sexta-feira, 4 de abril de 2025

Viva a cachaça brasileira!

 

(Foto: Divulgação)

 

#MaravilhaDaCana – No meu tempo de criança e jovem, morador na zona rural no antigo bairro de Biritiba Ussu (atualmente, distrito), em Mogi das Cruzes/SP, a bebida mais consumida pelos homens da roça ao fim do expediente, finais de semana e feriados era a famosa pinga. A maioria se embebedava até cair e as ausências no trabalho às segundas-feiras eram constantes, por conta da grande ressaca.

 

A pinga ou cachaça é uma bebida genuinamente brasileira, descoberta de forma acidental logo nas primeiras décadas da história do País. Enfrentou preconceito das elites e a proibição de sua fabricação. Porém, como legítima representante popular brasileira, resistiu bravamente às contrariedades, atingindo os paladares mais exigentes e se popularizou no País, consolidando-se também pelo mundo como o destilado de cana de açúcar do Brasil.

 

Branquinha, amansa corno, água santa, aguardente e cachaça são as muitas denominações da pinga. No passado, foi utilizada como remédio fortificante e moeda de troca. Também foi símbolo de patriotismo, luta e resistência, além de incentivar as artes, aguçando a criatividade do povo. É um produto nacional de muitas histórias, democrático desde suas raízes. Patrimônio histórico, cultural e imaterial, representa muitas potencialidades a serem descobertas, como sua utilização na gastronomia, tanto em preparos populares quanto sofisticados, e a exploração de sua história e dos espaços de produção, assim como na preservação de suas memórias, atrativos para a prática do turismo cultural e de outras modalidades.

 

Em 2016, o Congresso Nacional decretou a cachaça brasileira como Patrimônio Histórico e Cultural do País. Em 3 de dezembro último, houve a premiação do 1º Concurso Estadual de Qualidade da Cachaça Paulista, na Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista. A competição teve como objetivo valorizar a excelência da bebida produzida no Estado, reconhecendo as melhores cachaças em três categorias: envelhecida, armazenada e branca. Foram 87 rótulos premiados, todos com qualidade certificada.

São Paulo é o maior produtor de cachaça do Brasil, com mais de 400 produtores, representando 45% da produção nacional. Foram premiadas:  Categoria Branca: Cachaça Almeida Valente de Arthur Nogueira; Categoria Armazenada: Cachaça Santa Capela Carvalho de Santa Bárbara d’Oeste; e Categoria Envelhecida: Cachaça Taboado de Votuporanga.

 

Como tudo se transforma na sociedade, a cachaça, outrora vítima de preconceito no Brasil, é cada vez mais consumida no mundo inteiro. Independentemente de ser ou não consumidor, vale prestigiar a bebida genuinamente brasileira! #VivaCachaçaBrasileira   

  

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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