sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A preciosa água

Água é daqueles recursos que pouca gente percebe que existe até que falta. Assim como os temporais e enchentes, o calor escaldante e a escassez de chuvas são efeitos das interferências do ser humano na natureza. Tão veloz e rigidamente como os governantes, a sociedade do século XXI terá de fazer bem mais do que protestar. Precisará agir para se tornar parte da solução. 

É verdade que o poder público falha de modo grotesco na oferta de saneamento básico eficiente. Faltam investimentos, sobram obras incompletas. Não por menos, a saúde pública continua o setor onde se concentra a maior parte das demandas sociais. Afinal, quem pode ser saudável sem água tratada na torneira e com esgotos correndo a céu aberto?

Paralelamente, a fiscalização parece fingir-se de morta diante de aviltantes agressões aos recursos naturais. No quesito atentado contra a natureza, desponta de tudo. Desde descartes de sofás e armários, aliados aos despejos de esgotos in natura nos cursos d’água, até ocupações de áreas de proteção ambiental, passando por derrubadas de mata nativa que comprometem a saúde dos mananciais.

"O que será das gerações vindouras se não nos mexermos agora?"
Felizmente e com o auxílio de ferramentas da internet, cresceram as formas e a eficácia de denúncias. A população está mais atenta e questionadora. Contudo, ainda precisamos cultivar a prática cotidiana de pequenos atos de cidadania. Pelo bem da sociedade. Pelo bem do planeta.

Nesta época de reservatórios de água com níveis em franca decadência pela falta de chuvas, valem cuidados que deveríamos ter o tempo todo, independentemente da estiagem. Sei que é chover no molhado, mas falo de não escovar os dentes com torneira aberta, racionalizar o banho – fechando o chuveiro enquanto se ensaboa –, nunca usar mangueira como vassoura, reaproveitar a água do enxague de roupas (no tanque ou na máquina) para limpar o quintal, ser prudente para lavar louças e assim por diante.

Economizar água tornou-se vital para a sobrevivência da humanidade. Hoje, os reservatórios estão com níveis baixos. Num futuro próximo, pode ser que o precioso líquido esteja quase esgotado. O que será das gerações vindouras se não nos mexermos agora? 

Governantes e parlamentares, como eu, têm sim a obrigação de corrigir o compasso e melhorar tanto quanto possível a gestão dos recursos naturais. Contudo, o sucesso desta empreitada está diretamente ligado à participação popular. Quanto maior e mais profunda for a consciência das pessoas no combate aos desperdícios, melhor e mais rápido avançaremos no processo de preservação dos recursos naturais. Portanto, a palavra de ordem é economizar água. 

Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP

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