sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Ensino pede socorro

 

#CampanhaGeral – Como entusiasta do ensino de qualidade, critico nossos governos que, ao longo das décadas, nunca investiram no ensino público como prioridade e muito menos no ensino de qualidade, com período integral. Apesar de o Brasil ser um país inigualável, o povo é vítima da gigantesca desigualdade social e a nação, submissa aos países desenvolvidos, como Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França, Espanha, Inglaterra e outros, pequenos em dimensão territorial e sem riquezas naturais.

 


É angustiante a notícia de que “só 15% dos jovens concluem ensino médio na idade certa e com aprendizado esperado”. Em estados como o Amapá, há apenas 5,6% de jovens com aprendizado razoável e na idade recomendável. Além do abandono escolar, esses jovens são péssimos em português e matemática, conforme o relatório do Índice de Inclusão Educacional (IEE), criado pela organização Metas Sociais por solicitação do Instituto Natura. O cálculo foi desenvolvido pelo educador e especialista Reynaldo Fernandes, o responsável pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que é o mais importante parâmetro de educação brasileira.

 

A pandemia da Covid-19, com o fechamento de escolas durante dois anos (2020-2021), prejudicou ainda mais o ensino no Brasil que ainda não conseguiu recuperar a normalidade. “Esse efeito tende a passar com o tempo, mas já temos uma parte destas gerações com o presente e futuro comprometidos por estarem saindo da escola sem a aprendizagem desejável. Isso reduz o acesso à universidade e a empregos mais qualificados. A recomposição da aprendizagem perdida na pandemia, principalmente no ensino médio, ajudaria a melhorar esse cenário. Mas, claramente, é algo que o país não tem conseguido fazer”, diz  David Saad, diretor-presidente do Instituto Natura.

 

A falta de investimento em educação acarreta graves consequências econômicas e sociais, resultando em um círculo vicioso de problemas que afetam tanto os indivíduos quanto a sociedade como um todo. Segundo os especialistas, as principais consequências são aumento desigualdade social, impacto negativo no mercado de trabalho, comprometimento do crescimento econômico, aumento da criminalidade e violência, problemas de saúde pública, perda de potencial humano e inovação, e dificuldades no exercício da cidadania.

 

Como as autoridades públicas e lideranças não se movem no sentido de investir com absoluta prioridade no ensino público, principalmente com aulas em período integral, o povo deveria se unir em campanhas, saindo às ruas para exigir, com firmeza e determinação, o ensino público de qualidade já! #EnsinoPedeSocorro

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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