quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Menos poluição nas águas

Ser legislador, em qualquer esfera, é uma tarefa de fôlego. Seja vereador, deputado estadual, federal ou senador, nenhum tem a caneta na mão. Quer dizer, pode propor, tentar criar uma lei, fazer gestões junto aos órgãos públicos, pedir, pedir e pedir. Mas, nada garante que terá êxito. Quem já ocupou cargos eletivos no Legislativo e no Executivo, como eu, tem a exata dimensão das coisas. No Poder Executivo, quem comanda decide. Define prioridades para a maior parte do dinheiro arrecadado. Pode acolher ou rejeitar as intervenções dos legisladores.

Nesta semana, fiquei bem feliz ao constatar que um dos trabalhos a que me dediquei muito na Câmara dos Deputados deu resultado. Ponto para Mogi das Cruzes que terá R$ 7.665.779,91 do governo federal para a construção de um coletor de esgotos entre a região do Parque Morumbi e o Centro da Cidade. A obra toda custará R$ 9.029.393,41. A diferença virá dos cofres municipais como contrapartida financeira.

A implantação do sistema de coleta e transporte de esgotamento sanitário viabilizará o saneamento do Ribeirão Ipiranga, porque todo esgoto nele lançado e também em parte do Rio Negro será coletado e enviado para tratamento, o que também reduz o grau de poluição do Tietê, o maior rio paulista que é o destino natural do Ipiranga e de outros mananciais que cortam a Cidade. 

Haverá uma estação de bombeamento e 6,7 quilômetros de redes coletoras, que captarão o esgoto desde o Parque Morumbi até um interceptor próximo ao Terminal Central. Os efluentes seguirão para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da Sabesp, em Suzano.

Além do Parque Morumbi e da Vila da Prata, o complexo atenderá os moradores de parte da região central, Mogi Moderno, São João, Jardim Camila e Caputera. Mais de 65 mil pessoas serão beneficiadas. Esta é uma conquista muito importante. Mogi das Cruzes precisa de investimentos em coleta e tratamento de esgoto para dar fim ao principal foco de poluição das águas, também fator de alto risco à saúde pública agravado pelas enchentes, que é o despejo de detritos in natura nos cursos d’água. Tratam-se de medidas que trarão gigantescos ganhos sociais e ambientais.

O projeto do prefeito Marco Bertaiolli (PSD) aguardava aprovação na Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, vinculada ao Ministério das Cidades. Acionado por ele, comecei a maratona de ações pela execução da obra. Em uma das intervenções, intermediei audiência com o analista de Infraestrutura da Pasta, Leandro de Aquino Leão. Na ocasião, em abril do ano retrasado (23/04/14), ele garantiu que se empenharia por um desfecho positivo ao pleito da Cidade. Fizemos pressão. Deu certo. Apesar da demora.

"Registro aqui a fundamental participação de parlamentares
mogianos nas ações que garantiram a obra para Mogi"
Registro aqui a fundamental participação de parlamentares mogianos nas ações que garantiram a obra para Mogi. É o caso de Juliano Abe (PSD), Odete Sousa (PR) e Marcos Furlan (PV) que compunham a CEV (Comissão Especial de Vereadores) da Água e representaram a Câmara Municipal. Estivemos juntos no Ministério das Cidades para defender a liberação dos recursos, a fundo perdido (sem ter de pagar de volta). A somatória de esforços, incluindo os do prefeito, possibilitou uma intervenção importantíssima. Associada a outros trabalhos em andamento, a iniciativa permitirá que Mogi das Cruzes promova o tratamento de 71% do total de esgoto coletado, hoje na casa dos 96%. Menos poluição nos mananciais, mais qualidade de vida. 

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008)

Crédito da foto: Arquivo/Cláudio Araújo

Nenhum comentário:

Postar um comentário