#EmDefesaDoIAC – Absolutamente equivocada a decisão
do governo de São Paulo, que anunciou a privatização do Instituto Agronômico de
Campinas (IAC), no dia 11 último. Lideranças agrícolas e cientistas já se manifestaram
contra a medida. As autoridades constituídas são quem mais deveriam defender o
IAC. Mas, o governador Tarcísio de Freitas tem uma sede privatista incomum.
Não sou contra a privatização de patrimônios
públicos. Porém, é evidente que muitos deles são intocáveis. Criado em 1887, o
IAC teve a missão esplendorosa de desenvolver e transferir tecnologia, por meio
de pesquisas agronômicas, com permanente inovação. Na época de sua implantação,
o objetivo principal era instrumentalizar a economia paulista, baseada da
cafeicultura, e enfrentar problemas nesta e demais culturas existentes.
São Paulo e o Brasil devem muito ao IAC: aumento
fenomenal de toda a cadeia de produção agrícola (café, algodão, feijão, arroz,
trigo, soja, milho, sorgo, seringueira, citros, hortaliças, frutas e plantas
ornamentais, entre outras variedades, num conjunto de 1.154 cultivares de 110
espécies). O Instituto criou espécies adaptáveis ao solo e ao clima, fortes
contra pragas, com reduzido uso de defensivos, maior produtividade e alta
qualidade, aliados à menor despesa e mínimo impacto ambiental.
Esse é o retrato fiel da importância do IAC,
localizado na Fazenda Santa Elisa, em Campinas/SP, que foi incorporada em 1898,
abrigando o Centro Experimental Central (CEC) e a maioria das unidades técnicas
do Instituto, onde são desenvolvidas pesquisas em melhoramento genético,
fitossanidade, fisiologia e fitotecnia de plantas agrícolas, irrigação,
recursos genéticos vegetais, manejo e conservação de solo e o Sistema de
Produção de Sementes de Cultivares IAC.
Além do CEC e da sede em Campinas, o IAC tem áreas
de pesquisa instaladas nos municípios de Cordeirópolis (Citros), Jundiaí
(Frutas e Mecanização Agrícola), Ribeirão Preto (Cana de Açúcar), Votuporanga
(Seringueira e Sistemas Agroflorestais), Mococa (Batata e outros cultivares),
Capão Bonito, Itararé, Jaú e Tatuí (diversas pesquisas).
O IAC é um patrimônio que serve ao mundo inteiro em
alimentação. Reúne o fundamental trinômio Ciência, Tecnologia e Inovação,
pilares da atuação secular que cria pontes para o futuro, contribuindo com
produtores rurais, geradores de empregos e renda, e respondendo a consumidores
que exigem produtos saudáveis por maior qualidade de vida.
Aliás, a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), fundada em 1973, que transformou o centro-oeste
brasileiro no celeiro do mundo e engrandece o Brasil, teve como alicerce o IAC.
São institutos que jamais devem ser privatizadas, porque são a salvação do planeta,
sob a ótica de produção de alimentos.
Infelizmente, devemos destacar que o IAC é vítima
de longo abandono pelo governo paulista com total esquecimento e reduzidos
investimentos. É uma lastimável corrosão que pode ser corrigida. Basta que
nossas autoridades públicas ajam como legítimas estadistas. #AbominávelPrivatização
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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