#CãoNãoÉBagagem – O cão Joca, da raça Golden
Retriever, de 5 anos, morreu vítima de falha e de total irresponsabilidade da
empresa Gollog, prestadora de serviços da Gol Linhas Aéreas. Foi em abril e
somente em 29 de julho último, a Justiça de São Paulo determinou que a Polícia
Civil apure com a Gollog, se o comandante do avião sabia que o cachorro Joca
estava a bordo. Segundo o relatório final, “houve efetivo erro no embarque do
animal”, em uma caixa de transporte lacrada. Pasmem!
O juiz Gilberto Azevedo Costa também pediu
informações sobre a sindicância interna da empresa Gollog e as medidas tomadas
após a morte de Joca. Para se ter ideia, no começo de julho, a Polícia Civil de
São Paulo encerrou a investigação e ninguém foi indiciado. Seria pelo fato de a
vítima ser um animal? Absurdo! Toda vida importa!
O magistrado também incluiu um pedido de apuração à
Infraero. Porém, a gestão do Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP, onde Joca
embarcou, informou que a responsabilidade é da GRU Airports. Enfim, sempre a
velha desculpa e a rotina de cada um se safando do ocorrido.
A verdade é o laudo da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), que concluiu que a
causa da morte do cachorro foi “choque cardiogênico”, ou seja, ineficiência do
coração em bombear o sangue para os órgãos, em função de Joca haver sido
transportado em caixa lacrada, sem qualquer ventilação.
Vamos relembrar: Joca pesava 47 kg e deveria ser
conduzido do Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP (voo 1480) para Sinop/MT,
onde estava seu tutor, João Fantazzini. Por um erro grosseiro, foi transportado
para Fortaleza/CE. Após a falha, houveram por bem, reconduzi-lo para Guarulhos,
onde Joca foi encontrado sem vida pelo tutor.
O médico veterinário informou ao tutor que o animal
poderia suportar uma viagem de até 2 horas. O equívoco no trajeto elevou a
jornada para 8 horas. E o pior da história: Joca foi transportado como se fosse
bagagem, num ato criminoso dos responsáveis. Na época da tragédia, em razão da
enorme repercussão, a Secretaria Nacional do Consumidor – Senacon (vinculada ao
Ministério da Justiça) intimou a Gol a prestar esclarecimentos. Também o
Ministério de Portos e Aeroportos com a Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) anunciaram a investigação do caso, em parceria com a Delegacia do Meio
Ambiente de Guarulhos/SP, que instaurou inquérito policial para investigar a
morte, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Até o presidente
Lula veio ao público para manifestar pesar e afirmar que a “Gol deve prestar
conta”.
“Eles deixaram o cachorro no sol na pista dentro da
caixa, sem ventilação e sem água. Nosso Joca chegou a São Paulo e deram a notícia
de que ele estava morto. Acabou com a nossa família, ele era nossa família!
Nada vai trazer o nosso Joca de volta”, declarou Fantazzini.
E como anda a investigação sobre o caso? Até a
presente data, nem empresas e nem funcionários foram indiciados. Será que um
novo protocolo de transporte de animais entrou em vigor para prevenir casos
como este no futuro? Pelo que se saiba, nada.
O fato incontestável é que os animais não podem ser
transportados como bagagem ou carga. Quem tem animal de estimação sabe o
tamanho do amor que nutre e os reconhece como parte da família. #TodaVidaImporta
#JustiçaParaJoca
(Imagem:
Reprodução/TV Globo)
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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