#DescuidoGeral – “Paralisia: pólio chega à
fronteira e acha milhares de crianças sem vacina”. É o título de uma notícia
preocupante, publicada na coluna VivaBem-Uol. Faz mais de 30 anos que o Brasil
se vê livre da poliomielite. Na América do Sul, registrou-se um caso no Peru, em
que a doença apareceu em uma criança indígena. É um fato alarmante pela rápida
disseminação da doença, que é extremamente contagiosa.
Poliomielite, também conhecida como paralisia
infantil, paralisa e deforma os membros inferiores. É uma doença debilitante e
transmissível pelas fezes ou secreções eliminadas pela boca das pessoas
doentes. Portanto, qualquer um, independentemente da idade, que não tenha se
imunizado enquanto criança, deve se vacinar.
A Organização Panamericana de Saúde (Opas) e o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiram alertas sobre a reintrodução
acelerada da doença no continente, caso o sistema de vacinação não esteja
atualizado nos países. O risco da transmissão é alarmante ao Brasil, em razão
da fronteira com o Peru e Colômbia, a denominada “tríplice fronteira”. Há pelo
menos 4 anos, as taxas de vacinação em nosso País estão significativamente
abaixo do recomendado.
O Ministério da Saúde abriu os dados sobre o grau
de vacinação das crianças menores de 5 anos dos últimos 4 anos, que registram a
redução dos índices de imunização em no mínimo 30%. Portanto, a cada dez
crianças menores de 5 anos, que deveriam estar vacinadas, somente sete foram
imunizadas de fato, diante da recomendação da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para o controle da pólio, que é de 95%.
Lamentavelmente, entre 2019 e 2021, 1,6 milhão de
crianças abaixo de 5 anos deixaram de ser vacinadas e 2 milhões ficaram sem as
doses recomendadas. 412.836 crianças não receberam qualquer dose da vacina no
ano de 2022.
É uma pena, visto que desde 1989, o Brasil está
livre da perigosa poliomielite, graças a uma campanha contínua de robusta
imunização em nível superior a 95%, exatamente para impedir a circulação e
contaminação do vírus. Todos os pais e familiares devem providenciar
urgentemente a vacinação das crianças em Unidades Básicas de Saúde, visando o
esquema vacinal completo. São cinco doses, sendo três da vacina Inativada
Poliomielite (VIP) dadas aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses; e duas doses
de reforço da Vacina Oral Poliomielite (VOP), dadas aos 15 meses e aos 4 anos. Essa
imunização oral, gratuita, é a famosa vacina do Zé Gotinha.
Conclamo todos os pais para que não se esqueçam do
dever de vacinação contra quaisquer doenças, principalmente a terrível
poliomielite, que deixa as pessoas aleijadas dos membros inferiores. #VoltaDaPólio
(Foto: Criança vítima do poliovírus – Armando Waak/OPS)
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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