sexta-feira, 21 de março de 2025

Cafezinho ameaçado

 


#DisparadaDoCafé – Em qualquer lugar no Brasil, sempre encontramos um cafezinho pronto para beber. Pode ser na recepção de um consultório, nos bares, no shopping, na casa da avó, da tia ou numa reunião de negócios, essa bebida faz parte da rotina. O café é muito mais que um produto comercial. Tornou-se uma cultura brasileira. Segundo a história, o café surgiu na Etiópia pelos idos anos de 575 d.C., mas foi no mundo árabe que encontrou o seu primeiro lar. Por volta do século XV, esses fantásticos grãos já estavam rodando por países como o Iêmen e o Egito.

 

No Brasil, o café foi introduzido em 1727 pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que trouxe as primeiras mudas da Guiana Francesa. Desde então, a produção de café cresceu exponencialmente, fazendo do nosso País o maior produtor e exportador do mundo.

 

Atualmente, vivemos a alta acelerada do preço do café. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC), o preço médio do quilo de café no varejo quase dobrou nos últimos 12 meses, passando de R$ 29,62 para R$ 56,07, com reflexos diretos no nosso cafezinho de toda hora.

 

Despontam entre os motivos principais: problemas climáticos, como a combinação de seca e calor excessivo, responsáveis pela redução da oferta do grão nas principais regiões produtoras (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia); o aumento das exportações, que prejudica a oferta do produto no mercado interno, impulsionadas pela forte queda do Real frente ao Dólar que – eram 231 mil sacas de 60 kg de grãos em 2022, e em 2024, 2,8 milhões de sacas –; e o extraordinário aumento de 1 bilhão de novos consumidores do continente asiático, capitaneado pela China e demais países como o Vietnã, Indonésia, Tailândia e Índia, que não param de crescer.

 

Dificilmente, o preço do café vai cair. É triste, mas é a realidade. O consumo diário do nosso sagrado cafezinho permanece ameaçado. É preciso atenção já que a privação de um hábito tão arraigado, por questão financeira, pode contribuir para gerar depressão. #CafezinhoAmeaçado

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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