sexta-feira, 6 de junho de 2025

Tempo de prudência

 

#PenaDeMorte – O acelerado quadro de violência leva quem nunca concordou com a pena de morte a começar a aceitar esta punição aos condenados, principalmente, em caso de crimes violentos. Notícias como a dos EUA fazem as pessoas revisarem opiniões: “Preso morre com injeção letal horas após testemunha dizer que mentiu”. Somos abalados por crimes hediondos, mas também não concordamos, em hipótese alguma, com injustiças.

 

A vítima dessa injustiça chamava-se Freddie Owens, de 46 anos, que morreu com injeção letal, na Carolina do Sul (EUA), em setembro último. Isso ocorreu horas depois que a testemunha envolvida no caso declarou que mentiu no depoimento, e que Owens não estava no momento do assassinato da balconista de uma loja de conveniência. O assalto foi em 1997.

 


Apelações feitas pela defesa do réu foram negadas até mesmo por um tribunal federal. No dia anterior, a Suprema Corte da Carolina do Sul havia negado a solicitação. O governador Henry McMaster tinha o poder de mudar a sentença. Mas, preferiu rejeitar o pedido de clemência do detento. Lei da Carolina do Sul permite ao condenado escolher a forma de morte: injeção letal, fuzilamento ou cadeira elétrica.

 

Steven Golden, envolvido no crime e autor do depoimento que ajudou a condenar o réu, foi quem retrocedeu em sua confissão original, relatando que Owens não estava na loja no momento do assalto. Contudo, os promotores declararam que outros amigos do preso e a ex-namorada dele disseram que ele teria se gabado por matar a balconista.

 

Golden disse que, na época, culpou o amigo Owens porque estava sob efeito de cocaína e sob pressão da polícia que alegava estarem os dois juntos no assalto. No fim, Golden foi condenado a 28 anos de prisão, após se declarar culpado em uma acusação menor de homicídio voluntário. “Sei que a data de execução de Freddie é 20 de setembro e não quero que seja executado por algo que ele não fez. Isso pesou muito na minha mente e quero ter a consciência limpa”, afirmou. Tarde demais.

 

Que esta história verídica sirva de referência para os defensores da pena de morte. Por mais justa que pareça a punição de um condenado, nem sempre a acusação é verdadeira. #TempoDePrudência

 

(Imagem: Reprodução/News 19 WLTX)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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