#AltaDePreços – Especialistas apontam como principais
causas da disparada de preços dos alimentos a inflação, eventos climáticos
extremos, aumento da demanda e desvalorização cambial. Com humildade, apresento
soluções que entendo poderem amenizar os problemas.
Inflação em alta puxa os custos de energia,
combustível e logística; extremos climáticos prejudicam a produção; aumento do consumo contribui para alta de preços; desvalorização
cambial, com dólar 27,34% à frente do real em 2024, estimula produtores a exportarem
(recebendo em dólar) em vez de venderem no mercado interno.
É o caso do trigo. O Brasil importa grande
quantidade do produto, que é a base para pães, massas, biscoitos, etc...,
impulsionando a alta de preços. Com o dólar valorizado, sobem preços dos insumos
de que a agricultura necessita, como fertilizantes, defensivos agrícolas,
sementes e outros, impactando o custo dos alimentos aos consumidores.
Zerar a alíquota de importação de carne, café,
açúcar e etc... é uma das medidas anunciadas pelo governo federal que não
atinge as causas do problema. Nem mesmo o Plano Safra da Agricultura Familiar
contribui para combater o desabastecimento e conter os preços. Do estímulo ao
agricultor até a chegada dos alimentos aos consumidores passam-se, no mínimo,
12 meses.
Há alternativas para reduzir preços e garantir o
abastecimento regular dos alimentos, desde que os programas sejam criados e
desenvolvidos ao longo dos anos, visando sempre o futuro. Nos idos anos de
1956, foi criada a estrutura Programa de Desenvolvimento do Cerrado Brasileiro
(Prodecer), com 90% do investimento bancados pelo governo japonês, que
transformou o centro-oeste brasileiro no maior polo produtivo de cereais do
mundo.
Para que o Prodecer desse certo, criou-se a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto de Inovação para o
Desenvolvimento Rural Sustentável (Emater). São estruturas fundamentais para pesquisa,
inovação e desenvolvimento tecnológico visando novos cultivares, assistência técnica
integral e extensão rural aos agricultores. Com esses programas, o Brasil é autossuficiente
na produção de commodities (soja, milho, arroz, feijão, algodão e etc.)
Já o programa para impulsionar a Agricultura
Familiar não decola há décadas. É muito mais político do que produtivo. As
pessoas ganham terras públicas do governo para produzir e financiamentos. Porém,
totalmente despreparadas, sem vocação, sem aprendizado e sem profissionalismo, viram
protagonistas de uma reforma agrária fracassada, com abundância de terras,
clima favorável e condições hídricas suficientes. Cerca de 80% dos
participantes da reforma agrária acabam morrendo na praia.
Se míni e pequenos produtores enquadrados no
programa Agricultura Familiar fossem selecionados e preparados como foram os
agricultores de cereais, com certeza, haveria autossuficiência na produção e
abastecimento, com equilíbrio e preços estáveis o ano inteiro para hortaliças,
ovos e frutas, independentemente do clima.
Oxalá os governantes e lideranças do setor
produtivo avancem, unidos, ancorados em programas estáveis e permanentes em
prol dos míni e pequenos produtores! Os resultados serão benéficos a todo País.
Como referência, cito as regiões paulistas de Mogi das Cruzes e de Pilar do Sul,
onde míni e pequenos produtores, sem qualquer apoio governamental, há décadas
são campeões na produção de hortifrutigranjeiros. É ver pra crer! #ApoioRealAMinisEPequenos
(Foto: Divulgação/PMMC)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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