sexta-feira, 18 de junho de 2010

Como fugir das tentações do consumo

Não é de hoje que se fala que ir ao shopping é uma distração. Na verdade, transformou-se em opção de lazer para muitas famílias que, sem outras alternativas, vê no centro de consumo o destino certeiro para o tempo livre. O problema é que este entretenimento nem sempre é saudável para o orçamento familiar. Diante da sedução dos produtos expostos nas vitrines, não raro, o visitante extrapola o limite de apreciar e sucumbe à tentação de comprar. Mesmo sem dinheiro no bolso. Afinal, existe a moeda de plástico, maravilha da vida moderna – que vira pesadelo quando chega a fatura do mês. Aí, o tal cartão de crédito exibe suas garras.

Engana-se quem acha que o impulso de consumir acomete só as mulheres. Já vi muitos homens endividados por conta de compras repentinas de itens desnecessários. Sim, comprar sem pensar traz o inconveniente extra de adquirir produtos absolutamente dispensáveis.

Aliás, o conselho número um dos especialistas em finanças ao consumidor é perguntar a si mesmo, antes de comprar: “Será que eu preciso mesmo disso?” Uma colega de trabalho costuma dizer que, quando sente aquele irresistível desejo de fazer compras, tranca-se no quarto e espera a vontade passar. Bom, nem é preciso ser tão radical, mas um pouco de cuidado com o bolso não faz mal a ninguém.

Falo isto porque vejo gente que conheço fazendo coisas absurdas. Está no vermelho, usando limite do cheque especial, com contas em atraso e continua comprando no cartão de crédito. Mais: com as facilidades da internet, nem precisa sair de casa. Basta acessar a rede e pronto. Está feita a aquisição. É a falta de autocontrole.

Há ainda os casos de quem busca nas idas ao shopping para gastos de toda ordem o alívio do estresse. Utiliza as compras como meio de compensar o desgaste cotidiano. Uns comem um montão de chocolate; outros compram. Nem um, nem outro faz bom negócio. Ambos têm satisfação temporária. Mais tarde, no entanto, vem a insatisfação gigantesca. O primeiro passa a brigar com a balança. Já o segundo entra em pane com a fatura do cartão de crédito.

Quando está sob forte tensão emocional e resolve comprar para espantar a depressão, a primeira coisa que vem à mente da pessoa é a velha frase: “Eu mereço”. Seja uma bolsa, um calçado, um celular, tudo em nome de um suposto mérito por suportar tanto desgaste. O fato é que esta frase pode ser a grande inimiga mais tarde. Se a pessoa quer relaxar depois de um dia tumultuado, o melhor a fazer é não ir ao shopping. Afinal, quem garante que o autocontrole estará presente para frear o impulso de gastar mais e mais? É bem mais seguro optar por uma caminhada ao ar livre, longe das vitrines.

Outro conselho dos especialistas aos consumidores mais impulsivos: só comprar quando se tem dinheiro no bolso para pagar à vista. A maioria das pessoas usa o cartão de crédito de forma errônea. Eles alertam que o cartão é um instrumento para facilitar as compras e conseguir vantagens em bônus com as operadoras; não para financiar as aquisições.

Voltando ao passeio ao shopping em família, o alerta deve ser redobrado. Em especial porque a associação entre crianças e centros de consumo não faz bem ao bolso dos pais. Acho que todos já viram cenas de crianças, aos berros, esperneando para fazer os pais comprarem algo que elas desejam.

Para evitar esses episódios, a orientação é conversar antes com os pequenos sobre a importância dos gastos, as necessidades e utilidades dos produtos e até estabelecer limite do valor que será gasto no passeio. Atitudes assim também tornam o lazer menos pesado para o orçamento doméstico e ajudam a formar consumidores mais conscientes.

Evidente que o exemplo deve partir dos pais. Não adiantam longos discursos às crianças se, na primeira loja, o pai compra mais um relógio para a coleção de outros encostados e a mãe leva outro sapato para ficar no armário. Eis porque nossa responsabilidade é grande. Não basta apenas o autocontrole para cuidar das finanças de casa. É preciso educar os filhos para o consumo consciente.

Por fim, mais uma dica. Sei que funciona. Nunca vá fazer compras de supermercado com fome. Escolha o horário logo após o almoço ou o jantar. Motivo: estar faminto faz a gente comprar mais alimentos – de todo tipo. Quando se está saciado, é mais fácil seguir a lista e comprar só o necessário. Experimente e boas compras!
Junji Abe (DEM), ex-prefeito municipal de Mogi das Cruzes

Um comentário:

  1. Duarte Diretor do São José esporte clube ,meu parabens pela Vitória Junji Abe te desejo muito sucesso.

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