segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Fé e sentimento cívico

Destaco dois fatos emblemáticos de tantos que povoaram 2013: a prisão dos condenados no episódio do mensalão e a morte do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Um deles escancara os corredores fétidos do maior esquema de corrupção da história do País, selando as travas da punição sob o manto da impunidade que tanto enlameia a política brasileira. O outro abre um impreenchível vazio no seio da humanidade, representado pela perda do líder africano.

O julgamento, condenação e prisão dos envolvidos no mensalão acende uma luz no fim do túnel. Mesmo que as apurações tenham demorado oito anos, que as penalidades tenham sido brandas demais em relação aos corretivos esperados pelo povo e que alguns dos condenados tenham tentado desvirtuar os reais motivos de sua prisão, se autointitulando “presos políticos”. A sociedade descredenciou as balelas. Com a transparência, agilidade e intensidade proporcionadas pela nossa Imprensa. 

Que em 2014 a sociedade nos dê, nas urnas, a prova cabal de que leva o processo de moralização da classe política muito a sério. Os legítimos protestos que tomaram as ruas do País testemunham a mudança de parâmetros. Tenho fé de que trilhemos um caminho mais crítico daqui para adiante. Apelo à população para que seja cada vez mais participante do processo político, como agente da transformação cultural, de postura e atitude pela moralização dos seus representantes. Os avanços esperados, com o resgate dos princípios morais e éticos, virão. Basta que cada um vista seu sentimento cívico e assuma, verdadeiramente, suas responsabilidades na evolução social. 

A perda do líder africano também conduz à reflexão. Façamos, como Mandela pregou, a revolução conciliadora em nossos destinos. De alguém que lutou com ferocidade contra a ditadura racial e tornou-se um ícone na perseguição da igualdade social, temos a lição preciosa de que não é preciso virar um serviçal do poder para fazer a diferença na sociedade. 

"Saibamos sustentar garras afiadas na
defesa daquilo em que acreditamos"
Saibamos, nós também, sustentar garras afiadas na defesa daquilo em que acreditamos. E tenhamos tolerância para respeitar a diversidade e a pluralidade de opiniões, assim como possamos conciliar as divergências em benefício comum. Assim como o grande Mandela, tenho certeza de que a escalada para verdadeiros avanços residem no ensino de qualidade. Desejando a todos um Ano Novo repleto de realizações, compartilho uma frase do grande líder africano que sintetiza a essência das minhas batalhas como político, cidadão e como ser humano: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”.


Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP

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