terça-feira, 2 de setembro de 2025

Contra a desigualdade salarial

 

#RespeitoÀMulher – Em toda oportunidade, demonstro a maligna desigualdade salarial entre homens e mulheres, na maioria das atividades que exercem. Ao falar do assunto, despontam sentimentos que guardo como o fato de haver tido uma mãe verdadeiramente guerreira que, além das atividades domésticas e da lavoura, acompanhava a educação dos cinco filhos, cuidava do sogro e da sogra (meus queridos avós), do cunhado e da cunhada. Na cultura japonesa, são obrigações destinadas à mulher do filho mais velho. Nunca vi minha mãe (Fumica) reclamando de cansaço, arrependimento ou demonstrando desânimo. Ao contrário, estava sempre de bom humor, feliz e amorosa. Foi o alicerce da minha formação para respeitar, reconhecer e agradecer o relevante papel das mulheres em todos os sentidos.

 

Hoje, falo sobre a atividade feminina no mercado de trabalho. O 3º Relatório de Transparência Salarial, de responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego (abril/2025), demonstra que as mulheres avançam nos trabalhos profissionais, mas ainda ganham 20,9% menos do que os homens, no exercício das mesmas funções. Pior. A desigualdade salarial cresceu no Brasil. Em 2021, era de 19,4%; em 2022, subiu para 20,7%; e em 2024, para 20,9%. Segundo o Relatório Anual de Informações Sociais, em 2024, a média salarial das mulheres no País foi de R$ 3.755,01 contra R$ 4.745,53 dos homens. Lamentamos também o salário médio das mulheres negras que, em 2024, foi de R$ 2.864,39, 47,5% menor do que o recebido pelos homens não negros.

 

Estudos mostram que, se houvesse igualdade salarial, seriam injetados na economia nacional R$ 95 bilhões. As mulheres recebem menos do que os homens em atividades operacionais, serviços administrativos, diretorias e  gerências, com mesmo nível de ensino superior. O Distrito Federal tem a maior média salarial – mulheres, R$ 5.656,33, e homens, R$ 6.282,81; em São Paulo, as mulheres ganham, em média, R$ 4.516,92, e homens, R$ 5.803,67.

 

A Lei da Igualdade Salarial (Lei Federal nº 14.611), de 2023, prevê fiscalização para impor transparência salarial, ações contra discriminações, canais de denúncia, programas de diversidade e inclusão e apoio à capacitação de mulheres. Porém, registra resultados benéficos insignificantes. Passam despercebidos ainda denúncias de assédio sexual no trabalho e dupla jornada; e problemas de menopausa.



Além de apoiar sem limites a igualdade entre homens e mulheres, sob todos os aspectos, apadrinho com transparência e sinceridade uma maior participação das mulheres na administração das empresas, nos Tribunais de Contas, em todos os níveis do Judiciário e nos Poderes Executivo e Legislativo das três esferas. #ContraADesigualdadeSalarial

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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