Se quem tem
atividades diárias normais e grande convívio social já sofre com ansiedade,
tensão, tristeza e pensamentos negativos por causa da determinação de
isolamento social, imagine a situação dos idosos que veem subtraído até o contato
regular com os familiares. O ócio, apesar de não ser doença, torna-se um mal
incontrolável em função do estado psicológico da pessoa.
Aos idosos que não têm mais
capacidade de desenvolver determinadas tarefas e apresentam redução ou ausência
de mobilidade, inviabilizando atividades laborais, físicas e sociais, a
ociosidade pode ser mortal. Afeta suas vidas de diversas formas. Aumenta a ansiedade, tristeza, preocupação,
sentimento de inutilidade, de vítima, de depressão e outras reações que, com
certeza, ocasionam até doenças incuráveis.
Enquanto criança e jovem, em razão de
uma formação familiar denominada pelos japoneses de “educação do lar”, cresci
turbinado para não curtir o ócio prolongado. Sempre vivi intensas atividades
relacionadas ao lar, família, trabalho, sociedade e esportes, entre tantas ações.
Mas, claro, intercaladas com o lazer, hobbies como pescaria, contemplação, reflexão
e algo mais porque ninguém é de ferro.
Agradeço a Deus pelos meus 80 anos de
muito vigor físico, apesar de dores musculares esporádicas! Sinto-me privilegiado
com excelente saúde mental, física, emocional e psicológica. Como preito de
gratidão, nunca penduro as chuteiras para não me sentir inútil ou enferrujado.
Parafraseando o imortal escritor e poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale
a pena quando a alma não é pequena”. Esforço-me permanentemente para ocupar a
mente.
Todo dia, reservo 1 hora para exercícios físicos, movimentando desde a cabeça
até os pés. Uma maravilha!
Se não bastasse, quase sempre, faço
jardinagem. Cuido das flores, plantas e capino o jardim. Pela ausência de
faxineira, em razão da pandemia, assumi a faxina semanal de alguns cômodos da
casa. Invariavelmente, três vezes ao dia, lavo uma parte das louças, mesmo
recebendo algumas broncas da minha amada Elza... E, lógico, reservo umas duas
horas, intercaladas ao longo do dia, para o meu inseparável notebook. Afinal, vivemos
num mundo globalizado!
Espero que a fórmula que tenho de
trabalho, relaxamento, descanso e lazer ajude outros a chutarem o ócio
permanente. São atividades físicas, mentais e até tarefas domésticas que podem
animar aqueles que, eventualmente, estejam sofrendo com a demasiada
ociosidade.
Compartilho minhas modestas atividades
caseiras como estímulo até que, com a imunização pelas salvadoras vacinas, eu
possa acrescentar outras ações, principalmente de cunho profissional. Acredito
piamente que “mente vazia é oficina do diabo”. #NãoAoÓcio
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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