#RespeitoÀMulher – Em toda oportunidade, demonstro
a maligna desigualdade salarial entre homens e mulheres, na maioria das
atividades que exercem. Ao falar do assunto, despontam sentimentos que guardo
como o fato de haver tido uma mãe verdadeiramente guerreira que, além das
atividades domésticas e da lavoura, acompanhava a educação dos cinco filhos,
cuidava do sogro e da sogra (meus queridos avós), do cunhado e da cunhada. Na
cultura japonesa, são obrigações destinadas à mulher do filho mais velho. Nunca
vi minha mãe (Fumica) reclamando de cansaço, arrependimento ou demonstrando
desânimo. Ao contrário, estava sempre de bom humor, feliz e amorosa. Foi o
alicerce da minha formação para respeitar, reconhecer e agradecer o relevante
papel das mulheres em todos os sentidos.
Hoje, falo sobre a atividade feminina no mercado de
trabalho. O 3º Relatório de Transparência Salarial, de responsabilidade do Ministério
do Trabalho e Emprego (abril/2025), demonstra que as mulheres avançam nos
trabalhos profissionais, mas ainda ganham 20,9% menos do que os homens, no
exercício das mesmas funções. Pior. A desigualdade salarial cresceu no Brasil. Em
2021, era de 19,4%; em 2022, subiu para 20,7%; e em 2024, para 20,9%. Segundo o
Relatório Anual de Informações Sociais, em 2024, a média salarial das mulheres
no País foi de R$ 3.755,01 contra R$ 4.745,53 dos homens. Lamentamos também o
salário médio das mulheres negras que, em 2024, foi de R$ 2.864,39, 47,5% menor
do que o recebido pelos homens não negros.
Estudos mostram que, se houvesse igualdade
salarial, seriam injetados na economia nacional R$ 95 bilhões. As mulheres
recebem menos do que os homens em atividades operacionais, serviços
administrativos, diretorias e gerências,
com mesmo nível de ensino superior. O Distrito Federal tem a maior média
salarial – mulheres, R$ 5.656,33, e homens, R$ 6.282,81; em São Paulo, as
mulheres ganham, em média, R$ 4.516,92, e homens, R$ 5.803,67.
A Lei da Igualdade Salarial (Lei Federal nº 14.611),
de 2023, prevê fiscalização para impor transparência salarial, ações contra
discriminações, canais de denúncia, programas de diversidade e inclusão e apoio
à capacitação de mulheres. Porém, registra resultados benéficos insignificantes.
Passam despercebidos ainda denúncias de assédio sexual no trabalho e dupla
jornada; e problemas de menopausa.
Além de apoiar sem limites a igualdade entre homens
e mulheres, sob todos os aspectos, apadrinho com transparência e sinceridade
uma maior participação das mulheres na administração das empresas, nos
Tribunais de Contas, em todos os níveis do Judiciário e nos Poderes Executivo e
Legislativo das três esferas. #ContraADesigualdadeSalarial
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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