sexta-feira, 28 de março de 2025

Apoio real a mínis e pequenos

 

#AltaDePreços – Especialistas apontam como principais causas da disparada de preços dos alimentos a inflação, eventos climáticos extremos, aumento da demanda e desvalorização cambial. Com humildade, apresento soluções que entendo poderem amenizar os problemas. 

 

Inflação em alta puxa os custos de energia, combustível e logística; extremos climáticos prejudicam a produção; aumento do consumo contribui para alta de preços; desvalorização cambial, com dólar 27,34% à frente do real em 2024, estimula produtores a exportarem (recebendo em dólar) em vez de venderem no mercado interno.

 

É o caso do trigo. O Brasil importa grande quantidade do produto, que é a base para pães, massas, biscoitos, etc..., impulsionando a alta de preços. Com o dólar valorizado, sobem preços dos insumos de que a agricultura necessita, como fertilizantes, defensivos agrícolas, sementes e outros, impactando o custo dos alimentos aos consumidores.

 

Zerar a alíquota de importação de carne, café, açúcar e etc... é uma das medidas anunciadas pelo governo federal que não atinge as causas do problema. Nem mesmo o Plano Safra da Agricultura Familiar contribui para combater o desabastecimento e conter os preços. Do estímulo ao agricultor até a chegada dos alimentos aos consumidores passam-se, no mínimo, 12 meses.

 

Há alternativas para reduzir preços e garantir o abastecimento regular dos alimentos, desde que os programas sejam criados e desenvolvidos ao longo dos anos, visando sempre o futuro. Nos idos anos de 1956, foi criada a estrutura Programa de Desenvolvimento do Cerrado Brasileiro (Prodecer), com 90% do investimento bancados pelo governo japonês, que transformou o centro-oeste brasileiro no maior polo produtivo de cereais do mundo.

 

Para que o Prodecer desse certo, criou-se a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Emater). São estruturas fundamentais para pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico visando novos cultivares, assistência técnica integral e extensão rural aos agricultores. Com esses programas, o Brasil é autossuficiente na produção de commodities (soja, milho, arroz, feijão, algodão e etc.)

 

Já o programa para impulsionar a Agricultura Familiar não decola há décadas. É muito mais político do que produtivo. As pessoas ganham terras públicas do governo para produzir e financiamentos. Porém, totalmente despreparadas, sem vocação, sem aprendizado e sem profissionalismo, viram protagonistas de uma reforma agrária fracassada, com abundância de terras, clima favorável e condições hídricas suficientes. Cerca de 80% dos participantes da reforma agrária acabam morrendo na praia.

 

Se míni e pequenos produtores enquadrados no programa Agricultura Familiar fossem selecionados e preparados como foram os agricultores de cereais, com certeza, haveria autossuficiência na produção e abastecimento, com equilíbrio e preços estáveis o ano inteiro para hortaliças, ovos e frutas, independentemente do clima.

 

Oxalá os governantes e lideranças do setor produtivo avancem, unidos, ancorados em programas estáveis e permanentes em prol dos míni e pequenos produtores! Os resultados serão benéficos a todo País. Como referência, cito as regiões paulistas de Mogi das Cruzes e de Pilar do Sul, onde míni e pequenos produtores, sem qualquer apoio governamental, há décadas são campeões na produção de hortifrutigranjeiros. É ver pra crer! #ApoioRealAMinisEPequenos

 

(Foto: Divulgação/PMMC)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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