#ProdutorDoAno – Nos idos anos de 1930, foi
construído o reservatório de água do Rio Claro no Alto Tietê. Em 1970, veio a
barragem da Ponte Nova e, na sequência, foram implantadas as barragens de
Paraitinga, Biritiba Mirim, Taiaçupeba e Jundiaí, sendo estas três últimas em
Mogi das Cruzes/SP, constituindo o Sistema Produtor do Alto Tietê, para
abastecimento de água potável à população da Região Metropolitana de São Paulo.
A 60 km de São Paulo, Mogi foi a mais prejudicada.
Teve desapropriada pelo governo paulista vasta área agrícola pertencente a mais
de 600 pequenos e médios produtores, desempregando aproximadamente 2,5 mil
trabalhadores rurais. A situação deixou totalmente órfãos os agricultores, que
não receberam indenizações justas pelas terras, construções e plantações
desapropriadas.
Mesmo assim, a agricultura mogiana se mantém na
vanguarda. A Cidade continua sendo campeã nacional na produção de verduras,
legumes, frutas, flores e plantas ornamentais, os chamados hortifrutiflorigranjeiros.
Qual a explicação? São a perseverança, resiliência e superação dos heroicos
produtores rurais.
Motivado por esse gigantesco sentimento de
superação, em 1983, como presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes
(SRMC), propus aos vereadores que aprovassem um projeto de lei para concessão
anual do Título Honorífico de “Agricultor do Ano”, cabendo ao SRMC a indicação.
A proposta foi aprovada por unanimidade. Por volta de 1998, a homenagem foi inexplicavelmente
extinta, ignorando a força produtiva mogiana, inigualável no território
nacional.
Em 5 de abril último, propus o resgate da honraria,
com a aprovação, pelo Legislativo mogiano, de projeto de lei com a finalidade
de reconhecer o heroísmo dos profissionais do campo. A ideia foi apresentada na
abertura oficial do Akimatsuri – Festival de Outono, realizado anualmente pela
Associação Cultural de Mogi das Cruzes (Bunkyo), diante do presidente da
entidade, Frank Tuda; do coordenador geral do evento, Daniel Aoyagui; do
presidente do SRMC, Fábio Dan; do coordenador da Comissão Técnica de
Hortaliças, Flores e Orgânicos da Faesp, Gildo Saito; do presidente da Câmara
Municipal de Mogi das Cruzes, José Francimário de Macedo Farofa; e do
secretário municipal de Agricultura e Segurança Alimentar de Mogi, Renato Abdo.
Uma grande salva de palmas selou a acolhida à
ideia. Em 19 de maio, compareci à Câmara, a convite do presidente, vereador
Farofa, para uma reunião, ao lado de vários vereadores e das lideranças acima
mencionadas. Na oportunidade, pedi que os próximos encontros tivessem a
presença da Associação dos Produtores Rurais de Jundiapeba e Região (Aprojur), presidida
por Júlio Cezar Bresciani.
Delineamos critérios a serem efetivados pela futura
legislação. Serão três homenageados com o Título de Produtor Rural do Ano,
sendo duas indicações do SRMC e uma da Aprojur. As entidades deverão entregar
as indicações até a 1ª quinzena de dezembro; a Câmara transferirá, por
decreto-legislativo, a entrega das homenagens para o endereço do centro
esportivo do Bunkyo, onde os títulos serão concedidos anualmente em abril,
durante a abertura do Akimatsuri.
Com profunda emoção e gratidão, manifesto minha alegria pelo resgate de um justo reconhecimento aos guerreiros do campo. Parabéns, presidente Farofa, dignos vereadores e lideranças parceiras! Muito obrigado de coração! #JustoReconhecimento
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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