Não bastassem as notícias
tristes e preocupantes da pandemia, somos alvejados com seguidos aumentos nos
preços dos produtos derivados de petróleo. Do gás de cozinha à gasolina e diesel.
Até o preço do etanol sobe sem parar, apesar de não derivar do petróleo. Nestes
três primeiros meses, o preço de combustível já teve seis aumentos. No caso da
gasolina, a alta ultrapassou 50%, com o litro nas bombas atingindo R$ 5,30. E
pior, os aumentos não vão parar. É um absurdo que golpeia não só os
proprietários e empresas de veículos, mas a sociedade por inteiro.
Os combustíveis são parte integrante das cadeias
produtivas do agronegócio, da indústria, do comércio, dos serviços e,
principalmente, do transporte da população e do deslocamento de cargas. São
prejuízos incalculáveis ao País e ao povo. Somos obrigados a engolir a seco,
sem choro nem vela, essa alta desenfreada de preços.
Compartilho uma coisa interessante. São
recomendações de especialistas para economizar combustíveis, a serem
implementadas antes, durante e após a utilização do veículo: 01) Calibrar os
pneus; 02) Carregar só o necessário; 03) Cuidar da aerodinâmica,
04) Fazer manutenção preventiva; 05) Manter o carro ligado apenas pelo tempo
necessário; 06) Acelerar e frear suavemente; 07) Frear o menos possível; 08)
Evitar o congestionamento e usar o “Waze”; 09) Saber sempre qual o destino e
usar o “Waze” para saber o melhor caminho; e 10) Praticar o “coasting”
(banguela) – nos câmbios automáticos, existe a banguela eletrônica que diminui
o gasto de combustível, ao deixar o veículo “solto” em altas velocidades e nas
descidas suaves e longas.
Neste cenário de caos, cito os dedicados motoboys que exercem, com dignidade e
presteza, a atividade de delivery. Arriscam a vida nos congestionados centros
urbanos, lutam por melhores condições de trabalho, contra a precarização do
serviço praticada pelas grandes empresas empregadoras e, atualmente, contra a
alta do preço da gasolina. Apesar da resiliência decorrente da necessidade, boa
parte vem substituindo motos por bicicletas que, cada vez mais, representam um
valioso instrumento de trabalho diário, com enorme significado social. E claro,
lembrando ainda da importância das bikes para condicionamento físico, lazer e
preservação ambiental.
Ah, mas no delivery as pedaladas geram cansaço
descomunal, na medida em que representam a defesa do pão de cada dia para
manter a família. Muitos condutores são privilegiados por invejável vigor
físico. Outros começam a substituir as preciosas bicicletas pelo transporte
outrora muito utilizado em serviços rurais, e depois, para atividades urbanas, além
de lazer e esporte de pequena parcela de elite da sociedade.
Os brasileiros são geniais! Sempre encontram
alternativas. Dá-lhe jeitinho brasileiro também no delivery! Com o preço da
gasolina, entregadores passam a fazer entregas a cavalo. “É rir pra não chorar”,
como diz o provérbio. Fica o apelo para
que cuidem muito bem dos bichinhos! Repito, faço esta postagem sem desrespeito
a qualquer profissão e muito menos à dignidade humana, visto que na minha
infância e juventude, nos idos anos de 1945 a 1960, convivi muito com os
estimados animais – bois, burros e cavalos – na magnânima atividade
rural. #JeitinhoBrasileiro
(Vídeo postado por Davi Santos – https://www.youtube.com/watch?v=ZdD3KUbR8C0)
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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