Em tempos normais, o papel da
ciência, pesquisa, tecnologia e inovação já é indiscutivelmente importante. Nesta
era de pandemia, torna-se fundamental. Está nas mãos dos cientistas a urgente
descoberta de uma vacina contra a Covid-19.
No dicionário, sinônimo de cientista
é sábio, pesquisador, observador, investigador, especialista, etc. É aquele que
se dedica a ciência. É aquele que, a partir de uma espécie criada de alguma
forma, a estuda e desenvolve testes que permitem sua evolução.
Todas as pessoas são
imprescindíveis numa sociedade. Porém, creio que os cientistas nasceram com um
dom divino, concedido à minúscula parcela da humanidade. Foram os cientistas
que descobriram as vacinas em todas as pandemias causadoras de milhões de mortes,
como a peste negra, gripe espanhola, tuberculose, varíola, febre amarela e tifo,
entre outras.
Existem cientistas biólogos,
de computação e tecnologia, nucleares e médicos, entre outros. Atuam em todas
as áreas do conhecimento humano. Basta olhar a fantástica recuperação do Japão,
Coréia do Sul, Alemanha, Inglaterra, EUA e Rússia, todos envolvidos na
catastrófica 2ª Guerra Mundial. O trabalho científico também está na qualidade
de vida dos povos do hemisfério norte, como da Finlândia, Dinamarca, Noruega e
Suécia, com atividades econômicas prejudicadas pelo rigoroso inverno de seis
meses no ano. Está ainda na melhoria constante da condição dos povos do
continente africano, vítimas de desertos e altíssimas temperaturas. E também na
extraordinária performance da China que, libertando-se de ideologia comunista, se tornou
a segunda potência econômica mundial.
Todas as conquistas,
melhoramentos e superações contínuas são fruto do dedicado trabalho dos
cientistas. Evidente, com o devido apoio de governantes sensíveis, dotados do
espírito de estadista, que investem maciçamente em ciência, pesquisa,
tecnologia e inovação. Oferecem educação cidadã e profissional de alto quilate,
além de fomentar o integral amparo dos setores público e privado, após a
formação e ao longo da carreira.
Os cientistas são
missionários que inventam, criam e implementam instrumentos para ajudar
empreendedores, empregadores e trabalhadores, atuam na redução das
desigualdades sociais e na elevação da qualidade de vida dos povos.
Em contraste com o cenário de
apoio aos cientistas em diversas nações, nossos governantes, salvo raras
exceções, nunca tiveram essa sensibilidade e visão. O renomado neurocientista
Sidarta Ribeiro, fundador do Instituto de Cérebro da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e membro efetivo da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência, denuncia a grave fuga de cérebros do Brasil, e sem perspectiva de
retorno. A prova está no prejuízo sem precedentes causado pelo governo federal ao
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, uma das principais
fontes de financiamento da pesquisa no País, com arrecadação superior a R$ 4
bilhões por ano. Em 2019, o orçamento das agências custeadas pela União caiu de
R$ 13,9 bilhões para R$ 6 bilhões, em relação a 2015. Representa um trágico
recuo de 56,5%. Há previsão de queda maior neste ano de 2020. Sidarta diz mais:
“A ciência virou vilã. Enquanto o governo sul coreano investe 5% do PIB em
ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, o Brasil aplica menos de 1%. Não há
como competir com grandes players”.
Inspirado na frase “Gigante
pela própria natureza”, que emoldura o Hino Nacional, digo que Deus foi brasileiro
ao nos presentear com um país fantástico. Porém, sem governantes com espírito
de estadista, somos obrigados a concordar com o cientista Sidarta Ribeiro. Não
podemos ficar deitados eternamente em berço esplêndido. Afinal, o nosso povo não
foge à luta.
Como cidadão brasileiro, faço
um veemente apelo às lideranças em prol da nossa ciência: Apoiem
sistematicamente os pesquisadores e cientistas, que se dedicam de corpo e alma às
inovações e à alta tecnologia em benefício da população!
Junji Abe, produtor e líder rural, é
ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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