sexta-feira, 11 de abril de 2025

O céu é o limite

 

#PonteNasNuvens – A capacidade do ser humano de alcançar resultados, outrora inimagináveis, é surpreendente. O exemplo é a internet que revolucionou o setor de comunicações de tal forma que as nações do mundo inteiro estão interligadas. Os únicos desconectados são os países que assim desejam.

 

A engenharia e a arquitetura, aliadas ao setor econômico, batem recordes com a construção de prédios cada vez mais altos. O edifício comercial Bruj Khalifa, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tem 828 metros de altura e 163 andares. Na praia de Camboriú, em Santa Catarina, será construído o mais alto prédio de apartamentos do mundo, Senna Tower, com mais de 500 metros de altura. Suplantará o Central Park Tower, de Nova York (EUA), que tem 472 metros de altura. Nota-se a paixão humana por conquistas extremas. Ou seja, o céu é o limite. Outra novidade vem de Sorocaba/SP, onde a prefeitura, por meio de Parceria Público-Privada (PPP), deseja erguer edificação com 170 andares que baterá o recorde mundial de altura: 1 mil metros.

 

Nada contra essas construções. Mas, penso que merecem destaque as obras de infraestrutura que beneficiem a população, trazendo aproximação entre as comunidades, regiões e países. É o caso das pontes. No sul da França, foi inaugurada a ponte mais alta do mundo, segundo o Guinness World Records. Chama-se Viaduto de Millau, com extensão de 2.460 metros e 336,4 metros de altura, ultrapassando os 330 metros da Torre Eiffel.

 

Além da importância de permitir cruzar a região, até então impossível, a ponte Millau tornou-se uma atração turística, com direito ao centro de visitantes, onde se pode ver a megaestrutura estaiada (suspensa por cabo). É o ponto relevante da engenharia e da arquitetura por superar barreiras físicas em pleno ar. Ao contrário de outras pontes que interligam dois pontos de altitudes semelhantes, o Viaduto Millau é uma “montanha-russa invertida”: oferece aos carros um caminho em linha reta num terreno extremamente íngreme, com picos e vales do desfiladeiro de Gorges-du-Tarn.

 

Antes da inauguração, o local era como uma barreira intransponível para quem viajava, por conta do Maciço Central da França, região linda que representa cerca de 15% do país e é rodeada pelos Alpes, com profundos cânions e rios correndo no seu interior. Quem tentava cortar o território ou deixar o norte da Europa rumo à Espanha era obrigado a contorná-lo com muita dificuldade. “A Ponte reconectou a Europa. Este gigante reconciliou, com sua delicadeza, a Europa”, resumiu o arquiteto Norman Foster, que projetou a estrutura. #CéuÉOLimite

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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