sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Voto de confiança

Passaram-se pouco mais de dois meses do início da campanha eleitoral. Para candidato, uma verdadeira maratona contra o tempo. Às vésperas da prova das urnas e a poucas horas do início da proibição para que eu me comunique por via eletrônica, faço uma reflexão. Ou melhor, uma série de perguntas a mim mesmo.

Teria conseguido transmitir minhas propostas? Nas centenas de reuniões de que participei, será que falei com clareza para que todos entendessem? Assumi compromissos e tenho convicção de que, se eleito, irei cumpri-los. Mas, será que passei às pessoas a mesma segurança? Em meio ao emaranhado de questões, penso em como seria bom se o eleitor tivesse em mãos um espelho da alma de cada candidato.

Sim, porque as palavras correm o risco de serem perdidas ao vento. Mas, aquilo que cada um traz na alma é autêntico, cristalino e completo. Fala por si. Agora, recordo-me com emoção das enormes demonstrações de carinho que recebi ao longo deste período de campanha. É uma sensação indescritível sentir que o seu trabalho ajudou alguém. E que este alguém passou a querê-lo bem.

Igualmente, não existe definição para os sentimentos que afloram ao receber, por e-mail, a declaração de voto de alguém que nunca teve contato com você. Mas, aprovou suas propostas e, principalmente, depositou confiança em você.

Confiança – a palavra mais importante no vocabulário eleitoral. Pena que nem sempre seu significado receba a devida acolhida por parte de todos os concorrentes. Entendo que a confiança é muito mais que um tesouro. Não dá para enxergar, ouvir, tocar, cheirar, pegar e muito menos colocar preço. Ela simplesmente brota. Pode prosperar ou morrer. Muitas vezes, nem desabrocha. Fato é que confiança é sublime. Não se arranca nem se empresta. Confiança só existe quando é doada.

Escrevo o que sinto neste exato momento. Desculpe, se for desconexo.
Não sou marinheiro de primeira viagem. Mas, confesso que estou ansioso por domingo. Só quem já enfrentou o teste das urnas sabe direito do que estou falando. Delas, sairão a voz do povo, os termos da sua vontade. Eis a beleza suprema da democracia.

Sou um candidato ficha limpa, devidamente cadastrado no site Ficha Limpa. Sinceramente, gostaria que isto não fosse um diferencial. Esta deveria ser a obrigação de todo aquele que se propõe a atuar na vida pública. Da mesma forma que um agricultor precisa de vocação para lidar com a terra, o político tem de ser vocacionado a trabalhar pela sociedade e a lutar para atender seus anseios. Aí, deve residir sua fonte de inspiração.

Com a graça de Deus e pelos dons que Ele me deu, tenho cerca de 30 anos de experiência na vida pública. Já fui vereador, três vezes deputado estadual e prefeito por dois mandatos. Aprendi muito. E quero aprender sempre, porque quem para de aprender, morre por dentro. Extraí inúmeras lições da vivência como político. Mas, meu entendimento do significado de ser político não muda.

Continuo acreditando que é preciso ter vocação para atuar na vida pública. Continuo acreditando que a confiança é o bem maior que um político pode conquistar e tem de preservar. Continuo acreditando na força do povo, na sua capacidade de escolher e de fazer valer sua vontade.

Com esses sentimentos, caminho para o domingo de eleições. Com as certezas que trago na alma, peço muito mais que o seu voto. Peço que me doe a sua confiança. E deposite em mim a fé de que eu faça o meu melhor no exercício das funções públicas. Sou candidato a Deputado Federal e meu número é 2545.

Junji Abe é candidato a Deputado Federal pelo DEM - 2545