sexta-feira, 9 de maio de 2025

Tarifaço da soja

 


#EconomiaMundial – O termo globalização e a identificação de um processo mais abrangente e intensivo surgiram no final da década de 1980. Já a globalização contemporânea, com a aceleração na integração econômica, política e cultural, intensificou-se a partir da década de 1990. As raízes remontam às épocas das Grandes Navegações, dos séculos XV e XVI. Os EUA sempre primaram como a potência vanguardeira desde os anos de 1930, antes da 2ª Guerra Mundial, principalmente no que tange ao setor agropecuário, comandando um forte comércio mundial, com exportação maciça de alimentos. Claro, também na área industrial, muito superior ao resto do mundo. Sem uma percepção geral, os EUA, implementavam a dita globalização, com uma vigorosa política de exportação de produtos primários (alimentos) e secundários (industrial).

 

Sem ser economista e muito menos especialista sobre as relações multilaterais, comento sobre a preocupante situação que o mundo enfrenta com as ações tarifárias iniciadas pelo governo Trump, que colocam em polvorosa praticamente todos os países. O Brasil não escapa. Em termos industriais e tecnológicos, estamos extremamente atrasados em relação aos desenvolvidos EUA, China, Japão, Rússia, Alemanha, Inglaterra, França, Dinamarca, Coréia do Sul e etc.

 

Apesar da preocupação, o governo brasileiro vem tratando o abalo tarifário desencadeado pelos EUA com diplomacia, diferentemente da também poderosa China, que rechaça as tarifas americanas e tem respondido à altura às ameaças americanas. Em abril, pela primeira vez, o governo chinês afirmou que a soja brasileira pode substituir os grãos dos EUA no abastecimento do país. O vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Zhao Chenxin, declarou que “o fornecimento de grãos para o país não será impactado pela perda de importação de grãos forrageiros e oleaginosas dos EUA, uma vez que há substitutos disponíveis no mercado global e reservas internas suficientes”.

O fim do silêncio chinês ocorre num momento em que o país é o maior importador mundial de soja, devendo receber uma quantidade recorde desse produto da América do Sul, já neste trimestre, com o objetivo de aliviar a escassez de oferta e, assim, reduzir os preços da ração animal, com previsão de importação de soja do Brasil, Argentina e Uruguai. Devem ultrapassar 30 milhões de toneladas, ou seja, o maior volume já registrado nesse período.

 

Dificilmente, haverá retrocessos nas relações multilaterais entre os países, apesar de, em algum momento, enfrentarmos discordâncias, como o que está acontecendo em relação ao ardiloso presidente Donald Trump que, com medidas descabidas, gera prejuízos de ordem mundial. Aliás, coloca os próprios EUA em cheque e enfrenta forte oposição do povo americano que se manifesta contra a guerra tarifária imposta pelo seu comandante, alvo de grande impopularidade. #TarifaçoDaSoja

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

 

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