sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ano de pessoas melhores

Perdão e gratidão. Duas palavras simples de significado amplo e profundo. Porém, nem sempre praticadas com as merecidas frequência e intensidade. Estamos prestes a encerrar mais um ciclo de 365 dias. A Terra se prepara para completar mais uma volta em torno do Sol. E nós, pequeninos na imensidão do cosmos, ficamos envoltos por preocupações cotidianas.

Às vésperas da virada do ano, é normal a lembrança das urgências. Daquelas pendências, gigantescas ou minúsculas, que precisam ser eliminadas. Na expectativa dos dias vindouros, nada custa rememorar questões fundamentais, inexplicavelmente deixadas em aberto. Sim, é a correria que conduz à falta de tempo. Mas, o que justifica um perdão não pedido nem concedido? Ou um ‘muito obrigado’ não dito?

Aqui, entram as duas palavrinhas de valor inestimável. Penso que nossos esforços precisam ser dirigidos à meta de sermos pessoas melhores. Não mais ricas e nem mais poderosas. Apenas – e isto é de nobreza ímpar – pessoas melhores. Tanto os bens materiais quanto o poder são efêmeros. Passarão e se transformarão num piscar de olhos da eternidade. O que fica é a bagagem de conhecimentos. E o que cada um traz na alma.

Sob a ótica do que é fundamental, a matemática de perdas e ganhos se desprende do sentido convencional. O balanço passa a ter outro contorno. Estar no verde ou no vermelho depende diretamente do bem que se faz ou se deixa de fazer a alguém. São ações que enriquecem ou empobrecem a alma humana. E isto independe do saldo na conta bancária e das posses.

A cada dia, reafirmo minha convicção de que o ser humano foi criado para ser bom. Nenhuma obra de Deus poderia ser ruim. Mas, com o privilégio do livre arbítrio, nem sempre a escolha é o caminho do bem. As opções erradas vão corroendo a alma até não restar sequer o pó.

Da mesma forma, é possível fazer escolhas certas. E ficar do lado do bem. Não requer prática nem habilidade. Apenas o desejo sincero e o trabalho firme de cultivar as dádivas recebidas do Criador. Acredite: o mundo precisa de pessoas melhores, cada vez melhores.

Para levar adiante essa revolução interior, vale começar pelos pequenos acertos. Agradecer sempre, todo o tempo, por tudo. Até as situações aparentemente adversas merecem gratidão. Elas trazem grandes lições e até o sofrimento necessário para despertar a força interior, passaporte para a superação. Sim, a capacidade de se erguer e seguir em frente, sem lamentar ou sucumbir à autopiedade.

Ainda focando os pequenos acertos, pinço a necessidade do perdão. Em mão dupla! Ser indulgente e também pedir perdão. Nenhum mortal está imune aos erros. Portanto, a regra é a mútua compaixão.

Falo de perdão e gratidão em todos os sentidos. São palavras que precisam ser traduzidas em atos no dia a dia. Nada de deixar para amanhã. Peça e aceite desculpas sempre. Faz bem ao coração perdoar e agradecer. É muito importante dizer obrigado à atendente de uma loja. É fundamental agradecer a Deus pela família maravilhosa, pelos amigos leais, pela vida.

Na jornada pela evolução da alma, saímos com a vantagem da essência divina, concedida a cada um. O restante é boa vontade e prática cotidiana. Que em 2012 tenhamos fé, saúde, determinação, paz, coragem, sabedoria e bondade para fazer de nós mesmos pessoas sempre melhores.

Muito obrigado! Feliz Novo Ano!
Junji Abe é deputado federal – PSD-SP

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Hoje é dia de viver, bebê



Ao sempre amigo Ale Rocha,

com toda força e luz!


A vida é muito mais que “para ser vivida”. A vida é para quem sabe viver. E ele soube, como poucos. Dia após dia; e de novo, até o último. Apesar da dor, da falta de ar, das restrições que a doença impunha, apesar dos pesares.

Lembro-me da primeira vez que nos falamos. Foi pelo Twitter. Assim, de tanto contato virtual, ficamos próximos. E tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente. Jovem inteligente, culto, audaz, solidário, politizado, crítico, dono de um altruísmo ímpar e em pleno exercício da cidadania – sempre enfronhado com ações para melhorar o País, o Estado, a nossa cidade de Mogi das Cruzes.

Conhecer uma pessoa como ele é uma experiência valiosa. Tê-lo como amigo é uma dádiva divina. Faz a gente perceber o quanto é pequenino perto de alguém com tamanha força interior. Mas, também faz a gente se sentir um gigante pela energia positiva que recebe.

Ao longo do nosso convívio, tive cada vez mais motivos para admirá-lo. Acompanhei momentos difíceis que ele atravessou. Sempre com otimismo, fé, bom humor, um largo sorriso no rosto e, por incrível que pareça, o desejo de ajudar. Bem maior que o de ser ajudado. Aos mortais que não tiveram a mesma sorte que eu, só posso dizer que perderam uma grande oportunidade de aprendizado. Mais que isto: não tiveram a chance de conviver com um amigo leal, destes com quem a gente troca confidências, diz sempre o que pensa e sabe que estará ao seu lado. Mesmo que seja para cobrar ações e posturas. Ele cobrava bem. E, como político, digo que era uma honra ser cobrado por ele.

Jornalista brilhante, comentarista de TV coerente e antenado em tudo, blogueiro de primeira linha, um grande empreendedor, tudo isso e bem mais é o que mundo já sabia sobre ele.

Este menino de 34 anos, homem como poucos, era um pai de família dedicado e amoroso. Penso no pequeno João Vitor, seu filho. Sinto um nó enorme na garganta... Escrevo aqui de Brasília. Não pude me despedir do amigo mais guerreiro que já tive, um samurai armado com as palavras. Ele foi atender ao chamado de Deus. Decerto, a esta altura, já deve estar dando pitacos para melhorar as coisas por lá.

Aqui embaixo, ficamos com a saudade. E, ao mesmo tempo, com a certeza de que seu legado será preservado por todos aqueles abençoados por conhecê-lo. Das suas lições, extraio a melhor: viver. Intensamente, com todas as forças, com a alma inteira. Sim, viver cada dia como se fosse o último. Mas, com a alegria de ser o primeiro.

Adaptando da sua última frase no Twitter, digo: “Hoje é dia de viver, bebê”


Junji Abe (PSD-SP) é deputado federal

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Domingo de Páscoa



Meus filhos já são crescidos, mas tenho três netos pequenos que, com certeza, aguardam ansiosos o Domingo de Páscoa. Quem tem crianças na família sabe da expectativa em torno dos ovos de chocolate, trazidos pelos coelhinhos felpudos – leiam-se pais e avós. O apelo comercial é pesado. Começa semanas antes em tudo que é mídia. A meninada fica ouriçada, cobiçando as doces delícias, cada vez mais atraentes aos olhos dos pequeninos. E de muitos marmanjos também.

Para a economia de mercado, é formidável. Aquece a indústria e movimenta o comércio. Para o bolso dos coelhinhos felpudos, nem tanto. Haja pai de família fazendo das tripas coração para adoçar os pequenos na Páscoa.

Com todo respeito ao chamariz comercial da data e aos olhinhos brilhantes da criançada, peço uma pausa para falar do real significado da Páscoa.

Longe das maravilhas do cacau, o Domingo de Páscoa marca a ressurreição de Jesus Cristo. É a festa do renascimento Daquele que deu a vida para derramar o perdão divino sobre o nosso mundo de mortais pecadores.

Então, antes de saborear a tradicional bacalhoada ou uma deliciosa sardinha nesta Sexta-Feira Santa, vamos refletir um pouco sobre o sofrimento de Jesus. Visto como ameaça pelos poderosos, Ele foi crucificado por ser diferente. Por ser um líder imbatível, porque pregava o amor incondicional. Amor a Deus, aos pais, aos filhos, aos amigos, aos companheiros, aos desconhecidos, aos inimigos.

A Sexta-Feira da Paixão deve nos inspirar a refletir. E mais que isso. Deve nos conduzir à reconciliação. Com aqueles a quem magoamos, com aqueles que nos magoaram. É um dia para o perdão. Na cruz, à beira da morte física, Jesus elevou o pensamento ao Pai e pediu que Deus perdoasse seus algozes. Quem somos nós para negar perdão? Ou para não pedir perdão?

Lembro-me de Judas, o traidor que vendeu o Mestre. A criançada faz a farra no Sábado de Aleluia, faturando balas com um boneco de pano – surrado aos montes e, às vezes, com a identidade de alguém visto como vilão. Brincadeira à parte, porque a vingança jamais seria um ensinamento de Jesus, vamos, nós também, malhar os ‘Judas’ das nossas almas. Vamos expulsar a pauladas todo e qualquer sentimento ruim que habite em nossos corações. Vamos fazer uma faxina interior e tirar de nós tudo o que seja contrário à bondade, paz, solidariedade e ao amor.

Aí, sim, no Domingo de Páscoa, estaremos preparados para celebrar a ressurreição de Jesus. Com ou sem ovos de chocolate, tanto faz. O fundamental é acalentar nossas almas com o mais puro sentimento de felicidade. Jesus está vivo em nós. E que Ele renasça, a cada dia, em nossos corações, fazendo-nos praticar as lições que ensinou. É com este profundo e sincero desejo que envio a vocês meus votos de Feliz Páscoa!



Junji Abe é deputado federal - DEM