(Foto: Marcos Santos / USP Imagens)
#PazESustentabilidade – O Brasil recebeu o 1º
Ministro do Japão, Fumio Kishida, para uma dinâmica pauta iniciada em 3 de maio.
No dia seguinte, ele foi recepcionado na sede da Sociedade Brasileira de
Cultura Japonesa e Assistência Social (Bunkyo) e, à tarde, palestrou para
convidados no auditório da Faculdade de Direito da USP (Largo São Francisco),
onde tive a satisfação de estar.
Na ocasião, em solidariedade ao povo do Rio Grande
do Sul, que enfrenta uma tragédia jamais vista, com chuvas intermitentes e
volumosas ocasionando mortes, desaparecimentos e desabrigados, me privei de
fazer comentários sobre a visita.
Dito isso, com muita honra, compareci à palestra do
premiê que teceu comentários certeiros sobre os rumos da política diplomática
do Japão para o Brasil e para a América Latina. “O Brasil tem grande tradição de relação com o
Japão e nossa Universidade também. Hoje, mais cedo, assinamos um convênio que,
em janeiro, prevê a realização de um encontro entre reitores brasileiros e
japoneses que, espero, amplie essas relações”, saudou o reitor da USP, Gilberto Carlotti Junior.
Kishida rememorou que São Paulo foi o ponto de
chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil e falou sobre os esforços
do governo japonês para fortalecer os laços econômicos com nosso País e toda
América Latina. “Esta região tem enorme potencial para a resolução de problemas
globais”, disse citando a necessidade de que o mundo supere desafios, como a
mitigação dos impactos das mudanças climáticas para vencer a desigualdade e a
pobreza.
Afirmando que “as relações econômicas devem ser
baseadas na confiança para que se alcance a prosperidade justa”, o premiê falou
sobre a necessidade de que se fortaleçam as funções da Organização das Nações
Unidas (ONU), com a criação de um conselho de segurança que reflita o mundo de
hoje. Após a guerra, em 1950, relembrou, ele, o Japão iniciou a reconstrução
integral do país, obtendo em 1956 o apoio total do Brasil e demais países da
América Latina. Citou a grande parceria Japão-Brasil para a implementação do
Programa de Desbravamento do Cerrado Brasileiro (Proceder), com financiamento japonês
de 90%. O sucesso do projeto elevou o Brasil a maior produtor de commodities (soja, arroz, trigo, feijão,
algodão e etc).
A palestra baseou-se na necessidade premente de
todos os governos empreenderem políticas públicas pela dignidade do ser humano.
Em especial, na conquista do estado de direito, dos direitos humanos, na luta
para reduzir a desigualdade social e na participação efetiva de todas as nações
na defesa intransigente do meio ambiente, visando o desenvolvimento
sustentável.
O premiê destacou o esforço pelo desarmamento
global, principalmente de armas nucleares: “Faço desse desejo um ato de minha
vida, visto que nasci na província de Hiroshima, devastada pela bomba atômica,
no fim da 2ª Guerra Mundial”. Ele foi demoradamente aplaudido. “A palestra foi
um sucesso e que a próxima visita do líder japonês não demore tantos
anos”, disse o diretor da faculdade, professor Celso Fernandes Campilongo,
que fez o encerramento do evento. #ApeloDoPremiê
Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário