#OuroDaAmazônia – No meu tempo de
grupo escolar e ginásio (1948-1955), aprendíamos que desde o descobrimento do
Brasil (1500) até a proclamação da Independência (1882), Portugal extraía todas
as riquezas naturais brasileiras e levava embora. A verdade é que as rapinagens
persistem sob os olhos de autoridades públicas, muitas delas mancomunadas com
ilegalidades de toda ordem. As cenas ocorrem em pleno século XXI. É o caso das extrações
ilegais de metais preciosos, notadamente o ouro.
As notícias varrem o território
nacional, com repercussão em centenas de outros países, graças à competência da
nossa Imprensa e das redes sociais. Há mineradoras que agem nas reservas
indígenas da Região Amazônica, desmatando e poluindo os rios com mercúrio, metal
pesado mortal aos seres vivos.
Indignado, mostro a notícia veiculada
pela “Repórter Brasil”, com o título “Ouro ilegal da Terra Indígena Kayapó
termina em gigante italiana que fatura R$ 18 bi”. Esta operação ilegal foi
descoberta pela Polícia Federal. Os criminosos atuam no sul do Pará, aliados a
marginais de outros países. No exterior, o metal é comprado pela Chimet SPA (sigla em italiano para Química Metalúrgica Toscana), uma gigante do setor, classificada como 44ª maior
empresa italiana em faturamento com metais preciosos.
O ouro extraído das terras dos
Kayapós é espertamente legalizado, por meio de fraude, antes de deixar o
Brasil. A PF descobriu uma complexa organização criminosa, com dezenas de
personagens, que age na Amazônia e mantém conexões com empresas localizadas em
São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. Elas fazem a “lavagem” completa das
operações para torná-las legais e cuidam de exportar as riquezas.
Embora tardia, a operação policial
foi exitosa com a expedição de 12 mandados de prisão, 62 de buscas e apreensão
e bloqueio de R$ 469 milhões das contas dos investigados. Porém, após três
meses, os presos foram libertados por meio de habeas corpus. Coisas do Brasil...
Fato é que as autoridades brasileiras
precisam extinguir o mal pela raiz, combatendo esses crimes escabrosos com
ímpeto e rigor. Caso contrário, “estará tudo como dantes no quartel de
Abrantes” e a rapinagem bem “lavada” continuará nos sacrificando, além de destruir
nossas riquezas e culturas em prol de outros países e de seus povos.
#FimDaRapinagem #JustiçaJá
(Foto:
Felipe Werneck/Ibama)
Junji Abe, produtor e líder rural, é
ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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