#EconomiaMundial – O termo globalização e a
identificação de um processo mais abrangente e intensivo surgiram no final da
década de 1980. Já a globalização contemporânea, com a aceleração na integração
econômica, política e cultural, intensificou-se a partir da década de 1990. As
raízes remontam às épocas das Grandes Navegações, dos séculos XV e XVI. Os EUA
sempre primaram como a potência vanguardeira desde os anos de 1930, antes da 2ª
Guerra Mundial, principalmente no que tange ao setor agropecuário, comandando
um forte comércio mundial, com exportação maciça de alimentos. Claro, também na
área industrial, muito superior ao resto do mundo. Sem uma percepção geral, os
EUA, implementavam a dita globalização, com uma vigorosa política de exportação
de produtos primários (alimentos) e secundários (industrial).
Sem ser economista e muito menos especialista sobre
as relações multilaterais, comento sobre a preocupante situação que o mundo
enfrenta com as ações tarifárias iniciadas pelo governo Trump, que colocam em
polvorosa praticamente todos os países. O Brasil não escapa. Em termos
industriais e tecnológicos, estamos extremamente atrasados em relação aos desenvolvidos
EUA, China, Japão, Rússia, Alemanha, Inglaterra, França, Dinamarca, Coréia do
Sul e etc.
Apesar da preocupação, o governo brasileiro vem
tratando o abalo tarifário desencadeado pelos EUA com diplomacia,
diferentemente da também poderosa China, que rechaça as tarifas americanas e
tem respondido à altura às ameaças americanas. Em abril, pela primeira
vez, o governo chinês afirmou que a soja brasileira pode substituir os grãos dos
EUA no abastecimento do país. O vice-diretor da Comissão Nacional de
Desenvolvimento e Reforma da China, Zhao Chenxin, declarou que “o fornecimento
de grãos para o país não será impactado pela perda de importação de grãos
forrageiros e oleaginosas dos EUA, uma vez que há substitutos disponíveis no
mercado global e reservas internas suficientes”.
O fim do silêncio chinês ocorre num momento em que
o país é o maior importador mundial de soja, devendo receber uma quantidade
recorde desse produto da América do Sul, já neste trimestre, com o objetivo de
aliviar a escassez de oferta e, assim, reduzir os preços da ração animal, com
previsão de importação de soja do Brasil, Argentina e Uruguai. Devem
ultrapassar 30 milhões de toneladas, ou seja, o maior volume já registrado
nesse período.
Dificilmente, haverá retrocessos nas relações multilaterais
entre os países, apesar de, em algum momento, enfrentarmos discordâncias, como o
que está acontecendo em relação ao ardiloso presidente Donald Trump que, com
medidas descabidas, gera prejuízos de ordem mundial. Aliás, coloca os próprios
EUA em cheque e enfrenta forte oposição do povo americano que se manifesta
contra a guerra tarifária imposta pelo seu comandante, alvo de grande
impopularidade. #TarifaçoDaSoja
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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