terça-feira, 26 de novembro de 2024

Vigília econômica

 

#PesquisadaDaCNC – A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, que mostra o endividamento das famílias brasileiras atingindo 76,6%, por causa de cartão de crédito, cheque especial, carnê de lojas, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carros e imóveis.

 

Segundo José Roberto Trados, presidente da CNC, no transcorrer de 2024, houve um recuo de 0,5% nos endividamentos, decorrente da sensação de melhora nas condições econômicas, como a maior contratação de trabalhadores, que favorece o orçamento doméstico com menos pessoas recorrendo ao crédito, visto que conseguem arcar com as dívidas correntes. A inadimplência atingiu 29% das famílias, uma pequena redução de 0,7% neste ano, comparado com o mesmo período de 2023.

 

Outro dado é sobre a falta de condições de pagar as dívidas. Em outubro de 2023, eram de 13%, enquanto no 1º semestre deste ano o índice foi de 12,5%. Embora pequena, a redução traz um indício de eficácia do Programa Desenrola, do governo federal, ao lado de medidas das prefeituras, como o Programa de Recuperação Fiscal (Refis).

 

O maior índice de dívidas em atraso ficou com consumidores de renda de até 3 salários mínimos. Desses consumidores, 17,2% são os que têm maior probabilidade de não conseguir arcar com dívidas, aumentando os casos de inadimplência, visto que comprometem 31,9% de sua renda com dívidas.

 

O cartão de crédito ainda é o mais utilizado pelos endividados, atingindo 87,7% do total dos devedores. No mesmo período do ano anterior, o índice foi de 86,4%. As dívidas no crédito consignado e no financiamento imobiliário tiveram aumentos, respectivamente, de 0,5% e 0,4%, comparativamente ao mesmo período do ano passado. No decorrer do ano, as dívidas sofreram recuos maiores entre as mulheres, com 3,4%, contra os homens, de 1,5%. Todavia, 30,1% das mulheres demonstram maiores dificuldades de quitar todas as dívidas, enquanto os homens chegam a 28%.

 


Essa pesquisa serve para nortear o andamento da economia brasileira. São sinais claros de que, apesar de uma pequena melhoria nos indicadores, não se pode baixar a guarda. Guerras como da Ucrânia/Rússia, Israel/Hamas, a incógnita da atuação na economia do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e as difíceis condições econômicas da maioria das nações são indicadores inquestionáveis de que o Brasil está muito longe de se estabilizar e se desenvolver, proporcionando uma vida melhor e mais estável à sua população. #VigíliaEconômica 

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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