sexta-feira, 26 de abril de 2024

Viva Imigração Italiana!

 

#150AnosDeIrmandade – Em 16 de fevereiro de 1874, vindo do Porto de Gênova/Itália, ancorou no Porto de Vitória, Santa Catarina, o navio La Sofia, com 388 imigrantes italianos. Neste ano, a imigração italiana no Brasil completa 150 anos, o que motiva muita emoção.

 


A maioria das imigrações se deu por causa da profunda crise econômico-financeira e social, enfrentada pelos países europeus e asiáticos. Por outro lado, o Brasil com gigantesca dimensão territorial, tinha imensas dificuldades de mão de obra nas lavouras, após a abolição da escravatura em 13 de maio de 1888, por meio da Lei Áurea.

 

A maior parte dos imigrantes chegou ao Brasil encantada com a propaganda enganosa de ganhos imediatos e retorno aos países de origem em, no máximo, 5 anos. Entretanto, a história registra uma vida jamais sonhada de sofrimentos, pautada por suor, lágrimas e preconceitos. O Brasil deve demais aos imigrantes de diversos países. Superando todas as dificuldades, com muita dedicação, resiliência e trabalho, ajudaram o desenvolvimento deste País. Desbravaram florestas e impulsionaram a produção rural de café e algodão, entre outros itens, superando as explorações de madeira (pau Brasil), cana de açúcar e até minérios que marcaram época da escravatura africana. Aliás, a imigração italiana abriu o caminho para que povos de outras nações cá viessem na esteira dela.

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no momento áureo do largo período denominado como da grande imigração, o Brasil recebeu cerca de 3,3 milhões de imigrantes italianos, equivalente a 42% de todas as imigrações (espanhola, alemã, árabe, japonesa e etc). As imigrações ajudaram sobremaneira o Brasil na miscigenação.

 

Os 150 anos do marco inicial da imigração italiana no Brasil mereceu celebrações na Itália. Desde a Embaixada do Brasil, em Roma, e em instituições governamentais, houve vários festejos. As palavras do embaixador brasileiro, Renato Mosca de Souza, retrataram esta importante efeméride: “Brasil e Itália compartilham fortes laços históricos, políticos, econômicos, científicos e culturais”. #VivaImigraçãoItaliana

 

(Foto: Adriático Cidadania Italiana)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 23 de abril de 2024

Veganismo em alta

 

#NovosHábitos – O veganismo vem crescendo a passos largos, refletindo a mudança de hábito alimentar nas nações do mundo. A ativista vegana Tony Vernelli mal pôde acreditar quando o Burger King lançou o lanche “Impossibile Wopper”, em 2019. Há 30 anos, ela havia militado contra o hambúrguer de carne da multinacional.Com o lançamento, o Burger King anunciou que terá 50% do seu cardápio à base de plantas até 2030.

 

A Alemanha lidera o número de veganos, que dobrou entre 2016 e 2023, conforme pesquisas realizadas pelo Google. Inglaterra e Áustria vêm em seguida. O crescente veganismo tem proporcionado um parque industrial bilionário, em expansão, com influenciadores veganos prontos para promover receitas e estilo de vida.

 

Segundo o instituto britânico The Vegan Society, a crescente mudança ancora-se numa vida mais saudável, juntamente com a consciência sobre o impacto ambiental que as proteínas animais vêm causando em termos de aquecimento global. As dietas veganas geram 75% menos de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, e significativamente menos poluição da água e destruição da vida selvagem, conforme artigo publicado em 2023 na revista Nature Food. 

 

Como prova da expansão do movimento, o Veganuary (Janeiro Vegano) mostra que, entre os participantes da campanha realizada em 2022, 25% disseram que poderiam manter o estilo vegano e 50% que reduziriam significativamente o consumo de produtos de origem animal.

 


A aceitação maior do veganismo ocorre entre as mulheres. A ideia de que a carne é coisa de homens tem raízes culturais e persistentes na sociedade mundial. Por exemplo, na Inglaterra, a barreira ao veganismo baseia-se no temor masculino do estigma social ou ridicularização por amigos e familiares como associado ao feminino. Uma grande bobagem!

 

Vernelli, uma das responsáveis pelo movimento Veganuary, afirma que ainda há um longo caminho para aumentar a aceitação do veganismo, visto que a carne ainda é o produto preferencial da população mundial. Contudo, o veganismo cresce à medida em que as pessoas buscam uma vida mais saudável, ao mesmo tempo em que se aliam à defesa do meio ambiente de qualidade. Que assim seja! #VeganismoEmAlta

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Caráter acima da cor

 

#CombateAoRacismo – Em 28 de agosto de 1963, durante manifestações de milhares de negros para exigir direitos, em Washington (EUA), um dos maiores líderes mundiais de todos os tempos, o Pastor Martin Luther King disse: “Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação, onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”.

 

A célebre frase tem um significado especial para mim. Brasileiro nascido em Mogi das Cruzes/SP, tenho a cara de japonês. Nos tempos de criança e jovem, da mesma forma que tantos outros descendentes de imigrantes japoneses, sofri a triste discriminação racial. Intolerância e preconceito, semelhantes aos que a população preta enfrenta com maior intensidade até hoje. Condutas abomináveis envolvem violência e até mortes.

 

Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de mortes de pessoas negras por policiais aumentou 5,8%. Nos anos de 2020 e 2021, os negros e pardos representaram 84,1% das vítimas de intervenções policiais, quantidade que representa 54% dos brasileiros. No caso das pessoas brancas, o número de mortes teve queda de 30,9%.

 

O secretário nacional de Combate ao Racismo, Martvs Chagas, afirma que o Brasil vivencia uma espécie de pandemia, com o cenário de mortes da população negra, que se agrava com o aumento da miséria, do desemprego e com o crescimento do negacionismo. “É necessário fazer uma mudança efetiva em como entendemos a segurança pública no País e apresentar uma saída de algo que é crônico: a mortalidade de população negra, principalmente da juventude”.

 

Pela pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), crianças e adolescentes negros têm mais chance de serem revistados por policiais em São Paulo. Conforme o relatório da instituição Todos pela Educação, em 2015, 75,6% das escolas públicas no Brasil tinham ações e ensinamentos contra o racismo, mas, em 2021, o índice caiu para 50,1%, ou seja, somente metade das nossas escolas se preocupam em combater o racismo. 

 

É triste, visto que, além do combate ao racismo, a escola é um local especialíssimo para a formação cívica das crianças e jovens. Eles serão, quando adultos, os guerreiros contra o preconceito, a intolerância e o racismo, que atingem a população negra como um todo, sem distinção de gênero e idade.

 

O Brasil deve demais aos africanos que, séculos atrás, presos nos países de origem, foram trazidos para realizarem trabalhos forçados, visando o crescimento desta Nação. Igualmente, temos a obrigação de agradecer e incentivar os afro-brasileiros e descendentes de todas as etnias pelo trabalho, força, dedicação, cultura e amor pela nossa terra. Que prevaleça o conteúdo do caráter! Sempre. #CaráterAcimaDaCor

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 16 de abril de 2024

Canguru guitarrista

 


#SafáriNaÁfrica – O encontro Comedy Wildife Photography anunciou os vencedores da edição 2023 do “Concurso de fotografia mais divertido do mundo”. O certame reuniu dezenas de fotos de animais terrestres, marinhos e aves selvagens das mais engraçadas. O fotografo vitorioso, Jason Moore, da Austrália, registrou uma mamãe-canguru em pose que ele interpretou com uma tentativa de tocar uma guitarra imaginária. A foto, escolhida pelo júri, concorreu como a melhor entre 5,3 mil trabalhos inscritos, proporcionando ao vencedor o troféu “Safári na África”.

 

O fotógrafo afirmou que foi um lance de muita sorte. Estava filmando aves aquáticas num lago próximo à cidade de Perth/Austrália, sob a luz do amanhecer, sem êxito. No caminho de volta, ao percorrer uma área onde os cangurus costumam se reunir, teve o privilégio de registrar a mamãe-canguru numa pose autêntica de guitarrista.

 

O site https://mediatalks.uol.com.br/2023/11/25/veja-imagens-vencedoras-de-concurso-de-fotos-engracadas-de-animais-selvagens traz fotos superengraçadas, registradas por fotógrafos competentes que, com a ajuda de uma dose de sorte, nos premiam com imagens incríveis. O concurso faz parte do Comedy Photography Sullan, criado há cinco anos pelos fotógrafos britânicos Paul Jayson Hicks e Tom Sullan, com o objetivo de chamar a atenção para a preservação de animais de uma forma sensível e divertida, com a participação de 85 países.

 

Vale a pena conferir as fotos do site: o mundo tenso vivido pelas aves; a aterrissagem desastrosa de uma garça; o esquilo na tentativa frustrada de voar; uma macaca na área sagrada do povo de Ubud/Bali; o registro de chacais, hienas e pássaros no Parque Nacional de Keoladeo/Índia, atrapalhado por um intruso macaco que apareceu e começou a se coçar; o leão aproveitando o fim de tarde para um total relaxamento na reserva Masai Mara na África do Sul; os lindos dentes do lobo pintado que vive na reserva Lion Sands, na África do Sul, que parece sorrir mas, na verdade, tem outras intenções; uma libélula que aproveita as gotas do orvalho para fazer a higiene; a mamãe ursa sem paciência com o rebento e, delicadamente, o empurra para começar a vida; nas ilhas Malvinas, o momento em que três pinguins saem d’água, parecendo que estão com as mãos dadas.

 

Enfim, são fotos de fotógrafos sensíveis e competentes, que destacam magistralmente os animais selvagens. Num piscar de olhos, registram momentos inesquecíveis do mundo selvagem que, sem sombra de dúvida, nos encaminham para uma reflexão de como é fundamental a preservação da fauna e flora nos concedida pela divina natureza. #CanguruGuitarrista

 

(Foto: Jason Moore /Comedy Wildlife)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Estado de alerta

 


#DegeloNaAntártida – O aquecimento global, iniciado séculos atrás por irresponsabilidade dos seres humanos, demonstra uma preocupante aceleração nas últimas décadas. Estudo oficial mostra que o gelo da Antártida está derretendo seis vezes mais rápido do que há 40 anos. O efeito catastrófico deve provocar maior elevação do nível dos oceanos no mundo todo. Neste ano, a Antártida registra a perda de 20% de extensão do gelo marinho, durante o inverno.

 

Segundo a revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences, o derretimento do gelo elevou o nível do mar em 1,4 centímetro entre 1979 e 2017 e há previsão de aumento maior nos próximos anos. Entre 1979 e 1990, a Antártida perdeu, em média, 40 bilhões de toneladas/ano de gelo e, de 2009 a 2017, a perda atingiu 252 bilhões de toneladas/ano.

 

O derretimento célere do gelo por causa do aquecimento global é considerado irreversível pelos cientistas, com sérias consequências para todos os seres vivos. Atualmente, 2 bilhões de habitantes do planeta são afetados pelo degelo anual das geleiras e, a cada centímetro de elevação do nível do mar, mais de 3 milhões de pessoas ficam expostas a risco de inundações adicionais.

 

Aliás, a causa principal da morte de 100% de bebês pinguins na Antártida é a prova cabal dessa situação, visto que essas aves dependem dos grandes blocos de água congelada para se reproduzirem e criarem seus filhotes.

 

De 1986 a 2023, a Antártida perdeu 1 milhão de quilômetros quadrados (km²) de gelo, ficando com a menor extensão. Desde então, está com 16,96 milhões de km² e perdendo mais a cada ano. “Precisamos proteger essas partes congeladas do mundo, importantíssimas por uma série de fatores que são de conhecimento geral das autoridades públicas e lideranças da sociedade civil”. Esta é a mensagem dos cientistas.

 

Estudos apontam que a geração dos gases efeito estufa é a principal causa do aquecimento global, que provoca o derretimento célere do gelo no Polos Antártico e Ártico. Vamos nos unir às manifestações dos 30 países participantes da Cúpula de Paris, realizada em novembro de 2023, para estudar a criosfera (camada da superfície terrestre coberta permanentemente por gelo e neve), visando a conscientização geral sobre o catastrófico degelo.

 

Cabe uma luta intransigente para reduzir os principais fatores da mudança climática, cada vez pior. É preciso agir, antes que essa violação supere as sagradas vidas humanas, da fauna e da flora. #EstadoDeAlerta 

 

(Imagem: Reuters)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 9 de abril de 2024

Expansão demográfica

 

#Superpopulação – De um lado, países da comunidade europeia e outros, como o Japão, estão superpreocupados com o declínio demográfico e de longevidade de suas populações, com perda da força produtiva e com locais desabitados, transformando-se em “cidades fantasmas”. De outro, o Departamento de Censo dos EUA informa que a Índia se tornou o país mais populoso do mundo em 2023, atingindo 1,429 bilhão de habitantes, ultrapassando a China que ficou em 2º lugar, com 1,412 bilhão.

 

É espantoso o fato de que a Índia seja 291,664% menor que a China. A primeira tem 3.287.000 km² e a outra, 9.587.000 km². Há 50 anos, com receio da superpopulação, a China impôs sua rígida política de “filho único”, que freou o crescimento populacional. Porém, entendeu o erro dessa dura medida, que começou a demonstrar o desequilíbrio da força produtiva com sérias consequências, em especial, no fundo de previdência. Assim, em 2021 iniciou a reviravolta permitindo que os casais tivessem três filhos. Contudo, não conseguiu conter o declínio demográfico.

 

A Índia tem 70% de sua população extremamente pobre, sem estudo adequado, com gigantescos problemas nos setores habitacional e de saneamento básico, entre outros. Atraídas pela mão de obra de baixíssimo custo e pelo enorme mercado consumidor, empresas multinacionais instaladas no país deram uma guinada na economia, promovendo um crescimento anual do PIB de, em média, 4% a 6%, em que pese a gigantesca desigualdade social.

 

O desenvolvimento tecnológico da Índia, por meio das multinacionais, embalou de tal forma a cúpula governista que, nos últimos anos, possibilitou ao país lançar foguetes ao espaço para pesquisas sobre a Lua e o Sol.

 

A título comparativo, o Departamento de Censo dos EUA informa que o planeta Terra fechou o ano de 2023 com 8,019 bilhões de habitantes, representados pelos 193 países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Somente duas nações, Índia e China, abrigam 2,841 bilhões. Além do aquecimento global, que traz enormes consequências à população mundial e ao planeta, o índice demográfico demonstrado será parte da discussão cotidiana da maioria dos governos e dos países. #ExpansãoDemográfica

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Drama dos leões

 


#AbismoSemVolta – Seres humanos e suas condutas são os únicos responsáveis pelas transformações, incluindo agressões de toda ordem, no Planeta Terra. Especialistas que estudam esses fatos têm manifestado que autoridades e povos do mundo inteiro precisam dar um “stop” para reverter os graves danos, antes que seja tarde.

 

Não faltam exemplos de agressões. Poluição do ar pela queima de carvão em usinas de energia; uso de combustíveis fósseis; desmatamentos e queimadas de matas que causam o extermínio da flora, prejudicando a fotossíntese, transformadora do gás carbônico em oxigênio; matança da fauna num processo acelerado que pode chegar à morte de todos os seres vivos; poluição do sistema hídrico, destruindo a maioria dos rios, principal fonte de água potável e umidade do ar de que os seres vivos necessitam; poluição dos oceanos prejudicando a relevante importância ecológica, econômica, política e sociocultural, visto que regulam o clima, proporcionam alimentação, transporte, lazer e geram renda; etc.

 

“Por que os leões estão trocando a selva pela praia na Índia?” é o título de matéria do UOL-Notícias. Sintetizo o assunto narrado pelo jornal britânico The Guardian:

- A mudança atípica acontece ao longo dos anos por falta de terras e florestas suficientes para felinos e suas famílias. Cada leão requer um território de aproximadamente de 100 km², vivendo em companhia de 3 ou 4 leoas com seus filhotes.

- Quando o filhote fica adulto, ele toma o espaço do leão mais velho com o seu bando ou ruma para um novo território.

- No século passado (XX), em razão de caça predatória e perda de seus hábitats naturais, os animais foram protegidos pelo estado, resultando num crescimento quantitativo. Não lhes restaram alternativas, exceto as regiões costeiras dos mares indianos, onde atualmente habitam aproximadamente 700 espécimes. Em 2010, eram cerca de 20 leões e, em 2020, 104.

- Se os seres humanos que vivem nas florestas dizimam árvores frutíferas para sobrevivência, o que falar dos leões vivendo nas praias? No novo ambiente, adaptaram-se fazendo uso de salinas e mangues, mudando de cardápio ao se alimentarem com peixes mortos, tartarugas e focas, entre outras espécies marinhas.

- Segundo o pesquisador Kausk Banerjee, à medida que os espaços dos territórios praianos forem diminuindo pelo aumento da população, os leões avançarão sobre os gados criados pelos fazendeiros da região.

 

Autoridades indianas cogitam realocá-los no estado de Madhya Pradesh, retornando-os para os antigos hábitats, que se situam nas áreas continentais. Essas considerações visam demonstrar como os seres humanos, considerados racionais, irresponsavelmente, impulsionam as transformações do nosso planeta e dos seres vivos, encurralando-os em abismos sem volta. #DramaDosLeões

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 2 de abril de 2024

Sopro de fé

 

#ForçaDeVontade – “Querer é poder” e “A união faz a força” são provérbios que sustentam as considerações que faço hoje sobre uma notícia com a qual me deparei. É de outubro de 2023 e traz o título “Filho de cortador de cana se forma médico e aposenta o pai”. Depois de passar 35 anos de sua vida cortando cana para a usina Alagoas, o boia-fria João Vicente da Silva (47), finalmente, deixou o trabalho braçal, mas ele não se aposentou. Após um período de descanso, ele pretende arrumar trabalho, pois é o tipo de pessoa que não sabe ficar sem fazer nada.

 

Houve uma mudança radical, em razão de o filho Maurício Bernardo da Silva (23) ter-se formado em medicina, após 6 anos de estudos na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na cidade de Arapiraca, no agreste alagoano. Maurício e a família sempre viveram em uma casa humilde no bairro de Cruzeiro, município de São Sebastião, a cerca de 126 km de Maceió. Ele sempre teve o desejo de ajudar os pais, encarando esse sentimento como missão sagrada, em retribuição aos esforços deles.

 

Tão logo ingressou na faculdade, fez uma lista de prioridades: Tirar o pai do corte de cana, colocá-los num lugar melhor e comprar um veículo para eles. Somente após tudo ajeitadinho para os pais, partiu para a especialização e outras coisas pessoais.

 

João Vicente conta que o filho sempre foi um aluno exemplar e a mãe afirma, emocionada, que antes de ele nascer, acreditava que seria médico. Mais que uma crença, era um sonho por conta de uma marca dolorosa que tiveram: a perda de um filho. “Desde que eu estava com ele na barriga, dizia para mim mesma que carregava um doutor. Não falava pra ninguém, mas tinha esse sonho porque ele foi o 2º filho; o 1º faleceu com 2 anos e 6 meses”, rememora a mãe Adriana da Silva.

 

Por ser talentoso, dedicado e aluno exemplar, no colegial, teve até uma bolsa de 50% e a diretora disse à família que custearia a outra metade. Porém, os Silva não aceitaram a generosidade, preferindo que o filho continuasse em escola pública.

 

Mauricio e a família passaram por muitas dificuldades e preconceitos. Ouviam que seria difícil formar um médico filho de cortador cana e que este era curso para ricos. Contudo, eles nunca perderam a esperança. Recém-formado, Maurício atua como médico generalista, registrado no Conselho Federal de Medicina, esperando o momento certo para decidir qual especialização seguir. Está encantado pela cirurgia vascular.

 

Apesar das dificuldades de uma profissão tão desgastante, João Vicente tem orgulho do que conseguiu construir na vida como cortador de cana. “Foi graças a esse serviço que arrumei o que comer para mim e para meus filhos. Comecei nisso com 14 anos e sempre fiz tudo com amor pela família”.

 

Compartilho esta história com o propósito de estimular as pessoas na luta para concretizar seus sonhos. Enquanto tivermos fé e esperança, com certeza, superaremos quaisquer obstáculos e conquistaremos os objetivos traçados! #SoproDeFé

 (Imagem: Felipe Chié/Arquivo pessoal)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo


 

sexta-feira, 29 de março de 2024

Brincar e interagir

 


#EducaçãoDeVerdade – Quando meus filhos eram pequenos, jamais imaginaria uma evolução dessa amplitude na área da tecnologia, em especial, no setor das comunicações. A consolidação das redes sociais transformou nossas vidas. Baseado em informações de especialistas, faço considerações sobre a questão: “Que tal investir mais nos filhos e menos em brinquedos?”. A matéria é do colaborador Nelson Enohara para o UOL: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2023/10/12/que-tal-investir-mais-no-seu-filho-e-menos-em-brinquedos.htm

 

Em nossa existência, nada vale se não soubermos educar, orientar e preparar as crianças e jovens para o futuro. Como cidadão e avô preocupado com as rápidas transformações no mundo, abordo o tema:

- Dentre os assuntos acalorados, as telas de TV, de celular, de tablet ou computador são as mais preocupantes aos pequenos, caso não haja limitação de uso. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda: antes de 2 anos de idade, evitar a exposição a qualquer tipo de tela, mesmo passivamente; dos 2 aos 5 anos, limitar ao máximo de uma hora por dia e sempre com supervisão de adulto. Na 1ª infância, é vital não privar a criança de correr, interagir, conversar e etc... para evitar prejuízos ao desenvolvimento.

- Quanto ao número de brinquedos que uma criança deve possuir, vale lembrar que a “quantidade não é proporcional à qualidade do brincar e do aprendizado”. Pesquisas realizadas com pequenos de 3 anos comprovam que, com poucos brinquedos, eles tiveram interações por um período maior, permitindo maior atenção e criatividade em cada atividade.

 

O melhor presente para as crianças é brincar. “Brincar é tão importante quanto comer, tomar banho e dormir”. Temos de fazer de tudo para brincar com os filhos. É fundamental para as crianças entenderem os valores da família.  A psicóloga Elisa Altafim relata a pergunta dirigida a uma família: “Qual foi o momento mais divertido que tiveram juntos até hoje?” Os pais responderam: “Quando fomos ao parque de diversão”. Já a criança disse: “Quando fizemos uma festa na cozinha, só eu, meus pais e meu irmão”. Enquanto os pais lembram de momentos mais grandiosos, as crianças dão muito mais importância aos momentos em que há interação verdadeira com a família.


Cada vez mais, entendo que diante de quaisquer transformações a que a sociedade nos submeta, a interação diária com filhos pequenos é absolutamente primordial na formação da personalidade e do caráter. Isso fortalece os laços familiares, essenciais na caminhada positiva e tranquila das crianças para se tornarem verdadeiros cidadãos, na acepção da palavra. #BrincarEInteragir

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 26 de março de 2024

Saúde no prato

 


#ImportânciaDosHortifrútis – É de conhecimento geral a importância de verduras, legumes e frutas na alimentação diária, porém, a maioria desconhece a quantidade. Achei muito interessante a matéria sobre o assunto, publicada na Coluna VivaBem-UOL. Desde pequenos, ouvimos que precisamos comer todos os vegetais que estão na mesa ou no prato. É um ensinamento muito relevante para quem deseja uma vida mais saudável e a redução de uma série de doenças, como diabetes, cardíacas, câncer e altos índices de gorduras.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a quantidade mínima diária de 400 gramas de verduras, legumes e frutas. Seriam 5 porções de vegetais nas refeições diárias. Verduras, legumes e frutas são ótimas fontes de vitaminas, minerais e compostos antioxidantes, sendo substâncias fundamentais para o bom funcionamento do corpo, além de auxiliar na redução do processo inflamatório e do estresse oxidativo, associados a diversas doenças.

 

Vegetais têm poucas calorias e oferecem fibras que contribuem para o bom funcionamento do intestino, garantindo, inclusive, a saciedade. Ao encher o prato com vegetais, reduzimos o espaço para outros produtos que, na maioria das vezes, são ultraprocessados (causadores de vários problemas de saúde e ganho de peso). Ainda há a vantagem de sentir menos fome ao longo do dia.

 

Para atingir a meta diária de 400g/dia, precisamos nos habituar a incluir no café da manhã uma fruta e, se possível, algumas verduras ou legumes. Por exemplo: omelete com espinafre e tomate. No almoço e jantar, acostumar-se com a metade do prato ocupada por salada crua e vegetais cozidos, como cenoura, brócolis, couve-flor, abobrinha, berinjela e etc... No lanche da tarde, incluir sempre as frutas. Além dos hortifrútis, um mix de castanhas e nozes, arroz integral, feijão, leite desnatado e queijo magro são muito bem-vindos para uma dieta alimentar correta.

 

São sugestões que valem ouro para termos uma vida de qualidade. Portanto, é válido fazer um esforço para seguir essas dicas e alcançar uma existência saudável, longa e feliz. Vejam as 10 verduras e legumes com mais proteínas e como consumi-los: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/02/24/conheca-os-10-legumes-e-verduras-com-mais-proteinas.htm  #MaisSaúde

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 22 de março de 2024

Analfabetismo infantil

 


#EstadoDeAlerta – Repetidas vezes faço comentários sobre a educação e ensino no Brasil. São considerações fundamentais para a formação cívica e profissional das crianças e jovens, objetivando um futuro promissor e digno, num mundo extremamente competitivo. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), conjuntamente com a Organização das Nações Unidas para a Infância (Unicef), realizaram estudo recente e inédito sobre a pobreza multidimensional na infância e adolescência. O resultado é alarmante! O número de crianças analfabetas, de 7 a 9 anos, dobrou entre 2019 e 2022. Subiu de 20% para 40%, por conta da pandemia que restringiu as aulas regulares. Significa que, do total de 52,8 milhões de crianças nessa faixa etária, 31,9 milhões não sabem ler e escrever.

 

Faço constante crítica aos governos que, seguidamente, não investem no ensino como um todo, em especial, na qualidade, deixando o País de joelhos. Crianças e adolescentes são privados de renda, de alimentação, de saúde, de moradia, de transporte, de lazer, de informação e de saneamento.

 

A pesquisa demonstra também que segue persistente a desigualdade social, assim como as grandes diferenças de caráter regional, haja vista a gigantesca dimensão territorial do Brasil. Nesse quesito, a enorme desigualdade de direitos aparece na comparação. Enquanto no Amapá, 91,7% das crianças e adolescentes sentem algum tipo de privação, em São Paulo, esse percentual é de 35,7%.

 

Diferente de outros países, a pandemia teve consequências trágicas no setor educacional. O Brasil foi o 4º país que teve o fechamento mais longo das escolas (1 ano e meio), com crianças e adolescentes deixando de aprender e, pior, sofrendo regressão no aprendizado. A recuperação é um processo longo, com efeitos desastrosos para o resto da vida.

Ao final, o estudo demonstra que, em 2019, 19% das crianças e adolescentes não tinham renda suficiente para alimentação adequada e, em 2022, o percentual subiu para 20%.

 

Fica o alerta geral aos governos e à sociedade civil organizada para se atentarem, principalmente, às famílias vulneráveis que necessitam cuidados redobrados a fim de superarem o atraso no aprendizado de suas crianças e adolescentes. Caso contrário, cada vez mais os brasileiros ficarão à mercê dos países desenvolvidos. #AnalfabetismoInfantil

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 19 de março de 2024

Esforço contra o desperdício

 


#ModeloDePrevenção – Quando temos riquezas ou outros predicados naturais em abundância, imperceptivelmente, perdemos a noção de economia, de valorização e de prevenção. No caso do nosso fantástico Brasil, premiado pela natureza, somos a maior reserva hidrológica do planeta, com 6.950 quilômetros cúbicos (km³) de água doce. O 2º colocado é a Rússia, com 4.500 km³. 

 

Nossa gigantesca reserva de água está dividida: 70% na região norte; 15% no centro-oeste; 6% no sudeste; 6% no sul; 3% no nordeste. Somos pouco afeitos a economizar o precioso líquido. Desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, período de alta relevância para a formação humana e cívica, não nos preocupamos em ensinar crianças e jovens a enfrentarem os tempos de vacas magras.

 

“Policiais da água fazem de Las Vegas (EUA) uma cidade-modelo em tempos de seca”, destaca a coluna ECOA-Uol, de 09/05/2023. Conhecida no mundo como a Cidade dos Cassinos ou a Cidade do Pecado, ela sente uma tremenda falta d’água, já que fica no meio de um imenso deserto, no Estado de Nevada. Mas, Las Vegas emergiu como surpreendente modelo de austeridade, quando se trata do uso da agua. Tem 2,3 milhões de habitantes e, anualmente, recebe 40 milhões de turistas.

 

Las Vegas pode usar somente 2% de água do gigantesco Rio Colorado (única fonte segura de abastecimento) que, em tempos de estiagem, se torna um filete d’água. O governo proíbe a irrigação de jardins e existe limite de tamanho das piscinas nas residências. Mesmo com o tamanho duplicado nos últimos 20 anos, Las Vegas conseguiu reduzir em mais de 30% a utilização de água do Rio Colorado. Essa conquista é corroborada pelo Bronson Mack, CEO da Água do Sul de Nevada.

 

Há um pacote de leis rígidas, incentivos econômicos e campanhas educativas, criado durante a severa seca dos anos 2000, quando Nevada consumiu além da cota do Rio Colorado. Com prevenção e aprendizado, Las Vegas “se tornou uma estrela da conservação d’água e um modelo para as cidades”, conforme as palavras do pesquisador Brian Richter.

 

A rígida fiscalização é realizada pelas “Patrulhas da Água” que circulam em busca de irrigadores quebrados e de mangueiras com goteiras. Filmam as irregularidades e colocam até placas com multas. A notícia traz uma série de outras curiosidades: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/afp/2023/05/09/policiais-da-agua-fazem-de-las-vegas-uma-cidade-modelo-em-tempos-de-seca.htm

 

O ser humano se molda ao ambiente onde vive e às circunstancias que se apresentam. No Brasil, temos imensas dificuldades para a adoção de medidas preventivas, visto que o País é abençoado em todos os sentidos. Mas, precisamos nos esforçar! #EsforçoContraDesperdício

 

(Imagem: Valerie Macon / AFP)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 15 de março de 2024

Violência lusitana

 

#VítimasBrasileiras – Com imensa preocupação e com profunda tristeza, vemos crescer a intolerância, xenofobia e racismo contra brasileiros em Portugal. Nem as crianças estão livres da violência. A ida de brasileiros para Portugal acentuou-se no final do século XX e hoje são quase 400 mil em terras lusitanas, à procura de ensino de qualidade e de segurança profissional. Eles não imaginavam virar vítimas. Há registros recentes:

 

- No aeroporto: A portuguesa agride verbalmente uma brasileira de 35 anos “Pode filmar o que você quiser, pode até pôr na internet. Sua porca, vai para sua terra, sua porca. Sou portuguesa de raça. Você é brasileira. Vá para sua terra. Estão invadindo Portugal, essa raça filha da p***”.

- Duas universidades, três escolas e um centro de refugiados em Portugal, amanheceram com pichações racistas em seus muros: “Zucas, voltem para as favelas. Não vos queremos aqui” (Zucas é o diminutivo de Brazucas ou brasileiros).

- Crianças em escolas têm encontrado uma rotina de abusos verbais, violência física e maus-tratos por parte de professores. É o caso de uma criança de 5 anos que a professora amarrou na cadeira com fita adesiva, ameaçando bater com régua em sua cabeça para que ficasse quieta. O aluno tem diagnóstico de transtorno de déficit de atenção. Há ainda agressões diárias de colegas. A direção do estabelecimento escolar não tomou providência.

- Uma mãe (não identificada por questão de segurança) foi reclamar na direção da escola, mas acabou ameaçada de perda da guarda de sua filha de 9 anos. A professora teria afirmado: “Cá não é o Brasil. A miúda tem de vir à aula amanhã, ou vamos acionar a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens”.

- Quando as mães procuram a direção da escola contra as agressões são obrigadas a ouvir frases sem nexo: “Cá não é selva de onde vieste”.

 

O Código Penal proibiu, em 2007, maus-tratos físicos e psíquicos contra crianças. Desde 1994, o Supremo Tribunal de Justiça dispõe não haver preceito legal que permita maus-tratos a menores de idade. Diante dessa degradante situação, grande número de famílias brasileiras está retornando ao Brasil. Perdem empregos, conquistados, a sonhada qualidade de ensino e até bens patrimoniais.

 

Indagado sobre os inimagináveis acontecimentos, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, manifestou-se: “Bom, se é por isso, nós temos o direito por reciprocidade porque, em 1.500, eles invadiram o Brasil e nós estamos de acordo. Concordo até então, devolvendo junto o ouro de Ouro Preto; e aí fica tudo certo e a gente fica quieto”. 

 

Questiono a razão dessa intolerância, xenofobia e racismo dos portugueses contra nós. Creio que são manifestações de portugueses que desconhecem a história, onde Portugal fora acusado de explorar cruelmente as terras e os povos das terras ditas como descobertas por eles, como as nossas. Levavam para seu país riquezas minerais, produtos da flora, como o pau-brasil, e da fauna, com aprisionamento de de animais silvestres. Enfim, houve um período de verdadeira escravidão do Brasil perante Portugal. Nem a Independência do País, em 7 de setembro de 1882, a fez cessar. A rapinagem portuguesa em nossa Nação somente se findou com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. #ViolênciaLusitana

 

(Imagem ilustrativa / Internet)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo