#PelaUniversalização – “Ganhos com saneamento no
Brasil podem superar R$ 816 bilhões” é a notícia, baseada na afirmação de Luana
Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil (ITB). É um dado altamente
relevante, considerando que 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água
potável e mais de 93 milhões (43%) não têm coleta nem tratamento de esgoto. As
esperanças surgiram com o lançamento do Marco Legal do Saneamento que, em 2020,
estabeleceu metas ambiciosas para a universalização dos serviços até 2033.
Luana Pretto afirma que “é crucial compreender os
impactos reais da desigualdade e explorar as soluções possíveis”. É preciso
considerar “de que maneira a universalização do saneamento básico no País
impacta a evolução escolar de crianças e adolescentes e as disparidades de
gênero e renda, além de questões como custos na saúde e em outras pastas
econômicas”.
Diferenças gigantescas fazem parte desse imenso
Brasil. Na região norte, apenas 64% da população têm acesso à água potável e
14% à coleta e ao tratamento de esgoto, enquanto na região sul os números são
91,3% e 80,5%, respectivamente. Quanto aos investimentos, a diferença é abismal:
R$ 57 por habitante/ano na região norte; e R$ 130 por habitante/ano na região
sudeste.
A ausência de saneamento básico refletiu-se na
internação de 191 mil pessoas em 2023 e em 2 mil mortes, decorrentes de lepstopirose
e de outras doenças evitáveis. Os males comprometem o desenvolvimento físico,
intelectual e neurológico de muitas crianças. Nos adultos é visível a falta
contínua ao trabalho, prejudicando o orçamento familiar. Há de se registrar que
a falta de saneamento básico atinge demais a figura feminina, porque costuma caber
à mulher os afazeres domésticos e cuidados com os doentes.
O Marco Legal do Saneamento estabelece o
investimento de R$ 111 bilhões até 2030. Porém, a presidente do ITB calcula a
necessidade de, no mínimo, R$ 230 bilhões para que todas as pessoas tenham
saneamento básico. Segundo ela, toda a sociedade precisa eleger o saneamento
básico como prioridade governamental. No contexto, destaca a importância da Conferência
da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA) entre
os dias 10 e 21 de novembro deste ano. Além da crise climática, o saneamento
básico também deverá ser discutido no evento com a amplitude que o tema e a
realidade exigem. #DramaDoSaneamento
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário