#CaldasDaRainha – “Por que essa cidade de Portugal
é conhecida por vender pênis de louça?” É o título de uma matéria que li e despertou
minha curiosidade. Resolvi compartilhar com vocês. A cidade onde as lojas
vendem uma infinidade de modelos de pênis de louça chama-se Caldas da Rainha e fica
a 100 km de Lisboa, capital de Portugal.
Os pontos turísticos são o Hospital Termal (fundado
pela Rainha D. Leonor, em 1485), que teria curado pacientes de diversas
enfermidades, e a mais antiga feira de frutas e legumes de Portugal, com mais
de 500 anos de existência, mas, a grande vedete são as lojas que vendem pênis
de louça. Ao longo dos anos, essas peças receberam os nomes de “O das Caldas –
Sardas – Falos”. Alguns podem considerá-las ofensivas. Porém, fazem parte da
história e ajudam a divulgar a cerâmica da cidade.
A trajetória dessa atividade começou no início do
século 19, pelas mãos de Maria dos Cacos, recém-viúva que teria herdado uma
olaria e criou uma das primeiras peças tradicionais da produção local: a mulher
garrafa (uma jarra em formato de mulher com roupas típicas portuguesas e com
cor e vidrado, característicos da região). Posteriormente, Caldas da Rainha
teve outros ceramistas importantes, como Manuel Mafra e Rafael Bordalo Pinheiro.
Não se sabe ao certo, mas a teoria mais difundida
pelos pesquisadores é de que a figura do pênis foi criada pelo oleiro João
Bandalho, no século 19, atendendo ao pedido de Manuel Mafra para criar uma peça
divertida, a fim ser oferecida como um presente ao rei Dom Luís.
Em uma das ruas mais tradicionais de Caldas da
Rainha, a vitrine da loja do “Ca..lho” chama a atenção: são pênis de vários tamanhos
e calibres, em concreto. A artesã Mônica Correia explica que colocou os dois
pontinhos (..) no nome para ficar algo assim mais elegante. São falos com asas,
em cores como roxo e vermelho, em broches e imãs de geladeira.
Em outra loja, o proprietário de um café, Luiz
Andrade, faz peças mais tradicionais, com humor escrachado em canecas e jarros.
Ele afirma que os falos são uma expressão artística importante de Portugal e “como
os portugueses não têm senso de humor, eles precisam de algo mais chocante para
rir”.
Enfim, analistas comprovam que são atividades
consideradas de alto valor cultural e artístico, que denotam a expressividade,
a criatividade e a irreverência dessa localidade. #IrreverênciaPortuguesa
(Imagem: Natália Eiras)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo