sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Situação de risco

 


#TremxAvião – A comunicação em tempo real, via internet, proporciona o privilégio de conhecer fatos reais que são surpreendentes. Imaginem um aeroporto cortado por uma linha de trem. Isso mesmo. O inusitado encontra-se na Nova Zelândia, um pequeno país formado por arquipélagos, situado na Oceania, à sudeste da Austrália, região com uma das maiores instabilidades tectônicas do mundo, o “Círculo de Fogo do Pacífico”. Duas ilhas maiores (norte e sul) com outras menores totalizam a dimensão territorial de 268 mil km² (parecido com o estado de Piauí, que possui 251,7 mil km²).

 

O aeroporto chamado Gisborne fica no subúrbio de Elgin, na ilha do norte da Nova Zelândia, sendo temido por muitos pilotos e passageiros. A segurança é indubitavelmente o fator mais importante. Decolagens e pousos são competentemente coordenados para evitar a colisão das aeronaves, mas extremamente complexos considerando a necessidade de organizar também a passagem de um trem que corta a pista. A ferrovia é muito antiga, com trem a vapor da empresa Gisborne City Vintage Railway.

 

Em entrevista ao portal neozelandês Stuff, o gerente do aeroporto, Murray Bell, explicou que, quando o aeroporto foi construído no início da década de 1960, a linha férrea ficava no trecho final da pista. Desde então, ela foi estendida sobre a linha, com 2/3 dela ficando de uma lado da linha férrea e 1/3 do outro lado. No início de 2023, a via férrea sofreu sérios danos por conta do ciclone Gabrielle, reduzindo as viagens que, antigamente, cruzavam a pista duas vezes ao dia para 15 viagens férreas por ano, especialmente, durante o verão ou a visita de navios de cruzeiros à região.

 

Deu-se total prioridade aos aviões, com horários de pousos e decolagens bem coordenados. Isso é orquestrado pelos funcionários da torre de controle do aeroporto, determinando a parada do trem em um determinado ponto, quando ele se aproxima. Segundo Bell, “toda ação é pré-arranjada” com a torre indicando se o trem está liberado para seguir ou se deve permanecer parado.

Por mais que haja responsabilidade dos funcionários de ambas as partes, entendo que o correto seria a retirada da pista férrea, acabando com as viagens de trens, por mais que sejam importantes. Afinal, erros humanos e falhas técnicas sempre acontecem. #SituaçãoDeRisco

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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