#Aprendizado – Enquanto pais ou avós, estamos
sempre preocupados com o desenvolvimento escolar dos filhos ou netos, da
infância à formação superior. Nossa preocupação não cessa. São reflexos
inerentes à unidade familiar e ao amor. E é muito saudável!
Há décadas, no meu tempo de grupo escolar, o
castigo, normalmente, era ficar em pé num canto da classe, até o término da
aula, o conhecido “cantinho da disciplina”. Os tempos são outros, com novas
fórmulas. Porém, os educadores reconhecem que o cantinho da disciplina
continua. Afirmam os educadores que cabe uma análise do papel que cumprem na
formação das personalidades das crianças e jovens, com o seu trabalho, no
sentido de uma reflexão sobre os resultados.
Permeia uma dúvida recorrente de pais e educadores
sobre em que circunstância deve-se usar os castigos como estratégia para
disciplinar as crianças. Os pequenos aprendem o que pode e o que não pode ser
feito, caso os castigos sejam aplicados, quando não há obediência? É correto
colocar no cantinho da disciplina?
A pesquisa demonstra que, nos dias de hoje, na
educação infantil, a criança iniciante é aquela que reina sozinha ou está
prestes a ganhar seu primeiro irmãozinho. Ou seja, está às vésperas de perder
seu trono. Apesar do filho único não ser problema, a experiência do
compartilhar e do ceder, na maioria dos casos, produz frustração que pode mudar
o sentido comportamental da criança.
A criança que não vivencia limites certamente
levará mais tempo para vencer e superar seu egocentrismo. Portanto, castigar ou
punir causa sofrimento e revolta e não necessariamente correção ou construção. A
busca da restauração ou da sanção por reciprocidade dá muito mais resultado que
a punição. Por exemplo, se a criança quebra ou estraga algo é interessante
convidá-la a reparar ou a participar da reparação.
Mesmo diante de um desentendimento ou briga, são
fundamentais a mediação e o diálogo. Não é com o castigo que a criança aprende,
mas sim, com a qualidade das relações estabelecidas pelo diálogo, buscando o
esclarecimento e o aprendizado.
Vivemos num ambiente extremamente violento, com
pessoas profundamente magoadas e rancorosas. Vejam o ex-aluno, altamente
bagunceiro, Henrique Marcos Rodrigues, que por vingança aos castigos recebidos,
assassinou a facadas a professora Cleide Aparecida dos Santos (60), que atuava
na rede estadual de Goiás desde 1985 e trabalhava como educadora de apoio no
Centro de Ensino em Período Integral Horácio Antonio de Paula, no município de
Inhumas (GO):
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/08/24/professora-morta-ex-aluno.htm
#CantinhoDaDisciplina #MaisDiálogo
(Foto: Getty
Images / BBC News Brasil)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo