sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Alerta para telas

 #CuidadosComTecnologia – Na condição de avô e assíduo observador das céleres transformações na sociedade e super preocupado com o futuro das nossas crianças e jovens, abordo de novo a questão do uso diário e ilimitado de celular, tablets, notebooks e afins. Pesquisa com crianças e adolescentes, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, sobre o acesso e uso da rede social, apontou crescimento significativo na proporção de usuários, na faixa de 9 e 10 anos. Em relação a 2019, houve um aumento de quase 15%, chegando a 92% em 2021. É um alerta para o impacto da utilização excessiva de aparatos tecnológicos, que pode afetar o desenvolvimento das crianças.

 

 “A partir do momento em que a criança precisa de uma interação para o desenvolvimento das habilidades e do próprio relacionamento interpessoal, esse contato mais próximo com as telas pode gerar transtornos, como ansiedade, problemas de visão, dificuldades para dormir, problemas de aprendizagem, além de afetar a interação social e ter impactos cognitivos, afetivos e psicomotor (dificuldades para sentar, andar e correr entre outras)”, afirma a psicóloga Marluce Lima, do Centro de Especializado em Reabilitação José Leonel Ferreira Aquino.

 

Segundo ela, as atividades e brincadeiras da infância contribuem com o desenvolvimento infantil: “As crianças também aprendem brincando como, por exemplo, pulando corda, jogando amarelinha, visto que essas brincadeiras trabalham o movimento, trazem situações que são pertinentes à infância que é o compartilhamento de brinquedos e fazem com que as crianças aprendam a agir em determinadas situações, aprendem a lidar com conflitos e até a tomar decisões”. A psicóloga frisa que os pais têm atuação importante nesse processo, porque “a família ensina, estabelecendo uma confiança e mantendo uma relação de diálogo”.

 

O tempo de utilização diária ou a duração ideal para o uso das telas é proporcional às idades e às etapas do desenvolvimento. Para menores de 2 anos, o ideal é evitar totalmente o uso; para as crianças de 3 a 5 anos, a orientação é de 1 hora com a supervisão dos pais ou cuidadores; de 6 a 10 anos, máximo de 2 horas com a supervisão de responsáveis; de 11 a 18 anos, 3 horas, evitando o período noturno.

 

Diante do real prejuízo às crianças e jovens, comprovados por estudos científicos, quanto à aprendizagem, bem como contribuem para o cyberbulling e problemas de saúde mental, o governo federal encaminhará ao Congresso Nacional, ainda em outubro, um projeto de lei que visa proibir o uso de celulares nas escolas, tanto públicas como privadas, inclusive durante o recreio.

 

Espero que as dicas para o uso adequado das telas sirvam de alerta e prevenção. O maior legado que os pais devem proporcionar aos filhos é uma formação religiosa, educacional, cívica e profissional. E claro, não filhos com problemas mentais, neuróticos, com ansiedade permanente e outros males causados por negligência parental. #AlertaParaTelas


 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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