#ImportanteAlerta – A mesma comunidade científica
que há anos alerta sobre as consequências trágicas de que o povo brasileiro
poderia ser vítima, notadamente nos estados da região sul, pressiona os poderes
públicos pela necessidade urgente de adaptação urbana frente às mudanças
climáticas. Porém, afirma que uma série de projetos de lei, em trâmite no
Congresso Nacional, está na contramão desse propósito.
Quando se trata de adaptação, parte importante é a
preservação da vegetação natural próxima aos rios, costas e mares. A mata
ciliar serve como primeira barreira às enchentes, aumentando a permeabilidade
do solo e evitando a erosão, da mesma forma que mangues e restingas na zona
costeira ajudam a conter ressacas marinhas.
Segundo essa comunidade científica, tal cuidado é
ignorado nos 25 projetos de lei e três Propostas de Emendas à Constituição
(PECs), que tramitam no Congresso e afetam o Código Florestal e o licenciamento
ambiental. As proposições dificultam os turistas nos finais de semana, feriados
e férias nas praias, visto que muitas passariam a ser consideradas particulares.
A Constituição Federal é claríssima, quando dispõe
que todas as áreas situadas na zona costeira, margens de rios e lagoas, até
onde se faça sentir a influência das marés, como manguezais, ilhas costeiras e
oceânicas, pertencem integralmente à Marinha Brasileira, conforme sacramentado
há 200 anos. Não há como prevalecer o direito do particular nessas áreas.
Porém, infelizmente, existem locais públicos considerados “imóveis particulares”.
Mesmo levando em consideração que o dispositivo é obsoleto (200 anos), nada
justifica projetos de lei e PECs com nítido intuito de transferência de bens
públicos aos particulares. Abrirão brechas para privatizar, edificar, degradar,
aterrar ou desaparecer com essas áreas. Caso aprovados, projetos de lei e PECs
que tramitam no Congresso oficializariam “praias particulares ou de
condôminos”, acabando com a proteção ambiental, como também com o lazer e
cultura da população.
Cito o caso de um muro com extensão de 576 metros,
construído de forma caseira, sem licenciamento ambiental, no pontal de
Maracaípe, litoral sul de Pernambuco (Foto:
Reprodução/TV Globo). Após a Imprensa escancarar o assunto, a Justiça ordenou
o desmonte da estrutura: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/05/23/cprh-manda-derrubar-muro-construido-ha-um-ano-no-pontal-de-maracaipe-e-que-dificultava-acesso-a-praia.ghtml
Há alguns dias, ganhou destaque na mídia um
empreendimento imobiliário no “Caribe brasileiro” – cerca de 100 km entre o
litoral norte de Alagoas e o sul de Pernambuco, que tem o jogador Neymar como
parceiro. Virou alvo de críticas por conta das PECs que tratam de privatizações
das praias, no Congresso. Aliás, o assunto gerou um bate-boca na rede social
entre Neymar e a artista Luana Piovani. A treta começou com o debate sobre
privatização de praias:
https://www.uol.com.br/splash/noticias/2024/05/31/luana-piovani-neymar.htm
Faço um apelo público para que, caso tenham
conhecimento da existência de “praias particulares”, denunciem a ilegalidade
imediatamente às autoridades constituídas e à polícia. #PraiasEmRisco
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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