#AssassinoDoPai – A escrivã de polícia Gislayne
Silva de Deus (36) perdeu o pai aos 9 anos de idade, assassinado em Boa
Vista/RO. Ele tinha 35 anos e morreu com um tiro à queima-roupa, disparado por
Raimundo Alves Gomes, que queria cobrar uma dívida de, pasmem, R$ 150. Foi em
16 de fevereiro de 1999. Em 25 de setembro último, a história teve o desfecho
que Gislayne e sua família buscaram por toda a vida: o acusado foi preso, após
25 anos.
Na época do crime, Gislayne era a mais velha dos filhos.
Obstinada a prender o assassino, ela se formou em Direito, prestou concurso e
passou a trabalhar com investigação na Delegacia de Homicídios em Roraima. No
Sistema Prisional (Desipe), ela imaginava ver o assassino do pai, enfim, preso.
“Quando eu era policial (penal), eu imaginava sempre o assassino chegando lá
para cumprir a pena dele”. Ao ingressar na corporação, ela fez um pedido
específico: ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH). Acreditava,
assim, que poderia encontrar e finalmente prender o autor do crime.
Condenado a 12 anos de prisão pelo homicídio,
Raimundo Gomes estava foragido desde 2016, quando teve o 1º mandado de prisão
expedido em seu nome. Em 26 de setembro, a audiência de custódia manteve a
prisão e ele seguiu para o sistema prisional de Roraima. “Com a prisão dele,
lavei minha alma e de toda minha família. Hoje temos paz e o sentimento de que
justiça foi feita. Isso não vai trazer nosso pai de volta, mas o assassino vai
cumprir a pena que deveria ter cumprido há muitos anos”, manifestou-se Gislayne.
Na delegacia, Gislayne falou ao assassino: “Olha, o
senhor está sendo preso e eu sou a filha da pessoa que o senhor matou, e
estamos aqui cumprindo a ordem judicial”. Na época da tragédia, a irmã menor
tinha somente 2 anos e todos ficaram órfãos. Qualquer crime prescreve após 20
anos, a partir da sentença condenatória e se a pena for maior que 12 anos. No
caso de Gomes, apenado com 12 anos, a prescrição seria em 16 anos a contar da
conclusão do julgamento. Ou seja, em 2031. Portanto, faltavam 7 anos para que o
crime se prescrevesse.
Segundo Gislayne, a condenação só foi possível porque
a família nunca desistiu de ter a justiça concretizada. Não fosse esta
obstinação, talvez o promotor tivesse pedido absolvição do acusado e o júri
concordado. Esta história real merece destaque para que a justiça seja feita, apesar
da demora incomum. Afinal, como diz o provérbio, “a justiça tarda mas não
falha”. #EnfimJustiça
(Foto: Reprodução/Internet)
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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