sexta-feira, 22 de setembro de 2023

SOS Ferrovias!

 

(Foto: Divulgação)

#NorteSul – Hoje, falo do sistema ferroviário de transporte (passageiros e cargas), notadamente em países com dimensões territoriais gigantescas, como o Brasil. “Após 36 anos e gastos de R$ 15 bilhões, ferrovia Norte-Sul será entregue”, como destaca matéria da Uol. O modal corta três estados: Goiás, Maranhão e São Paulo numa extensão de 2.257 quilômetros.

 

A Norte-Sul possibilitará maior escoamento de commodities como soja, milho, algodão e minérios do centro-oeste brasileiro para as principais regiões do Brasil e do mundo. Além de facilitar o transporte de grãos, reduzirá muito o custo Brasil, proporcionando aos empreendedores a necessária competitividade neste mundo global. Especialistas informam que o frete será reduzido em 40%, tanto para o transporte de insumos como para o escoamento dos produtos.  

 

O Brasil necessita de muitas linhas ferroviárias, como a Norte-Sul, para tirar o atraso de décadas. Antes de 1950, o desenvolvimento do Brasil se fez pelo sistema ferroviário. Porém, lamentavelmente o governo Juscelino Kubitschek optou pelo sistema rodoviário para alavancar o crescimento econômico, por meio das indústrias automobilísticas, visto que a cadeia produtiva gerava maior volume de emprego, tributos e rendas. Ele lançou o slogan “50 anos em 5”.

 

Foi um ledo engano pelo qual pagamos muito caro até hoje. Causou, por exemplo, o sucateamento da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), que era responsável pelo transporte de passageiros e cargas a custos baixíssimos. Desde a catástrofe, não conseguimos estrutura férrea condizente para passageiros e cargas, como a maioria dos países desenvolvidos possuem. Diga-se de passagem, é uma realidade em nações de dimensões minúsculas, como Itália, Alemanha, Inglaterra, França, Índia, Japão e Coreia do Sul, até gigantes, como os EUA, China, Canadá e Rússia.

 

Oxalá, daqui para a frente, todos os governos invistam pesadamente no sistema ferroviário de passageiros e de cargas, porque o benefício será palpável e passa da hora de deixar somente nas letras o verso poético do Hino Nacional: “Deitado eternamente em berço esplendido”. #SOSFerrovias

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário