#DifícilMomento – “Demissão humanizada
existe? O que as empresas não deveriam fazer ao cortar”. É o título da matéria
do colunista Henrique Santiago, publicada na Uol – Economia, em 29 de maio. Viralizou
nas redes sociais o relato de uma pessoa que, após ser demitida, recebeu uma
cesta de bombons e um balão para amenizar o desligamento. Sensibilizado, o
demitido descreveu a atitude do empregador como “demissão humanizada”. Diante
de um fato raríssimo, pergunto: Isso existe?
Embora não seja a primeira vez que o
assunto virou discussão na internet, os críticos dizem que o conceito de
“demissão humanizada”, segundo o colunista, não existe. “Não seriam meia dúzia
de chocolates e um bilhete de agradecimento que suavizariam uma situação de
perda de emprego”.
Além dos críticos, os especialistas
em RH rejeitam o termo, duvidando da possibilidade de se realizar uma “demissão
humanizada”, principalmente em situações inesperadas. Porém, admitem que
existem condutas mais respeitosas de conduzir a demissão. Com máxima empatia, e
não com presentes.
Paulo Sardinha, presidente da
Associação Brasileira de Recursos Humanos, declara que é mais coerente o
empregador ou a empresa “estender a validade do plano de saúde, disponibilizar
cursos de capacitação, fazer carta de recomendação ou oferecer apoio
psicológico”.
Uma demissão, salvo por justa causa,
nunca foi pacífica entre as partes e, com certeza, tornou-se extremamente
complicada às empresas e desumana ao empregado, no período de pandemia.
Os especialistas comungam do
entendimento de que uma conversa virtual deve ocorrer apenas se o funcionário
morar em outra cidade, estado ou país. Caso contrário, sugerem que o gestor
imediato e o RH estejam presentes.
O dia mais recomendável para a
demissão não existe, conforme o coordenador do curso técnico de Recursos
Humanos da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), Marino Alves de Faria Filho. O
mais importante, diz ele, é o gestor se preparar para facilitar a organização
das palavras corretas a serem dirigidas à pessoa que perderá o emprego e não
fazer demissões “homeopáticas” que têm dia e hora para acontecer.
Dicas para o momento da demissão: a)
Preparar com antecedência o gestor responsável por demitir alguém; b) Conversar
com o funcionário individualmente em um ambiente privado; c) Se o encontro
virtual for inevitável, fale somente com a pessoa na sala; d) Explicar os
motivos reais do desligamento e dar abertura para ouvir o lado da pessoa
demitida; e) Oferecer extensão de plano de saúde, cursos de qualificação,
bonificações, etc; f) Auxiliar a pessoa demitida com uma recolocação no mercado
de trabalho.
Na condição de empregador, sempre
tive o maior respeito e sensibilidade para com os demitidos, ajudando-os para
aliviar o momento difícil. Nos anos de 1980, quando o governo do Estado
desapropriou imensas áreas produtivas para construção de reservatórios de água no
Alto Tietê, fui forçado a realizar muitas demissões na lavoura, o que fizemos
com profundo sentimento humanitário. Foi um grande aprendizado sobre a importância
das relações humanas! #DemissãoHumanizada
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário