terça-feira, 17 de agosto de 2021

Preservar é honrar

 

#PatrimônioHistóricoÉIdentidade – A valorização da riqueza histórico-cultural é a exaltação da identidade que molda as pessoas, as famílias e a sociedade como um todo. No princípio e no conceito, valorizar as conquistas marcantes da sociedade no passado é tão importante quanto honrar a história e a memória dos nossos ancestrais. Celebra-se hoje o Dia do Patrimônio Histórico Nacional.    

 

Alicerçados nesse sentimento, enquanto prefeito de Mogi das Cruzes/SP, tivemos a honra de sancionar a Lei Municipal nº 5.500, de 30 de maio de 2003, que dispõe sobre a criação do inédito Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes (Comphap). Foi um trabalho do então secretário municipal de Cultura e Meio Ambiente, o extraordinário professor e historiador Jurandyr Ferraz de Campos, que teve aprovação unânime dos vereadores.

 

A iniciativa complementou as ações dos órgãos públicos das esferas federal – Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e estadual – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). Com o apoio dos vereadores e lideranças, corremos atrás do tempo perdido e, por meio do Comphap, conseguimos o tombamento do Casarão do Carmo e do Theatro Vasquez, ambas construções do final do século XIX. Outros relevantes patrimônios, de um total de 18 imóveis, foram selecionados para tombamento. Dentre eles, o prédio da antiga Estação Rodoviária (construção de 1941). Esse trabalho foi consolidado por nossos sucessores.

 


No primeiro ano de gestão, em 2001, inauguramos o Museu Professora Guiomar Pinheiro Franco, com total reforma do prédio remanescente (do final do século XVIII),  para proporcionar a guarda e proteção de objetos e todo o mobiliário que pertenceram à tradicional família mogiana Pinheiro Franco. 

 


Outra iniciativa de excepcional relevância foi a inauguração do Centro de Cultura e Memória Expedicionários Mogianos, em respeito à história dos soldados de Mogi que integraram a Força Expedicionária Brasileira e foram, em 1942, lutar nos campos da Itália até o término da guerra, em 1945.

 


Precisamos valorizar o patrimônio que cada cidade tem. Com raríssimas exceções, proprietários de imóveis antigos costumam ser contra os tombamentos. Portanto, organismos como o Comphap, ombreados com Iphan e Condephaat, protegem a história. Cito, por ordem de antiguidade, outros imóveis mogianos amplamente protegidos:

 

Capela de Santo Alberto (1611), Capela Rural de Santo Ângelo (1738), Capela São Sebastião (1820), Mercado Municipal (1858), Theatro Vasquez (1860), Casarão do Carmo (1880), Igreja das Ordens Primeira e Terceira do Carmo (1890), Igreja de São Benedito (1895), Escola Estadual Cel. Benedito de Almeida (1901 – antigo Grupo Escolar), Igreja Matriz de Santana (1902 – reconstrução 1952), Arquivo Histórico (1905), Corporação Musical Santa Cecília (1933), Monumento Marco Zero (1935), Estação Rodoviária (1941) e Casarão do Chá (1942).

 



Alguns desses endereços estão enraizados em minha vida de mogiano da gema. No Grupo Escolar Coronel Benedito de Almeida, estudei os 4 anos do antigo primário e me lembro que brincávamos no Marco Zero da Praça Cel. Almeida. Das janelas da sala de aula, acompanhei a demolição da antiga Matriz de Santana e reconstrução da igreja atual. Foi nela que, em 16 de dezembro de 1976, eu e a amada Elza nos casamos, pelas mãos do amigo Padre Vicente.

 




Preservar o patrimônio histórico ou familiar é um dever humanitário, cívico e sublime, com significado eterno. #PatrimônioHistórico #PreservarÉHonrar

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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