#CampanhaGeral – Como entusiasta do ensino de
qualidade, critico nossos governos que, ao longo das décadas, nunca investiram
no ensino público como prioridade e muito menos no ensino de qualidade, com período
integral. Apesar de o Brasil ser um país inigualável, o povo é vítima da
gigantesca desigualdade social e a nação, submissa aos países desenvolvidos, como
Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França, Espanha, Inglaterra e outros, pequenos
em dimensão territorial e sem riquezas naturais.
É angustiante a notícia de que “só 15% dos jovens
concluem ensino médio na idade certa e com aprendizado esperado”. Em estados
como o Amapá, há apenas 5,6% de jovens com aprendizado razoável e na idade
recomendável. Além do abandono escolar, esses jovens são péssimos em português
e matemática, conforme o relatório do Índice de Inclusão Educacional (IEE),
criado pela organização Metas Sociais por solicitação do Instituto Natura. O
cálculo foi desenvolvido pelo educador e especialista Reynaldo Fernandes, o
responsável pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que é o
mais importante parâmetro de educação brasileira.
A pandemia da Covid-19, com o fechamento de escolas
durante dois anos (2020-2021), prejudicou ainda mais o ensino no Brasil que
ainda não conseguiu recuperar a normalidade. “Esse efeito tende a passar com o
tempo, mas já temos uma parte destas gerações com o presente e futuro
comprometidos por estarem saindo da escola sem a aprendizagem desejável. Isso
reduz o acesso à universidade e a empregos mais qualificados. A recomposição da
aprendizagem perdida na pandemia, principalmente no ensino médio, ajudaria a
melhorar esse cenário. Mas, claramente, é algo que o país não tem conseguido
fazer”, diz David Saad,
diretor-presidente do Instituto Natura.
A falta de investimento em educação acarreta graves
consequências econômicas e sociais, resultando em um círculo vicioso de
problemas que afetam tanto os indivíduos quanto a sociedade como um todo.
Segundo os especialistas, as principais consequências são aumento desigualdade
social, impacto negativo no mercado de trabalho, comprometimento do crescimento
econômico, aumento da criminalidade e violência, problemas de saúde pública, perda
de potencial humano e inovação, e dificuldades no exercício da cidadania.
Como as autoridades públicas e lideranças não se
movem no sentido de investir com absoluta prioridade no ensino público,
principalmente com aulas em período integral, o povo deveria se unir em
campanhas, saindo às ruas para exigir, com firmeza e determinação, o ensino público
de qualidade já! #EnsinoPedeSocorro
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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