#MétodosDeOrganização – No passado não muito
distante, os noivos que podiam planejavam morar em casas grandes, com vários
quartos, pensando na quantidade de filhos que teriam. Não bastasse, deixar a
casa em ordem não era encarado como difícil, visto que havia disponibilidade de
empregadas domésticas. De alguns anos para cá, além do forte controle de
natalidade, que resulta em um ou no máximo dois filhos, cada vez mais a
sociedade carece de trabalhadores domésticos ou tem dificuldade de bancar esses
serviços.
Deixo claro que as pessoas são diferentes, as
famílias são diferentes, as sociedades são diferentes e, por conseguinte, os
povos e os países são diferentes. Com profundo respeito às diferenças, sugiro
condutas que entendo factíveis para ajudar no dia a dia.
Há séculos, a sociedade japonesa criou regras
denominadas de “5S”. O sistema teve origem nas fábricas, mas funciona também
nos lares. Trata-se de uma forma prática e consciente de organizar, sem excessos
ou complicações, mesmo com a rotina puxada, ou seja, cuidar da casa e de quem
vive nela. Vejam:
01)- Seiri (Senso de utilização): descartar materiais
e equipamentos sem uso, inclusive roupas, utensílios, papéis, brinquedos e até
eletrodomésticos.
02)- Seiton (Senso de ordenação): após cumprir a 1ª
medida, é hora de garantir que tudo tenha um lugar definido, priorizando o que
faz sentido no uso do dia a dia com mais frequência. Isso ajuda a manter a casa
mais funcional e agradável.
03)- Seisô (Senso de limpeza): além de arrumar,
manter tudo limpo é fundamental. Extrapola a faxina semanal, com uma rotina frequente
de limpeza para evitar o acúmulo de suleira e prolongar a sensação de bem-estar.
04)- Seiketsu (Senso de padronização): significa
transformar pequenas atitudes em rotina, como a ideia de “usou, guardou”, que
ajudam a casa a funcionar melhor diariamente. Como referência, vale usar os
mesmos tipos de potes ou separar os objetos por categoria, o que facilita em
muito as tarefas.
05)- Shitsuke (Senso de disciplina): é o
sustentáculo de todas as outras providências. Manter a casa organizada é um
processo, não um evento isolado. A bagunça aparece, mas o importante é ter um
ponto de retorno. Rever os espaços de tempos em tempos e incluir a família nos
cuidados faz parte dessa etapa. Mais importante do que seguir o método à risca
é adaptá-lo ao que funciona na casa. Quando o hábito se forma, a organização
deixa de ser uma tarefa e vira parte natural da rotina.
Ao falar sobre o método “5S”, não prego a rigidez, mas sim o senso de equilíbrio para deixar o dia a dia mais fluido, com menos trabalho e mais bem-estar. Entendo também que esta metodologia contribui para a boa formação de crianças e jovens. #5SNoLar
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo