terça-feira, 30 de março de 2021

Apelo pela Ceagesp

 

A maioria conhece a importância de uma central de abastecimento de alimentos, como a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) e outras menores, como o Mercado do Produtor (Varejão ou Cobal), de Mogi das Cruzes/SP, onde são comercializados, por atacado, produtos hortifrutiflorigranjeiros do Alto Tietê. Atende feirantes e outros comerciantes varejistas com qualidade e despesas reduzidas. Vale observar que a região depende da Ceagesp porque, por questões climáticas, não é autossuficiente na produção de dezenas de produtos, principalmente as frutas, como mamão, laranja, banana, melancia, manga, etc...

 

A gigante Ceagesp registra movimento diário de mais de 50 mil pessoas e 12 mil veículos. Há décadas, é o centro de discussão para mudança de localidade. Construída na década de 1960, no governo Carvalho Pinto, sofre os efeitos das grandes transformações urbanas da Capital paulista. As estruturas, a condição logística e de localização não condizem com as necessidades diárias de produtores rurais, transportadores, permissionários, atacadistas, varejistas e consumidores, além de afetar a população do entorno.

 


A Ceagesp foi concebida no tempo em que os veículos para transportar hortifrútis, pescados e outros, eram de dois eixos, com capacidade bruta máxima de 8 toneladas. Os caminhões deste século têm de quatro a 12 eixos e comportam peso bruto de mais de 40 toneladas. Os chamados chacareiros paulistanos da época utilizavam carroças puxadas por animais para o transporte de suas produções. As vias circunvizinhas permitiam estacionar sem congestionamentos nas  regiões do Jaguaré e Leopoldina. As marginais Pinheiros e Tietê não sofriam proibição de tráfego de veículos de carga por longos períodos, como ocorre há mais de 15 anos. São algumas observações, dentre dezenas que geram prejuízos incalculáveis à toda cadeia produtiva e se agravaram a partir da década de 1980.

 

Desde os 6 anos de idade, acompanhava meu pai Izumi ou o meu tio Sigeo no transporte diário de hortaliças da Fazenda Abe, em Biritiba Ussu, para o Entreposto da Cantareira (centro atacadista da época), ao lado do Mercado Municipal, no centro velho de São Paulo. Quando conquistamos carteira de habilitação, eu e meu irmão Hidekasu assumimos a tarefa, com percurso alterado para a recém-inaugurada Ceagesp.

 

Enquanto deputado estadual, em 1991, na condição de presidente da Comissão Permanente de Agricultura e Abastecimento, presidi a Comissão Especial de Desestatização da Ceagesp, representando a Alesp. Após um detalhado e eficiente trabalho, consensual entre os integrantes das comissões e com aval do governador Fleury Filho, a Ceagesp estava engatilhada para mudança de local. Em 1995, o governador Mário Covas frustrou a expectativa de transferência. Para reduzir o gigantesco deficit econômico, o governo estadual relacionou a Ceagesp e todas as subsidiárias espalhadas pelo Estado, juntamente com o Aeroporto Internacional de Guarulhos, e outros patrimônios na lista de bens transferidos para o governo federal, como abatimento da dívida. Foi lamentável, porém, necessário, diante de interesse indiscutivelmente maior.   

 

Como deputado federal (2011-2014), integrante da Comissão Permanente de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr) e da Frente Parlamentar Mista da Agropecuária (FPA), além de presidente da Pró-Horti, trabalhamos intensamente em prol da cadeia produtiva de alimentos, incluindo a desestatização da Ceagesp.  (https://www.camara.leg.br/tv/417115-frente-parlamentar-de-hortifrutigranjeiros-comemora-dois-anos/?pagina=5).

 

Em 2019, já na gestão estadual João Doria, a desestatização da Ceagesp voltou à pauta, com destaque da transferência para local adequado, às margens do Rodoanel, com total concordância do governo federal. Porém, assim como ocorre em meio à pandemia de Covid-19, as desavenças de ordem político-eleitoral falaram mais alto e o presidente voltou atrás. Em visita à Ceagesp, em dezembro de 2020, para inaugurar a Torre do Relógio, o presidente aproveitou para escancarar sua rejeição sobre a desestatização da Ceagesp. Em violento pronunciamento, o mandatário nacional acentuou ainda mais  sua contrariedade com quaisquer outros interesses do governo paulista.

 

Aliás, o pronunciamento do presidente da República contra a desestatização da Ceagesp foi tão viril e contundente que sepultou, por ora, a aprovação do seu próprio governo que, por meio do Ministério da Economia e demais órgãos subordinados, previam a privatização para este mês de março (2021). Repito, foi uma decisão extremamente prejudicial à cadeia produtiva de alimentos e à população.

 

Não temos a pretensão de julgar quem quer que seja. Mas, como cidadão brasileiro, líder rural e profundo conhecedor das centrais de abastecimento, sinto-me no dever de fazer um incisivo apelo aos governantes: tenham sensibilidade e trabalhem visando o bem comum, deixando de lado as vergonhosas desavenças de ordem político-eleitoral, porque tudo tem sua hora certa para acontecer. Deixem as divergências de lado e concretizem a privatização da Ceagesp, com as necessárias mudanças de que a companhia precisa para servir com eficiência! #TrabalhoConjunto #SemPoliticagem

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 26 de março de 2021

 

#EmpreendedorismoeEmpregos – Externando profundo respeito às vítimas fatais da Covid-19, que já são 300 mil no País, apresento sinceros pêsames aos familiares! À medida em que acelerarmos a imunização, vamos gradativamente superar este vírus mortal.


Temos pela frente a gigantesca tarefa de reconstrução da economia. Isto requer monumental esforço individual e coletivo para abraçar as causas que possam estimular a economia, por meio do empreendedorismo, como também motivar as pessoas a se qualificarem para um trabalho. Existem estruturas públicas e privadas que servem de base do empreendedorismo e geração de empregos. Portanto, urgentemente, necessitamos de compreensão, solidariedade, energia, motivação e união, entre outros fatores.

 

Além das medidas de macroeconomia, fundamentalmente a cargo do governo federal e do Congresso, urge que os estados desenvolvam ações para estimular os empreendedores sem aumento de impostos, taxas e outras despesas como, por exemplo, de ICMS e até de pedágios. Ainda cabe aos estados e municípios buscarem atender demandas da sociedade, com a suspensão temporária de dívidas e redução de tributos como ISS e IPTU.

 

É tempo de criar incentivos fiscais, visando custo-benefício, para implantação de novas empresas e ampliação das já existentes. Não se pode esquecer de acionar vigorosamente as instituições do Sistema S – Senai, Sesi, Senac, Sesc, Sebrae, Senar, Sest, Senat e Sescoop –, que são importantíssimas para a sociedade. Portanto, mobilizem prefeitos, vereadores e lideranças no sentido de aproximarem os necessitados dessas entidades.

 

Registro dez sugestões do Sebrae para promover ações positivas: Gere emprego; Mobilize lideranças; Desburocratize e simplifique; Apoie o empreendedor; Compre no município; Inclua empreendedorismo nas escolas; Qualifique quem mais precisa; Fortaleça a identidade do município; Incentive a cooperação; e Promova inovação e sustentabilidade.

 

Inspirado nas lições de vida que tive, dirijo-me a quem precisa de oportunidades para iniciar o próprio negócio ou obter colocação no mercado de trabalho. Empresto as seis dicas do consultor Fernando Guerreiro: Pare de criticar as pessoas; Pare de reclamar das circunstâncias; Pare de buscar culpados; Pare de se fazer de vítima; Pare de justificar seus erros; e Pare de julgar as pessoas. Aqui está o detalhamento de cada uma: https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/fernando-guerreiro/2021/01/30/6-atitudes-novas-para-destravar-sua-vida.htm.

 

Mogi das Cruzes/SP, por exemplo, abriu recentemente as inscrições para 18 cursos on-line gratuitos. Foram 512 vagas para jovens a partir de 18 anos. Informações pelo e-mail da Escola de Empreendedorismo e Inovação: escoladeinovacao@se-pmmc.com.br

 


Por fim, recomendo aos eventuais empreendedores e trabalhadores interessados que arregacem as mangas, vão à luta e tenham boa sorte! É uma conduta alicerçada na célebre citação do grande líder Nelson Mandela, mencionada em boa hora pelo consultor Fernando Guerreiro: “Posso responsabilizá-lo por suas atitudes, porém sou o único responsável pelos meus sentimentos”. #ForçaFocoFé

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

segunda-feira, 22 de março de 2021

Meu guerreiro!

 

#MeuGuerreiro – Com muita emoção, imensa corujice e amor infindável, registro o aniversário do nosso querido filho Juliano, que veio ao mundo no dia 20 de março de 1978. Eterna gratidão a minha amada Elza, verdadeira responsável pela criação e educação do Juliano, assim como das adoráveis filhas, Daniela e Mariana, em razão do meu envolvimento com diversas atividades, desde jovem.

 


Por eu ser um workaholic, submergi no trabalho com a agricultura e nas  atividades públicas, participando ativamente das representações cooperativistas, sindicais e da política-partidária. Sem perceber, me ausentei das imprescindíveis presenças no acompanhamento, crescimento e desenvolvimento dos meus queridos filhos.

 

Porém, com o agasalho angelical da mamãe Elza e suas preciosas orientações em tempo integral, todos eles tornaram-se adultos exemplares, com formação cristã, cidadã e profissional, cumpridores da ética, moral, solidariedade, responsabilidade e amor. Eles constituíram excelentes famílias, que nos presentearam com maravilhosos netos.   

 

Querido filho Juliano, receba os parabéns pelo seu aniversário e que forças divinas continuem iluminando e abençoando a sua vida, ao lado da querida Renata e dos adoráveis netos Isabelle, Matheus, Gael e Anna Mai.

 

Com certeza, Deus escolheu o anjo mais lindo e nos deu de presente: você!
Creio que o conceito implementado como princípio na formação dos filhos tem tudo a ver com o aprendizado advindo de relevantes citações que merecem profunda reflexão. Cito uma inesquecível, da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Os filhos são como as águias, ensinarás a voar, mas não voarão o teu voo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Mas, em cada voo, em cada sonho e em cada vida, permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos”.

 

A foto, sem máscaras, é do tempo em que vivíamos fora da pandemia. Saúde,  muitas e muitas felicidades, Juliano! #PapaiTeAma

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 19 de março de 2021

Entregas a cavalo

 

Não bastassem as notícias tristes e preocupantes da pandemia, somos alvejados com seguidos aumentos nos preços dos produtos derivados de petróleo. Do gás de cozinha à gasolina e diesel. Até o preço do etanol sobe sem parar, apesar de não derivar do petróleo. Nestes três primeiros meses, o preço de combustível já teve seis aumentos. No caso da gasolina, a alta ultrapassou 50%, com o litro nas bombas atingindo R$ 5,30. E pior, os aumentos não vão parar. É um absurdo que golpeia não só os proprietários e empresas de veículos, mas a sociedade por inteiro.

 

Os combustíveis são parte integrante das cadeias produtivas do agronegócio, da indústria, do comércio, dos serviços e, principalmente, do transporte da população e do deslocamento de cargas. São prejuízos incalculáveis ao País e ao povo. Somos obrigados a engolir a seco, sem choro nem vela, essa alta desenfreada de preços.

 

Compartilho uma coisa interessante. São recomendações de especialistas para economizar combustíveis, a serem implementadas antes, durante e após a utilização do veículo: 01) Calibrar os pneus;  02) Carregar só o necessário;  03) Cuidar da aerodinâmica, 04) Fazer manutenção preventiva; 05) Manter o carro ligado apenas pelo tempo necessário; 06) Acelerar e frear suavemente; 07) Frear o menos possível; 08) Evitar o congestionamento e usar o “Waze”; 09) Saber sempre qual o destino e usar o “Waze” para saber o melhor caminho; e 10) Praticar o “coasting” (banguela) – nos câmbios automáticos, existe a banguela eletrônica que diminui o gasto de combustível, ao deixar o veículo “solto” em altas velocidades e nas descidas suaves e longas. 


Neste cenário de caos, cito os dedicados motoboys que exercem, com dignidade e presteza, a atividade de delivery. Arriscam a vida nos congestionados centros urbanos, lutam por melhores condições de trabalho, contra a precarização do serviço praticada pelas grandes empresas empregadoras e, atualmente, contra a alta do preço da gasolina. Apesar da resiliência decorrente da necessidade, boa parte vem substituindo motos por bicicletas que, cada vez mais, representam um valioso instrumento de trabalho diário, com enorme significado social. E claro, lembrando ainda da importância das bikes para condicionamento físico, lazer e preservação ambiental.

 

Ah, mas no delivery as pedaladas geram cansaço descomunal, na medida em que representam a defesa do pão de cada dia para manter a família. Muitos condutores são privilegiados por invejável vigor físico. Outros começam a substituir as preciosas bicicletas pelo transporte outrora muito utilizado em serviços rurais, e depois, para atividades urbanas, além de lazer e esporte de pequena parcela de elite da sociedade.   

 

Os brasileiros são geniais! Sempre encontram alternativas. Dá-lhe jeitinho brasileiro também no delivery! Com o preço da gasolina, entregadores passam a fazer entregas a cavalo. “É rir pra não chorar”, como diz o provérbio.  Fica o apelo para que cuidem muito bem dos bichinhos! Repito, faço esta postagem sem desrespeito a qualquer profissão e muito menos à dignidade humana, visto que na minha infância e juventude, nos idos anos de 1945 a 1960, convivi muito com os estimados animais – bois, burros e cavalos – na magnânima atividade rural. #JeitinhoBrasileiro





(Vídeo postado por Davi Santos – https://www.youtube.com/watch?v=ZdD3KUbR8C0)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

terça-feira, 16 de março de 2021

Tragédia na economia

 

Nada mais grave, triste e preocupante do que o momento em que vivemos com a pandemia de Covid-19. Com total respeito às famílias de milhares de vítimas da doença, digo que após a superação desse vírus mortal com as vacinas salvadoras, as consequências são imprevisíveis.

 

Para superação e reconstrução do Brasil e da nossa sociedade, o provérbio secular – “A união faz a força” – torna-se regra primordial. Precisa reinar nas almas de todos, norteando os sentimentos de governantes, políticos e lideranças. A tarefa será hercúlea com longa e espinhosa caminhada, que demandará sacrifício, dedicação, paciência, solidariedade, respeito, compreensão, paz, fé e, acima de tudo, muito amor.

 

Vejam os índices e a situação da nossa economia totalmente destruída. A inflação aparece ameaçadora, o dólar dispara, a bolsa de valores recua, o desemprego atinge índices insuportáveis e o empreendedorismo naufraga. Em 2020, nosso Produto Interno Bruto (PIB) despencou para 4,1% negativos, ocasionando a queda do Brasil do 7º lugar em 2011 para o 12º no ranking das 10 maiores economias do mundo.

 

A renda média do brasileiro regrediu célere e assustadoramente. O PIB per capita diminuiu 4,8%, chegando aos piores índices, como vivenciados em 1983, na recessão da ditadura militar e em 1990, com o desastre do Plano Collor.  Não paramos aí. Impulsionado pela pandemia, o endividamento da família brasileira bate recorde. Conforme dados do Banco Central, em novembro de 2020, as dívidas bancárias das famílias brasileiras atingiram 51% da renda acumulada ao longo dos 12 meses anteriores, em comparação aos 18,4%, em janeiro de 2005. Como o maior vilão, figuram as dívidas geradas pelos juros estratosféricos cobrados pelo sistema financeiro, pela utilização dos cartões de crédito, que representam 78% de todas as dívidas contraídas.

 

Da parte dos três poderes constituídos, torna-se imperiosa a reforma de ordem tributária (para diminuir a alta carga tributária, uma das mais altas do mundo), a reforma administrativa (para reduzir o tamanho paquidérmico do governo e do estado, ineficientes, que geram despesas inaceitáveis), a reforma política (para conter as gigantescas despesas que os partidos políticos geram aos contribuintes) e a reforma trabalhista (para completar a inacabada iniciativa).

 

Sem sombra de dúvida, necessitamos da união de todos. Há crianças, adolescentes e jovens com as formações humana, cívica e profissional integralmente prejudicadas pela interrupção educacional. Estão perdidos, sem rumo e sem alicerce para se tornarem verdadeiramente cidadãos.

 


Portanto, mão à obra! Reitero um profundo apelo a todos para que, com união, dedicação, respeito, solidariedade, fé e amor, enfrentemos a atual e futuras circunstâncias. Vamos pressionar  e direcionar governantes, políticos e líderes. Deus é Grande e, com certeza, haveremos de superar essa situação totalmente atípica e inesperada! #FéEAmor 

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo 

quinta-feira, 11 de março de 2021

Referências humanitárias

 

Para arejar nossa mente, congestionada com más notícias, registro ações verdadeiramente altruístas nos enchem de emoção e alegria! Funcionam como bússolas a nos guiar para um porto seguro, quando estamos perdidos na escuridão, sem rumo e com problemas de difícil superação. Além dos avós e pais que são saudáveis referências a moldar nossas existências, o mundo nos proporciona pessoas que se tornam paradigmas com suas posturas sublimes e de amor irrestrito.

 

Para essas raras personalidades rendemos a nossa homenagem e externamos profunda gratidão! No início de fevereiro, vimos o Padre Júlio Lancellotti quebrando, com marretadas, as pedras pontiagudas sob o Viaduto Dom Luciano de Almeida, no Tatuapé, em São Paulo, colocadas para impedir o pernoite de moradores em situação de rua. Ele tentava reverter a desastrada ação de funcionários da Subprefeitura da Mooca.

 


Padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, da Arquidiocese de São Paulo, é uma das figuras emblemáticas do Brasil na luta contra a desigualdade social, assim como é o maior protetor e orientador de pessoas em situação de rua. “Indignação diante da opressão. Marretas nas pedras da injustiça. É desumano, parece campo de concentração”, manifestou-se o anjo da guarda dos oprimidos, em sua rede social.

  

Tive a honra de conhecer o Padre Júlio Lancellotti, enquanto deputado estadual, na década de 1990. Ele lutava em prol das crianças e adolescentes internados na antiga Febem (atual Fundação Casa), administrada pelo governo estadual. Na época, as unidades eram palco de constantes rebeliões, em função de abusos, maus-tratos e ineficiência administrativa. Os fatos justificavam a sublime intervenção do Padre Júlio na defesa dos direitos humanos e orientações visando resguardar crianças e adolescentes abandonados, oprimidos e revoltados.

 

Quanto aos moradores em situação de rua na Capital, em 2019, eram 24.344 pessoas. Porém, a Imprensa registra que a pandemia deve ter elevado esse número para mais de 30 mil. Há anos, o Padre Lancellotti sugeriu à Prefeitura alternativas para minimizar os efeitos da crise que multiplica a população em situação de rua. Propôs locação social e bolsa aluguel, por exemplo. Porém, não houve sensibilidade da administração pública.

 

São exemplos de pessoas de grande magnitude espiritual, moral e ética que nos inspiram e nos ensinam a valorizar a solidariedade, a caridade e o amor. #Gratidão

 

Imagem: Reprodução Twitter

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

segunda-feira, 8 de março de 2021

Figuras femininas

 

#DiaInternacionalDaMulher – Faltam palavras para homenagear as mulheres, com a justa dignidade. Neste Dia Internacional da Mulher, resta-nos tentar traduzir um pouquinho da profunda admiração, respeito, reconhecimento e acima de tudo, muita gratidão, gratidão e gratidão!

 

Existem em nossas vidas mulheres inesquecíveis! Minhas queridas e saudosas avó Makie e mamãe Fumica, ao lado da minha amada Elza, esposa guerreira, carinhosa, zelosa e exemplar são parte da minha alma. Há ainda personalidades que se tornaram santas, como Madre Teresa de Calcutá.  

 

Hoje, peço a compreensão de todos para destacar a figura de Dona Maria de Jesus Siqueira, a Vovó Mariquinha. Aos 108 anos e extremamente lúcida, ela mora no Jardim Oropó, em Mogi das Cruzes/SP. Em nome dela, homenageio todas as mulheres do mundo!

 

Com emoção e gratidão, considero Dona Mariquinha a minha segunda mamãe. Ela cuidou de mim desde bebê (nasci em 15/12/1940), até praticamente os 6 anos de idade. Foi babá, orientadora e amiga, auxiliando a mamãe Fumica que, além dos trabalhos domésticos, cuidava de outros quatro irmãos e ainda trabalhava incansavelmente na lavoura.

 


Registro neste espaço, o emocionante reencontro com Dona Mariquinha em 2016: http://junjiabe.com.br/artigo.php?q=432

 

Sou sortudo por viver cercado de formidáveis figuras femininas! #VivaAsMulheres

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

sexta-feira, 5 de março de 2021

Em defesa da vida

 

Em 12 de fevereiro, quatro decretos presidenciais flexibilizaram as regras para compra e uso de armas no terrritório nacional. As modificações alcançam os seguintes objetivos: Limite de Armas; Porte de Armas; Aptidão Psicológica para Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs); Munição e Armas para CACs; Produtos Controlados pelo Exército; Categorias Profissionais; e Prática de Tiro Desportivo por Adolescentes.


Com todo respeito pelos favoráveis à flexibilização (que devem ter suas razões), sinto-me no dever de alertar autoridades, lideranças e a população em geral sobre o risco do aumento da violência e de mortes decorrentes dessas mudanças. Devem crescer até acidentes, semelhantes ao caso do adolescente de 12 anos que disparou uma arma de fogo contra seu amigo, de 9 anos, levando o menino à hospitalização, em condição gravíssima.

 

Cientistas políticos e lideranças civis manifestam extrema preocupação com as medidas presidenciais.  A flexibilização ao porte e uso de armas de fogo viram convite para extremistas e radicais ideológicos se armarem e atentarem contra o Estado de Direito Democrático. Ou seja, pode dar mais munição contra a democracia brasileira, conquistada com tanta dificuldade, porém, ainda não consolidada. Afinal, cada ação gera uma reação. E a tendência passa a ser a expansão geométrica da violência.

 

Penso que o Estatuto do Desarmamento foi um extraordinário avanço para ajudar a inibir a violência. Tem base na Lei Federal nº 10.826, de 23/12/2003, regulamentada pelo Decreto Federal nº 5.123, de 01/06/2004, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo, munições e outros dispositivos. Ficou permitido o porte de armas de por civis nos casos onde houvesse comprovada necessidade. Por exemplo, a concessão para pessoas que moram em locais isolados se defenderem de eventual violência causada por marginais. Porém, com cassação a qualquer momento se o portador armado for abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de drogas ou medicamentos que provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor.

 

Vivemos o cruel embate da pandemia de Covid-19, com o número de óbitos na casa dos 250 mil, em contraste com o pífio desempenho do governo federal no enfrentamento desse vírus mortal. Não por menos, pipocam manifestações de parlamentares do Congresso Nacional, outros políticos, Imprensa, lideranças civis e parcelas da população contra os decretos presidenciais para flexibilização de armas. No momento atual, cresce o coro de que o povo quer vacinas; armas não! Mesmo assim, o presidente da República interpreta que o povo está “vibrando” com os novos decretos em favor do armamento.

 

No meu entender, a postura presidencial reflete extremo negacionismo. Embora respeite a opinião de quem é a favor da flexibilização do uso de armas por civis, reitero que sou contra a medida. E faço votos para que forças divinas iluminem a maioria dos congressistas no sentido de que os quatro decretos presidenciais sejam urgentemente analisados, discutidos,votados e rejeitados. Para o bem de toda a sociedade e na defesa do mais sublime patrimônio que temos: a Vida. #NãoÀsArmas




 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

segunda-feira, 1 de março de 2021

Dia de Vacina

Amigas e amigos, semanas atrás me cadastrei no #VacinaJá – www.vacinaja.sp.gov.br, portal do Governo do Estado para diminuir o tempo burocrático quando chegasse a hora da esperada vacinação. Recebi no sábado, via e-mail, a feliz notícia de que a 1ª dose da imunização contra a Covid-19 para minha faixa etária (80+) estaria disponível hoje. O dia 1º de março de 2021 ficará na história da minha vida.

 

Como nasci e resido em Mogi das Cruzes, optei por tomar a vacina na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Ponte Grande (Av. Lothar Waldemar Hoehne, 80). Escolhi o local por razão sentimental. Minha querida sogra, Izabel Kimiko Yamada Sakaguchi, morou por décadas, praticamente ao lado de onde a UBS  seria construída. Entre 1972 e 1976, durante quatro anos, religiosamente aos sábados e domingos à noite, eu batia ponto na casa dela. Ia namorar a minha amada Elza, com quem me casei em dezembro de 1976.

 

As memórias pulsavam junto com a extrema alegria pela chegada do dia da vacina. Fui em companhia da nossa filha Daniela, verdadeira protetora familiar – e também eufórica com a ocasião, como vocês podem ouvir no vídeo (rsrs). Enfim, tomei a vacina!

 


Agradeço a Deus pelo privilégio, assim como manifesto profundo respeito, reconhecimento e gratidão aos cientistas, infectologistas, imunologistas, médicos e estudiosos que trabalham célere e incansavelmente na descoberta de vacinas.

 

Em nome da enfermeira Isabel e da sua equipe, que me imunizaram – após uma espera de três horas que não significaram qualquer incômodo diante da dádiva da vacina – expresso profunda gratidão a todos os profissionais de saúde, da linha de frente, que cuidam com amor dos internados e trabalham dedicadamente na logística de vacinação. Que Deus lhes pague!

 

Estou e estarei ao lado de todos aqueles que, mesmo vacinados, continuarão se protegendo, com isolamento social, máscara, álcool gel e longe de aglomerações. Paralelamente, reitero que sou contra o negacionismo e suas ações nefastas. #VacinaSim

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo