Partida de uma grande mulher

 

#SaudadeImensa – Amigas e amigos, em 23 de outubro, faleceu minha querida sogra Kimiko Yamada Sakaguchi, com 94 anos de idade. Um ser humano especialíssimo para os familiares e pessoas próximas. Sinônimo de guerreira, solidária, leal, caridosa, prestativa, simpática e amiga.

 

Filha mais velha do casal de imigrantes japoneses, Noboru e Shizuko Yamada, Kimiko nasceu em 25/01/1930, em Santo Anastácio, oeste do Estado. A maioria dos imigrantes japoneses, ao chegar ao Brasil, deslocava-se para o interior de São Paulo e do Paraná para trabalhar nas grandes fazendas de café durante 4 e 5 anos, como estabelecia a norma. Após o cumprimento do contrato, em razão do clima, as famílias que estavam no interior paulista iam para municípios da atual região metropolitana. Assim, o casal Yamada chegou a Mogi das Cruzes.

 

Minha sogra Kimiko, com mais sete irmãos, trabalhou intensamente ajudando os pais com o objetivo de dias melhores. Ela casou-se com Fumio Sakaguchi (profissional de vendas). Porém, ficou viúva aos 40 anos, com três filhos. Na época, Elza com 20 anos, Valter com 15 e Amélia com 12. Kimiko fez das tripas o coração para educar os filhos, com a ajuda da Elza. Como autêntica guerreira, superou as dificuldades, fazendo bicos como costureira e cabeleireira, sempre acreditando no futuro, com otimismo e esperança.

 

Com a graça de Deus, em 1971, conheci a jovem Elza, concursada da Prefeitura de Mogi. Namoramos, noivamos e casamos em 16 de dezembro de 1976, com as bênçãos de Deus, em celebração oficiada pelo saudoso Padre Vicente, na Catedral de Sant’Ana. Para meu privilégio, alegria e honra, minha sogra Kimiko sempre foi uma figura exemplar. Realmente, uma mulher excepcional, saudável, ativa, alegre, carinhosa, apaixonada por cães e, acima de tudo, uma verdadeira amiga.

 

Nos últimos 12 meses, começou a ter problemas de saúde e, em 19 de outubro, foi internada no Hospital Ipiranga. Após 4 dias, seu estado regrediu e foi para a UTI. Com a falência múltipla dos órgãos vitais, ela partiu.

 

Na presença de familiares e amigos, o corpo de Kimiko foi velado no Cristo Redentor, com culto budista celebrado pelo monge Inoue, do Templo Honpa Hongwanji, e sepultado no Cemitério São Salvador às 10 horas de 24 de outubro. Uma tristeza imensa com infinita saudade toma conta de todos. Minha querida sogra foi convidada por Deus para rever seus pais, marido, parentes e amigos. E, sobretudo, para cumprir novas missões.

 

Sou extremamente grato por ter convivido com a Dona Kimiko, e ao lado da minha amada Elza, me esforço ao máximo para repassar aos nossos filhos e netos seus preciosos legados. Minha querida sogra, receba de todos a eterna e merecida gratidão! #PartidaDeUmaGrandeMulher

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo