sexta-feira, 27 de junho de 2025

Gestos falam

 


#ApertoDeMão – “Cumprimenta com aperto de mão mole? Veja o que a psicologia diz sobre isso”. Este é o título da matéria do VivaBem que achei interessante comentar. Inicialmente, transcrevo a introdução: “A linguagem corporal é um meio de comunicação não verbal, em que o corpo fala – por meio de gestos, expressões faciais, posturas e movimentos. É uma das formas mais antigas e significativas de comunicação humana, antecedendo a linguagem verbal e, pode transmitir uma vasta gama de informações, desde emoções e intenções até atitudes e estados de espírito”.

 

Creio que a maioria sabe diferenciar os diferentes apertos de mão. Mas, vale repetir que “um aperto de mão excessivamente vigoroso, por exemplo, pode ser um sinal de confiança ou empolgação, mas em geral, acaba assimilado como tentativa de demonstrar controle ou dominância”. Pode ser até associado a um comportamento machista, fazendo a outra pessoa sentir-se desconfortável ou intimidada, ainda mais num primeiro contato. Também pode ser encarado como agressividade ou até arrogância. Já um aperto de mão frouxo pode indicar uma personalidade relaxada e de pouco comprometimento.

 

Um grupo de pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia (EUA) resolveu investigar e chegou às seguintes conclusões: Homens maduros com aperto de mão firme são mais propensos a se casar. Esta reação não foi encontrada entre as mulheres. Segundo os estudiosos, a força das mãos é uma medida já bem estabelecida, que indica saúde, especialmente a cardiovascular, e também o estado de independência, revelando que as mulheres dão preferência a parceiros que apresentam vigor físico e não precisarão de cuidados tão cedo.

 

O estudo indica que começar a fazer exercícios para manter-se forte e saudável após os 50 anos é uma forma de garantir companhia. Além do mais, demonstra que os homens com fraqueza nas mãos podem ser mais propensos a duas condições: saúde mais frágil e solidão.

 

Enfim, como deve ser o aperto de mão ideal? Perfeição não existe, mas, de forma geral, deve ser firme, porém, sem esmagar a mão do outro. Antes do apertar a mão de alguém, é preciso controlar a força, imaginando algo delicado, sem apertar muito leve para não demonstrar resistência ou obrigatoriedade no gesto.

 

Alerto as amigas e amigos de que um aperto de mão é avaliado em várias situações, como entrevistas, negociações, interações sociais e até para dissipar ou evitar as iniciais más impressões. Portanto, a cautela é válida! #GestosFalam

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 24 de junho de 2025

Merecida homenagem


 

#CidadãMogiana – Tive a honra de comparecer à sessão solene da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, em que a amiga vereadora Priscila Yamagami (PL) recebeu o merecido Título de Cidadã Mogiana. Ela foi vice-prefeita de 2020 a 2024, ao lado do então prefeito Caio Cunha, sempre contribuindo com o Município e com o povo mogiano.

 

Dona de um currículo brilhante, Priscila nasceu em São Paulo. É formada em Propaganda e Marketing (USP) e pós-graduada em Marketing, Turismo e Gerenciamento. Foi diretora da Escola de Governo da Prefeitura e professora no Centro Universitário Braz Cubas, além de lecionar por mais de 12 anos na Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Mogi das Cruzes, onde coordenou o curso de Recursos Humanos. Educadora de mão cheia, devota à profissão integral competência e amor.

 


Em boa hora, as vereadoras Fernanda Moreno (MDB) e Malu Fernandes (PL) apresentaram o projeto de Lei para concessão da homenagem e eu as parabenizo pela iniciativa. Aprovada por unanimidade, a proposição deu origem ao Decreto Legislativo nº 243/2024. No último dia 9, Priscila tornou-se oficialmente Cidadã Mogiana, na Câmara lotada de admiradores e lideranças, assim como de importantes autoridades como a prefeita Mara Bertaiolli, o vice-prefeito Téo Cusatis, o diretor da Fatec, Bruno Pancioni, a presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, Fádua Sleiman, e de Libério Soares, que comanda o Partido Novo, entre outras.

 


Registramos com emoção as saudações das autoridades que compuseram a mesa, presidida pelo grande líder, vereador José Francimário Vieira de Macedo (PL), o Farofa, e pelo dinâmico secretário, vereador Edson Santos. Como sempre muito gentil, Farofa concedeu-me a palavra. Com muita alegria e honra, destaquei alguns aspectos fundamentais da brilhante figura da homenageada. Antes de ser a gabaritada e reconhecida profissional, Priscila é fruto de um lar unido, harmônico e que irradia muito amor. Este é o alicerce fundamental na formação cívica de crianças e jovens que, posteriormente, evoluem profissionalmente por meio do ensino.

 


No caso da Priscila, verifica-se um diferencial relevante. Ela traz na alma o ímpeto de servir à família, aos amigos, à sociedade, ao Município, ao Estado e à Nação. É uma qualificação ímpar e digna de toda gratidão! Ao final da sessão solene, pedi ao vereador Eduardo Ota (Pode) que transmitisse aos demais parlamentares o reconhecimento, respeito e sinceros agradecimentos pela aprovação unânime da justa honraria à mais nova Cidadã Mogiana. À minha amiga Priscila, reitero as congratulações pelos relevantes serviços de ordem educacional e social que ela desenvolve em prol do povo mogiano e que servem de inspiração para lideranças de todo o País. #MerecidaHomenagem

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Profunda inspiração

 


#AmorIncondicional – “É sempre possível recomeçar. Apenas peça a Deus força e coragem”. Com esta consideração da psicóloga e empresária Emília Bôto, comento a história real de Jorge Klotz (42) com esposa, Gleiciane. Representa uma trajetória de integral cumplicidade, com respeito, alegria, admiração e muito amor.

 

A linda história de amor do casal começou num feriado na Bahia, quando o paulista Jorge e a mineira Gleiciane se conheceram numa região parasidíaca, próximo de Itacaré. Apaixonaram-se à primeira vista e, em seguida, casaram-se. Ela seguiu a vida acadêmica, enquanto ele geria uma escola de idiomas. Os anos se passaram com maravilhosa parceira, inclusive com a chegada do filho Otto.

 

No início de 2021, na comemoração de aniversário do filho, souberam da segunda gravidez. Na época, Jorge vendeu a escola e, com o apoio total de Gleiciane, iniciou com uma pequena fábrica de chocolates, chamada de Kaê, com sucesso integral. Mas, veio uma trágica reviravolta: a querida esposa perdeu a vida, logo após o parto da segunda filha, Lia, atualmente com 2 anos. “Fiquei segurando a Lia recém-nascida ao lado da minha esposa, enquanto ela estava tendo complicações, paradas... Foram oito horas até ela não aguentar mais...”, contou Jorge.

 

A tragédia aconteceu em junho de 2022 com o problemático parto (taquitócico), conhecido como precipitado, com riscos de lacerações, hemorragia puerperal, atonia uterina e sofrimento fetal que durou 12 minutos. “Num instante, perdi minha esposa. Me vi sozinho com um bebê recém-nascido e um filho de 2 anos, sem cabeça para trabalhar, para nada”. Jorge fechou a fábrica de chocolates na Bahia. Não bastasse, sofreu um acidente sério que o deixou temporariamente sem poder andar. Assim, com o apoio da família da falecida esposa, mudou-se para Minas Gerais.

 

No período em que Jorge estava sem rumo, aconteceu novamente o inesperado. A empresa International Chocolate Awards Winners, de Nova York (EUA), havia premiado a marca Kaê com um dos melhores chocolates do mundo. O chocolate premiado era o favorito da falecida Gleiciane. Isso acendeu uma chama no coração de Jorge.  Ele empreendeu o negócio. Os anos foram passando e atualmente a rotina familiar é rica de afetos. As crianças ficam com a avó durante o dia. Jorge os pega na escolinha à tarde para ficarem juntos em casa.

 

O termo “axé”, que significa energia, poder e força, faz parte do slogan da marca de Jorge que, aliado ao amor, apoio e perseverança, o faz superar com sucesso, em memória da falecida Gleiciane, o êxito pelo chocolate, pelos filhos e familiares, mantendo-o literalmente, de pé.

 

Em agosto de 2024, graças ao sucesso do chocolate, Jorge foi convidado para o quadro “The Wall”, do Domingão do Huck. Foi premiado com R$ 240 mil. O fato transformou o chocolate Kaê num astro nacional, arregimentando mais de 100 mil seguidores na rede social e filas de clientes na porta da fábrica. A marca Kaê tem nove prêmios. Dentre eles, uma das melhores chocolatarias do mundo, avaliado pela Academy of Chocolate, de Londres.

 

Emocionado com o sucesso, Jorge lembra do que dizia Gleiciane todos os dias, antes do trabalho: “Vai fazer o melhor chocolate do mundo e traz um pedaço para eu provar”. Com amor incondicional pelos filhos e a paixão pelo chocolate, sempre honrando a doçura de Gleiciane, a história de Jorge Klotz se tornou uma referência de que é possível recomeçar. “Sigo trabalhando o meu luto e o das crianças. Não tem uma receita para isso. Ainda tô aprendendo”. #ProfundaInspiração

 

(Imagem: Arquivo Pessoal)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 17 de junho de 2025

Divino amigo

 


#ExemploDeSerHumano – É um privilégio ter amigos como referência de amor e integridade! Agradeço a Deus pela alegria de contar com pessoas especiais que somam bem mais que os dedos das duas mãos. Hoje, falo sobre o inigualável amigo Sérgio Vicco, que neste ano completou 40 anos de voluntariado na Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes/SP.

 

No próximo 1º de Setembro, Mogi completará 414 anos de fundação, enquanto a Festa do Divino chegou neste ano à 412ª edição. É uma celebração que nasceu praticamente junto com a Cidade, unindo tradição, solidariedade e muita fé. Exatamente por causa de pessoas como Sérgio Vicco, que completou 40 anos ininterruptos de voluntariado no evento.

 

Ao longo de todo esse tempo, é Vicco quem responde pela decoração do Império e do andor da Procissão de Pentecostes. Ele acompanha a evolução da Festa, desde a época em que o Império ainda era montado em casas. A cada ano, os devotos ficam encantados pela beleza dos enfeites, fruto do talento e criatividade de Vicco, com o apoio de dedicados membros de uma pequena equipe. Juntos, têm superado quaisquer desafios.

 

A parede de vidro do Império deixa à mostra a beleza da decoração, que muda a paisagem da tradicional Praça Cel. Benedito de Almeida, durante os 11 dias do evento. Sérgio Vicco começa a pensar na decoração, normalmente, no mês de outubro. É ele quem desenha e borda as toalhas usadas no altar, sempre pensando no reaproveitamento dos materiais das edições passadas. Aliás, as lindas flores artificiais demandam intenso trabalho manual já em dezembro, pra não deixar nada de última hora. “Eu costumo doar aquilo que recebi de graça de Deus, o dom que Ele me deu”, ensina o artista.

 

Em 24 de maio último, Sérgio Vicco recepcionou amigos em sua residência, onde sua querida família preparou um evento inesquecível para comemorar os 40 anos de voluntariado dele na Festa do Divino Espírito Santo de Mogi. O encontro teve o culto religioso celebrado pelo padre Luiz Ricardo.

 


Vivemos momentos de grande emoção, ao manifestar honra, alegria e gratidão ao ilustre cidadão cristão Sérgio Vicco, por tudo que ele representa de bondade, respeito, dedicação, solidariedade, religiosidade e amor, sob a esplendorosa bênção do Divino Espírito Santo. Prestes a completar 89 anos de idade, no dia 28 de julho, Sérgio Vicco é um exemplo de ser humano que gente como eu goza do sagrado privilégio de ter como amigo! #DivinoAmigo

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Amor da minha vida

 


#DiaDosNamorados – Hoje é uma data comemorativa especial, que celebra o amor, o afeto, o respeito, a gratidão e o carinho que une os casais de namorados, noivos e casados. 12 de Junho é o Dia dos Namorados no Brasil, diferentemente de outras nações que fazem a celebração em 14 de fevereiro. Para festejar, os casais costumam planejar um jantar num restaurante, um passeio ou uma pequena viagem.

 

Independente disso, creio que o mais relevante é expressar o amor, o afeto, o carinho, o respeito, a compreensão e a gratidão pela parceria com a pessoa amada. Tive o privilégio de conhecer a minha amada Elza em 1971, portanto, há 54 anos, durante a inauguração de uma escola municipal no bairro de Tapanhaú, em Mogi das Cruzes. Ela era funcionária pública e eu, diretor do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes. Fomos apresentados por um amigo em comum, o saudoso Minor Harada.

 

Namoramos por quatro anos, ficamos noivos por mais um ano e, ao final do meu mandato como vereador de Mogi, em 16 de dezembro de 1976, nos casamos na Catedral de Santana. O saudoso Padre Vicente celebrou nossa união como marido e mulher. Neste ano, completaremos 49 anos de parceria integral.

 



No meu íntimo, todo dia, tenho pedido desculpas à Elza pelos transtornos que a minha posição de político e homem público lhe causaram. E que também afetaram nossos filhos Juliano, Daniela e Mariana. Durante anos, foram vítimas de notícias maldosas e falsas, atualmente conhecidas como fake news.

 


O mais importante é que a amada Elza me trouxe felicidade total! Vivo os meus 84 anos, com três filhos e sete netos, esbanjando saúde plena (física, mental e espiritual). Seria um pecado reclamar de algo. Ao contrário, só me cabe externar minha profunda gratidão a Deus por tantas dádivas. Compartilho com vocês alguns momentos felizes e aproveito para reforçar a homenagem para minha amada Elza:

 


Não tenho palavras para agradecer a Deus por ter me dado uma namorada tão maravilhosa, companheira, parceira e esposa que me faz tão feliz! Elza, você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Humildemente, expresso toda gratidão pelo nosso companheirismo e pelo seu grande amor manifesto em cada palavra e ato, o tempo todo”. #AmorDaMinhaVida

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 10 de junho de 2025

Justo reconhecimento

 


#ProdutorDoAno – Nos idos anos de 1930, foi construído o reservatório de água do Rio Claro no Alto Tietê. Em 1970, veio a barragem da Ponte Nova e, na sequência, foram implantadas as barragens de Paraitinga, Biritiba Mirim, Taiaçupeba e Jundiaí, sendo estas três últimas em Mogi das Cruzes/SP, constituindo o Sistema Produtor do Alto Tietê, para abastecimento de água potável à população da Região Metropolitana de São Paulo.

 

A 60 km de São Paulo, Mogi foi a mais prejudicada. Teve desapropriada pelo governo paulista vasta área agrícola pertencente a mais de 600 pequenos e médios produtores, desempregando aproximadamente 2,5 mil trabalhadores rurais. A situação deixou totalmente órfãos os agricultores, que não receberam indenizações justas pelas terras, construções e plantações desapropriadas.

 

Mesmo assim, a agricultura mogiana se mantém na vanguarda. A Cidade continua sendo campeã nacional na produção de verduras, legumes, frutas, flores e plantas ornamentais, os chamados hortifrutiflorigranjeiros. Qual a explicação? São a perseverança, resiliência e superação dos heroicos produtores rurais.

 

Motivado por esse gigantesco sentimento de superação, em 1983, como presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes (SRMC), propus aos vereadores que aprovassem um projeto de lei para concessão anual do Título Honorífico de “Agricultor do Ano”, cabendo ao SRMC a indicação. A proposta foi aprovada por unanimidade. Por volta de 1998, a homenagem foi inexplicavelmente extinta, ignorando a força produtiva mogiana, inigualável no território nacional.

 

Em 5 de abril último, propus o resgate da honraria, com a aprovação, pelo Legislativo mogiano, de projeto de lei com a finalidade de reconhecer o heroísmo dos profissionais do campo. A ideia foi apresentada na abertura oficial do Akimatsuri – Festival de Outono, realizado anualmente pela Associação Cultural de Mogi das Cruzes (Bunkyo), diante do presidente da entidade, Frank Tuda; do coordenador geral do evento, Daniel Aoyagui; do presidente do SRMC, Fábio Dan; do coordenador da Comissão Técnica de Hortaliças, Flores e Orgânicos da Faesp, Gildo Saito; do presidente da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, José Francimário de Macedo Farofa; e do secretário municipal de Agricultura e Segurança Alimentar de Mogi, Renato Abdo.

 

Uma grande salva de palmas selou a acolhida à ideia. Em 19 de maio, compareci à Câmara, a convite do presidente, vereador Farofa, para uma reunião, ao lado de vários vereadores e das lideranças acima mencionadas. Na oportunidade, pedi que os próximos encontros tivessem a presença da Associação dos Produtores Rurais de Jundiapeba e Região (Aprojur), presidida por Júlio Cezar Bresciani.

 


Delineamos critérios a serem efetivados pela futura legislação. Serão três homenageados com o Título de Produtor Rural do Ano, sendo duas indicações do SRMC e uma da Aprojur. As entidades deverão entregar as indicações até a 1ª quinzena de dezembro; a Câmara transferirá, por decreto-legislativo, a entrega das homenagens para o endereço do centro esportivo do Bunkyo, onde os títulos serão concedidos anualmente em abril, durante a abertura do Akimatsuri.


Com profunda emoção e gratidão, manifesto minha alegria pelo resgate de um justo reconhecimento aos guerreiros do campo. Parabéns, presidente Farofa, dignos vereadores e lideranças parceiras! Muito obrigado de coração! #JustoReconhecimento

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Tempo de prudência

 

#PenaDeMorte – O acelerado quadro de violência leva quem nunca concordou com a pena de morte a começar a aceitar esta punição aos condenados, principalmente, em caso de crimes violentos. Notícias como a dos EUA fazem as pessoas revisarem opiniões: “Preso morre com injeção letal horas após testemunha dizer que mentiu”. Somos abalados por crimes hediondos, mas também não concordamos, em hipótese alguma, com injustiças.

 

A vítima dessa injustiça chamava-se Freddie Owens, de 46 anos, que morreu com injeção letal, na Carolina do Sul (EUA), em setembro último. Isso ocorreu horas depois que a testemunha envolvida no caso declarou que mentiu no depoimento, e que Owens não estava no momento do assassinato da balconista de uma loja de conveniência. O assalto foi em 1997.

 


Apelações feitas pela defesa do réu foram negadas até mesmo por um tribunal federal. No dia anterior, a Suprema Corte da Carolina do Sul havia negado a solicitação. O governador Henry McMaster tinha o poder de mudar a sentença. Mas, preferiu rejeitar o pedido de clemência do detento. Lei da Carolina do Sul permite ao condenado escolher a forma de morte: injeção letal, fuzilamento ou cadeira elétrica.

 

Steven Golden, envolvido no crime e autor do depoimento que ajudou a condenar o réu, foi quem retrocedeu em sua confissão original, relatando que Owens não estava na loja no momento do assalto. Contudo, os promotores declararam que outros amigos do preso e a ex-namorada dele disseram que ele teria se gabado por matar a balconista.

 

Golden disse que, na época, culpou o amigo Owens porque estava sob efeito de cocaína e sob pressão da polícia que alegava estarem os dois juntos no assalto. No fim, Golden foi condenado a 28 anos de prisão, após se declarar culpado em uma acusação menor de homicídio voluntário. “Sei que a data de execução de Freddie é 20 de setembro e não quero que seja executado por algo que ele não fez. Isso pesou muito na minha mente e quero ter a consciência limpa”, afirmou. Tarde demais.

 

Que esta história verídica sirva de referência para os defensores da pena de morte. Por mais justa que pareça a punição de um condenado, nem sempre a acusação é verdadeira. #TempoDePrudência

 

(Imagem: Reprodução/News 19 WLTX)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 3 de junho de 2025

Não aos penduricalhos

 

(Foto: Arquivo/STJ)

#Supersalários – Segundo o IBGE, 9,5 milhões de brasileiros enquadram-se no perfil de “extrema pobreza”, com rendimento mensal de R$ 209,00, e 59 milhões na faixa da pobreza, com ganho mensal de R$ 665,00. Infelizmente, é o cruel retrato do nosso abismo social. Em contraste com este quadro, está o foco da notícia do Uol (18/2): “Com dois anos no cargo, novatos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) já ganham mais que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)”. Ora, como pode, se a Constituição Federal dispõe que o maior salário mensal de um servidor público no Brasil é regrado pelos ministros do STF (R$ 46.366,19, em 2025)? Ou seja, é o teto e nenhum servidor deveria ganhar mais que esse valor.

 

O UOL esclarece que dos 99 juízes que entraram para o TJ-SP em 2023, pelo menos 93 já recebiam mais do que um ministro do STF dois anos após empossados. O juiz iniciante com a maior média atingiu R$ 75 mil por mês. Para comparação, o ministro Gilmar Mendes recebeu R$ 36 mil líquidos por mês, com os descontos de IR, Previdência e Abate-teto.

 

Onde está a deturpação? Apesar de ser legal, a situação é imoral. Ocorre por conta dos denominados “penduricalhos e adicionais”, que são as gratificações, como auxílio moradia, auxílio por acúmulo de função, gratificação natalina, diferenças retroativas, indenizações de férias-prêmio, férias anuais, férias vendidas e etc.

 

Isso não é privilégio de juízes paulistas. No TJM-MG, a remuneração média mensal em 2024 foi de R$ 123 mil, que é a soma do salário mais os penduricalhos e adicionais. Há também o TJ-MT, que ficou conhecido pelo “Caso do vale-peru”, com a remuneração mensal mediana de R$ 110 mil, com adicionais relacionados ao acúmulo de processos.

 

Esses fatos decorrem de uma exceção à regra constitucional: verbas classificadas como “indenizatórias” não contam para cálculo de estouro do teto. Penduricalhos e adicionais foram criados e regulamentados nos últimos anos. Dados da Transparência Brasil mostram que, em 2024, a venda de férias custou ao menos R$ 1,1 bilhão aos cofres públicos. O UOL levantou que os ministros do STF e do STJ não são beneficiados por esses recursos vergonhosos.

 

Estupefato e indignado com as imoralidades acobertadas pelo manto da legalidade, faço coro aos demais brasileiros, em respeito aos que vivem na pobreza, para clamar que os parlamentares do Congresso Nacional acabem com os penduricalhos e aditivos e que, constitucionalmente, restabeleçam o teto de salário mensal do servidor brasileiro, que já é bem alto (R$ 46.366,19)! #NãoAosPenduricalhos


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo