídrico, destruindo a maioria dos rios, principal fonte de água potável e umidade do ar de que os seres vivos necessitam; poluição dos oceanos prejudicando a relevante importância ecológica, econômica, política e sociocultural, visto que regulam o clima, proporcionam alimentação, transporte, lazer e geram renda; etc.

 

“Por que os leões estão trocando a selva pela praia na Índia?” é o título de matéria do UOL-Notícias. Sintetizo o assunto narrado pelo jornal britânico The Guardian:

- A mudança atípica acontece ao longo dos anos por falta de terras e florestas suficientes para felinos e suas famílias. Cada leão requer um território de aproximadamente de 100 km², vivendo em companhia de 3 ou 4 leoas com seus filhotes.

- Quando o filhote fica adulto, ele toma o espaço do leão mais velho com o seu bando ou ruma para um novo território.

- No século passado (XX), em razão de caça predatória e perda de seus hábitats naturais, os animais foram protegidos pelo estado, resultando num crescimento quantitativo. Não lhes restaram alternativas, exceto as regiões costeiras dos mares indianos, onde atualmente habitam aproximadamente 700 espécimes. Em 2010, eram cerca de 20 leões e, em 2020, 104.

- Se os seres humanos que vivem nas florestas dizimam árvores frutíferas para sobrevivência, o que falar dos leões vivendo nas praias? No novo ambiente, adaptaram-se fazendo uso de salinas e mangues, mudando de cardápio ao se alimentarem com peixes mortos, tartarugas e focas, entre outras espécies marinhas.

- Segundo o pesquisador Kausk Banerjee, à medida que os espaços dos territórios praianos forem diminuindo pelo aumento da população, os leões avançarão sobre os gados criados pelos fazendeiros da região.

 

Autoridades indianas cogitam realocá-los no estado de Madhya Pradesh, retornando-os para os antigos hábitats, que se situam nas áreas continentais. Essas considerações visam demonstrar como os seres humanos, considerados racionais, irresponsavelmente, impulsionam as transformações do nosso planeta e dos seres vivos, encurralando-os em abismos sem volta. #DramaDosLeões

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 2 de abril de 2024

Sopro de fé

 

#ForçaDeVontade – “Querer é poder” e “A união faz a força” são provérbios que sustentam as considerações que faço hoje sobre uma notícia com a qual me deparei. É de outubro de 2023 e traz o título “Filho de cortador de cana se forma médico e aposenta o pai”. Depois de passar 35 anos de sua vida cortando cana para a usina Alagoas, o boia-fria João Vicente da Silva (47), finalmente, deixou o trabalho braçal, mas ele não se aposentou. Após um período de descanso, ele pretende arrumar trabalho, pois é o tipo de pessoa que não sabe ficar sem fazer nada.

 

Houve uma mudança radical, em razão de o filho Maurício Bernardo da Silva (23) ter-se formado em medicina, após 6 anos de estudos na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na cidade de Arapiraca, no agreste alagoano. Maurício e a família sempre viveram em uma casa humilde no bairro de Cruzeiro, município de São Sebastião, a cerca de 126 km de Maceió. Ele sempre teve o desejo de ajudar os pais, encarando esse sentimento como missão sagrada, em retribuição aos esforços deles.

 

Tão logo ingressou na faculdade, fez uma lista de prioridades: Tirar o pai do corte de cana, colocá-los num lugar melhor e comprar um veículo para eles. Somente após tudo ajeitadinho para os pais, partiu para a especialização e outras coisas pessoais.

 

João Vicente conta que o filho sempre foi um aluno exemplar e a mãe afirma, emocionada, que antes de ele nascer, acreditava que seria médico. Mais que uma crença, era um sonho por conta de uma marca dolorosa que tiveram: a perda de um filho. “Desde que eu estava com ele na barriga, dizia para mim mesma que carregava um doutor. Não falava pra ninguém, mas tinha esse sonho porque ele foi o 2º filho; o 1º faleceu com 2 anos e 6 meses”, rememora a mãe Adriana da Silva.

 

Por ser talentoso, dedicado e aluno exemplar, no colegial, teve até uma bolsa de 50% e a diretora disse à família que custearia a outra metade. Porém, os Silva não aceitaram a generosidade, preferindo que o filho continuasse em escola pública.

 

Mauricio e a família passaram por muitas dificuldades e preconceitos. Ouviam que seria difícil formar um médico filho de cortador cana e que este era curso para ricos. Contudo, eles nunca perderam a esperança. Recém-formado, Maurício atua como médico generalista, registrado no Conselho Federal de Medicina, esperando o momento certo para decidir qual especialização seguir. Está encantado pela cirurgia vascular.

 

Apesar das dificuldades de uma profissão tão desgastante, João Vicente tem orgulho do que conseguiu construir na vida como cortador de cana. “Foi graças a esse serviço que arrumei o que comer para mim e para meus filhos. Comecei nisso com 14 anos e sempre fiz tudo com amor pela família”.

 

Compartilho esta história com o propósito de estimular as pessoas na luta para concretizar seus sonhos. Enquanto tivermos fé e esperança, com certeza, superaremos quaisquer obstáculos e conquistaremos os objetivos traçados! #SoproDeFé

 (Imagem: Felipe Chié/Arquivo pessoal)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo