sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Direito à casa própria

A pessoa trabalha a vida inteira e chega à Terceira Idade sem ter conseguido realizar o sonho da casa própria. Não é justo, assim como muitas outras situações neste País. Considerando os baixos proventos que o idoso recebe como aposentadoria ou pensão, a única chance que tem de obter sua tão desejada moradia é por meio do sistema público ou subsidiado. Ou melhor, seria. Na prática, acaba preterido por candidatos jovens e, portanto, com maior probabilidade de bancar as mensalidades do período de financiamento.

A melhor forma de começar a reverter o quadro é modificar a lei. Por isto, apresentei o projeto de Lei (7189/2014) que altera dispositivo do Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 01/10/2003), com o objetivo de aumentar, de 3% para pelo menos 5%, a cota de moradias dos programas habitacionais populares, públicos ou subsidiados com recursos públicos, reservada a quem tem mais de 65 anos de idade.

"A cota reservada é insuficiente para atender
à população carente da Terceira Idade"
A população de Terceira Idade vem crescendo a cada ano, em relação ao total de habitantes. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dão conta de que 7,5% dos brasileiros têm mais de 65 anos. Mesmo assim, a redação da lei não foi atualizada. O Estatuto do Idoso prevê a destinação a este segmento social de apenas 3% das unidades habitacionais populares.

A cota reservada é insuficiente para atender à população carente da Terceira Idade. Os idosos ficam em filas intermináveis dos programas habitacionais na esperança de conseguirem condições dignas de moradia. Isto acontece, justamente, na fase da vida em que estão mais vulneráveis. 

O trabalho que vinha elaborando foi reforçado pela amiga Juraci Fernandes de Almeida, diretora da Unai (Universidade Aberta à Integração) e vice-presidente do Conselho Estadual do Idoso de São Paulo. Em recente artigo na Imprensa, ela destacou as dificuldades enfrentadas pelos idosos de baixa renda para conseguirem ser beneficiados com moradias populares, sugerindo que a reserva de unidades para quem tem mais de 65 anos subisse de 3% para 11%. 

O projeto que apresentei busca um meio termo, elevando a cota para pelo menos 5%. Numa segunda fase, pretendo lutar pelo aumento do percentual proposto. É sabido que um idoso com moradia própria tem mais condições de envelhecer no seio da família, com maior qualidade de vida e menores custos para os cofres públicos. A transformação da proposta em lei não acarretará despesas extras para o governo, porque só muda a distribuição das unidades ofertadas. Precisamos estabelecer justiça com esse segmento social que tanto contribui para a evolução do nosso País.

Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Causa animal

"Nenhuma sociedade pode trilhar a trajetória da evolução
se não parar de massacrar criaturas indefesas e
assumir suas responsabilidades na proteção destas vidas"
Mais de 1,3 mil ativistas da causa animal, vindos dos mais diferentes pontos do País, movimentaram Brasília nesta semana com o objetivo de chamar a atenção dos congressistas para um tema que precisa ser tratado com a seriedade que merece: a defesa dos direitos dos animais. Nenhuma sociedade pode trilhar a trajetória da evolução se não parar de massacrar criaturas indefesas e assumir suas responsabilidades na proteção destas vidas. 

Espero que o Acampamento Nacional pelos Animais tenha conquistado mais do que o espaço do gramado em frente ao Congresso. Acredito que tenha sensibilizado boas almas. Da minha parte, me desdobro pela aprovação de projetos fundamentais para modificar a legislação. 

Membro da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, engrosso o coro que cobra a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar maus-tratos, assim como as propostas para proibição de testes em animais pela indústria e a esterilização gratuita de cães e gatos visando controle sanitário e de natalidade, com o objetivo de evitar execuções de animais de rua. 

Apresentei minha posição aos ativistas, como a vereadora mogiana Karina Pirillo (PCdoB) que lá esteve participando do movimento. Coloquei-me à disposição não só para ajudar a aprovar as propostas que vetam práticas cruéis e punem com rigor os detratores, mas também para trabalhar na sensibilização dos demais parlamentares. 

Falei sobre meu projeto de Lei (7102/2014) que torna obrigatória a informação, nos rótulos de produtos nacionais e importados, sobre a realização de testes em animais. O objetivo é escancarar esta prática cruel a fim de que a sociedade se sinta estimulada a boicotar produtos originados do sofrimento de criaturas inocentes. Ou seja, uma medida paliativa enquanto perduram a polêmica e a lentidão no avanço de legislação proibitiva no País.

Todos entenderam a importância do projeto como fator de alerta ao consumidor. Ou seja, quem compra tem de saber se aquilo que leva para casa foi (ou não) desenvolvido a partir de experimentação animal. Você compraria um desinfetante ou um batom originado do sofrimento de animais? Ou iria procurar o item de um fabricante que não inclui a crueldade em sua linha de produção? 



Em larga escala, a aversão das pessoas a artigos fabricados com o sofrimento de animais levaria os fabricantes a acabarem com experimentos do gênero para garantir a própria sobrevivência no mercado. Este é o mote do projeto. Afinal, gente de bem não admite as barbáries praticadas contra criaturas indefesas e exige justiça. Como consumidora, como ser humano.

Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dignidade da moradia

Uma família de renda modesta passa quase a vida toda pagando aluguel. Daí, surge a oportunidade de ser beneficiada pelo sistema público habitacional. Feliz de tudo, recebe as chaves da casa própria. No novo lar, usa o crédito de outro programa governamental para comprar móveis novos, eletrodomésticos e demais utensílios dignos do sonho que virou realidade. Invertendo a ordem do dito popular, depois da bonança, vem a tempestade. Apartamento inundado e perda total do que havia dentro dele. Aconteceu no Jardim Layr, na minha cidade natal de Mogi das Cruzes. 

O problema não foi a localização do condomínio, mas sim a incompetência da empreiteira que deixou de fazer o sistema de drenagem apropriado. Em outros bairros de Mogi das Cruzes, outras cidades e até em outros estados, as mazelas da má qualidade dos imóveis populares multiplicam vítimas.

Com que direito, os operadores do Programa Minha Casa Minha Vida transformam o sonho de um sem-número de mutuários em pesadelo? Fomos buscar respostas no Ministério das Cidades. Montamos um dossiê, com cópias e DVD, contendo uma série de reportagens da Imprensa regional para confirmar os fatos. 

Em companhia dos vereadores mogianos Antonio Lino Silva (PSD), Jean Lopes (PCdoB) e Pedro Komura (PSDB), apresentamos o farto material à diretora de Produção Habitacional do Programa Minha Casa Minha Vida do Ministério das Cidades, Maria do Carmo Avesani. Invocando providências imediatas para solucionar os problemas, identificar e banir as empreiteiras incompetentes da execução das moradias, lembrei da frase tantas vezes repetidas pela presidente Dilma Rousseff: “Sou contra o malfeito”.

"É preciso extirpar empresas que se servem do preconceito
de que se é para pobre, não precisa ter boa qualidade"
E é exatamente o malfeito que se espalha por muitos dos condomínios erguidos dentro do Programa Minha Casa Minha Vida, iniciativa nobre para dar a dignidade do endereço às famílias de baixa renda que, em hipótese alguma, merece ser maculada por empresas descomprometidas com a seriedade da construção. O Ministério das Cidades precisa mesmo fazer uma devassa entre as contratadas para apurar e extirpar do processo aquelas que se servem do bestial preconceito de que se é para pobre, não precisa ter boa qualidade. 

Fique claro que é justamente o contrário. São as pessoas menos favorecidas economicamente que precisam ter tudo da melhor qualidade, porque não têm recursos para serviços de manutenção ou para comprar outro móvel, eletrodoméstico e afins. Vigiaremos com todo rigor as providências que a diretora nos prometeu tomar para solucionar problemas e evitar novas ocorrências. Há gente amargando as mazelas das construções de baixa qualidade. Em Mogi e no restante do País. 

Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A preciosa água

Água é daqueles recursos que pouca gente percebe que existe até que falta. Assim como os temporais e enchentes, o calor escaldante e a escassez de chuvas são efeitos das interferências do ser humano na natureza. Tão veloz e rigidamente como os governantes, a sociedade do século XXI terá de fazer bem mais do que protestar. Precisará agir para se tornar parte da solução. 

É verdade que o poder público falha de modo grotesco na oferta de saneamento básico eficiente. Faltam investimentos, sobram obras incompletas. Não por menos, a saúde pública continua o setor onde se concentra a maior parte das demandas sociais. Afinal, quem pode ser saudável sem água tratada na torneira e com esgotos correndo a céu aberto?

Paralelamente, a fiscalização parece fingir-se de morta diante de aviltantes agressões aos recursos naturais. No quesito atentado contra a natureza, desponta de tudo. Desde descartes de sofás e armários, aliados aos despejos de esgotos in natura nos cursos d’água, até ocupações de áreas de proteção ambiental, passando por derrubadas de mata nativa que comprometem a saúde dos mananciais.

"O que será das gerações vindouras se não nos mexermos agora?"
Felizmente e com o auxílio de ferramentas da internet, cresceram as formas e a eficácia de denúncias. A população está mais atenta e questionadora. Contudo, ainda precisamos cultivar a prática cotidiana de pequenos atos de cidadania. Pelo bem da sociedade. Pelo bem do planeta.

Nesta época de reservatórios de água com níveis em franca decadência pela falta de chuvas, valem cuidados que deveríamos ter o tempo todo, independentemente da estiagem. Sei que é chover no molhado, mas falo de não escovar os dentes com torneira aberta, racionalizar o banho – fechando o chuveiro enquanto se ensaboa –, nunca usar mangueira como vassoura, reaproveitar a água do enxague de roupas (no tanque ou na máquina) para limpar o quintal, ser prudente para lavar louças e assim por diante.

Economizar água tornou-se vital para a sobrevivência da humanidade. Hoje, os reservatórios estão com níveis baixos. Num futuro próximo, pode ser que o precioso líquido esteja quase esgotado. O que será das gerações vindouras se não nos mexermos agora? 

Governantes e parlamentares, como eu, têm sim a obrigação de corrigir o compasso e melhorar tanto quanto possível a gestão dos recursos naturais. Contudo, o sucesso desta empreitada está diretamente ligado à participação popular. Quanto maior e mais profunda for a consciência das pessoas no combate aos desperdícios, melhor e mais rápido avançaremos no processo de preservação dos recursos naturais. Portanto, a palavra de ordem é economizar água. 

Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP