sexta-feira, 21 de março de 2014

Rumo à modernização

Uma sexta-feira de fúria mudou a rotina da central paulistana da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo). O protesto contra a cobrança de estacionamento terminou com veículos e prédios incendiados, depredações e confrontos entre seguranças e manifestantes. Cinco pessoas foram feridas, uma delas à bala.

Sou contra a cobrança do estacionamento, mas também não tolero a violência. A Ceagesp não tem mais condições de operar. Além das instalações primitivas, há restrições ao tráfego de caminhões em vias de acesso ao local, como as Marginais Pinheiros e Tietê – com sacrifício certeiro de alimentos perecíveis –, impossibilidade de ampliação e o mais grave: três a quatro vezes por ano, sofre enchentes de grandes proporções. As mercadorias ficam boiando e o que se salva vira risco à saúde dos consumidores, porque a maioria é ingerida in natura

Passaram-se 54 anos da sua inauguração, e a Ceagesp, na Vila Leopoldina, não recebeu uma única melhoria. Nem quando era administrada pelo Estado. Muito menos quando passou para o governo federal, em troca da amortização de parte da dívida paulista. 

É vital e urgente transformar em lei federal o projeto (174/2011) que institui o PlanHort – Plano Nacional de Abastecimento de Hortifrutiflorigranjeiros e fixa normas gerais para os entrepostos públicos de abastecimento alimentar. Como relator da proposta na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, tive a aprovação do meu relatório, elaborado com maciça participação de autoridades do governo e lideranças classistas.
"Tenho absoluta convicção da necessidade de mergulhar as
centrais de abastecimento do País num banho de modernidade"
Tenho absoluta convicção da necessidade de mergulhar as centrais de abastecimento do País num banho de modernidade, capaz de reverter a assombrosa precariedade que prejudica toda a cadeia produtiva – dos produtores aos consumidores. Defendo as PPPs (parcerias público-privadas) para construção de novos entrepostos públicos, ou adequação, revitalização e ampliação dos existentes. 

Cada entreposto deveria ser gerenciado por uma comissão composta por representantes do poder público, dos produtores, dos permissionários, dos comerciantes (atacadistas e varejistas) e dos consumidores. 

A ideia é um entreposto moderno, acessível, em local sem restrição à circulação de veículos de carga, com logística apropriada e conexões rápidas com principais rodovias e acessos, além de proximidade ou elo direto com a malha ferroviária. Também precisa ter um sistema operacional transparente para a venda dos produtos, com preços reais. Unidos, podemos mudar a realidade cruel que ameaça o bem-estar do povo brasileiro. 

Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP

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