#EscravidãoModerna – Apesar de estarmos no século
XXI, infelizmente, alguns princípios abomináveis que permeiam a humanidade não
mudaram desde o tempo das cavernas. Refiro-me à vassalagem, servilismo,
escravidão ou submissão a um déspota ou tirano. Após pesquisa, a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) afirma que “50 milhões de pessoas são vítimas
da escravidão moderna”, ou seja, submetem-se às condições de trabalhos análogas
à escravidão. Isso ocorre em todos os continentes.
A longa pandemia ocasionou um salto enorme nessa
condição deplorável, notadamente nos últimos 3 anos: mais 10 milhões de pessoas.
Isso amplia a turbulência social, com o aprofundamento da exploração
humana.
Crianças e mulheres são as maiores vítimas das
condições de trabalho análogas à escravidão. No caso das mulheres, o casamento
forçado é uma das medidas mais utilizadas na exploração humana, representando
65%, em especial, nos países da Ásia e Oriente Médio.
Na pesquisa da OIT, aparecem como responsáveis o
setor privado, com 86% das ocorrências, e o setor público, com 14%. As atividades
mais destacadas são a construção civil, manufatura (costura) e agricultura, com
os imigrantes representando 30% das vítimas da exploração humana. Numa visão
macro, a submissão humana acontece em índices assombrosos, nos países
subdesenvolvidos seguidos dos emergentes.
Analisando o Brasil, constata-se que em todos os
estados da federação há, além das condições de trabalho análogas à escravidão,
a própria nação como vítima flagrante de submissões, em razão da péssima
qualidade educacional do povo. Isso acarreta imensos atrasos nos campos da
pesquisa, da ciência, da tecnologia e da inovação, impedindo a competitividade.
Assim, imperceptivelmente, estamos escravos dos
países desenvolvidos, que inundam nosso mercado com uma infinidade de produtos,
desde aqueles com alta tecnologia até os chamados de R$ 1,99, com baixa qualidade
e preços. Nações como a Finlândia, Coréia do Sul, Japão, China, EUA e Rússia,
entre outras, sepultam nosso empreendedorismo, esmagam nossos empregos,
receitas e rendas.
Cabe à sociedade encampar com urgência uma campanha
nacional para exigir de governantes e autoridades públicas uma política de
desenvolvimento sustentável, alicerçada no ensino de qualidade e capacitação
profissional, visando a melhoria da competitividade dos empreendedores e
trabalhadores, e, acima de tudo, na concretização das atrasadíssimas reformas
de ordem tributária, administrativa e política, entre outras.
Se as ações forem bem-sucedidas, ninguém segura o
Brasil! Temos o que outras nações não possuem, como a gigantesca dimensão
territorial, o clima e força hídrica inigualáveis. São o suporte básico para um
crescimento real, apropriado e digno, capaz de rechaçar a escravidão humana e
às submissões multilaterais em relação aos países superdesenvolvidos e
poderosos. #QuestãoDeVontadePolítica
(Imagem: Reprodução Al Jazeera)
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo