terça-feira, 9 de setembro de 2025

Direito fundamental

 

#ConquistaEstrutural – É indiscutível a imensa satisfação trazida pela tecnologia a cada nova conquista. Assim foi com a energia elétrica, o telefone, o veículo, o fogão a gás, a máquina de lavar roupa, a máquina fotográfica, o celular, a internet e assim será, infinitamente, com outras descobertas e benefícios em todas as áreas.

 

Aos 84 anos, lembro-me com emoção de quando meus avós e pais, imigrantes japoneses, instalaram na nossa fazenda em Biritiba  Ussu, zona rural de Mogi das Cruzes/SP, um motor a diesel acoplado ao gerador para produzir energia elétrica na nossa residência, das 18 às 22 horas. Foi em 1945. A rede pública de energia elétrica foi implementada somente em 1960, durante a gestão do governador Carvalho Pinto.

 

Outro fato marcante ocorreu em 1974, quando a Cooperativa Rural de Telecomunicações de Mogi das Cruzes, da qual sou presidente-fundador, viabilizou com os esforços dos próprios agricultores e o apoio total dos governos federal (Ernesto Geisel) e estadual (Laudo Natel) a telefonia no campo. Implantamos em toda zona rural de Mogi e parte dos municípios vizinhos de Biritiba Mirim, Suzano e Guararema 1,2 mil terminais telefônicos. Foi uma verdadeira revolução em termos de comunicação rural no Brasil.

 

Esses sentimentos afloraram quando vi a notícia sobre a comunidade quilombola do Tambor, interior do Amazonas, no Parque Nacional do Jaú, que comemorou a chegada de um sistema de água potável, impulsionado com energia solar. É resultado do projeto Água+Acesso, desenvolvido pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e Coca-Cola do Brasil, que desde 2017 atua em prol das comunidades quilombolas e indígenas. A iniciativa já beneficiou 5,6 mil pessoas de 37 comunidades com energia solar e água potável.

 

(Foto: Paulo Desana)

“É um sonho realizado. Foram anos e anos de promessas. Mas, a FAS foi a única organização que conseguiu realizar o projeto”, afirmou Sebastião Ferreira de Almeida, líder da comunidade do Tambor, que fica às margens do Rio Jaú. Em épocas de seca, é necessário descer e subir uma escada de aproximadamente 40 metros para buscar água em baldes. É uma verdadeira luta várias vezes ao dia. Para piorar, é uma tarefa a cargo de idosos, mulheres e crianças.

 

Neste Brasil gigante, ainda há milhares de localidades desprovidas de água potável, energia elétrica, saneamento básico, saúde, educação, habitação, etc. Muitos sequer têm conhecimento desses recursos. É muito triste, embora diferente, mas igualmente lamentável, o fato de populações urbanas amargarem a falta de energia elétrica e prejuízos de toda ordem em decorrência de fortes chuvas e ventos. Em ambos os casos, são graves falhas de infraestrutura. #DireitoFundamental  

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário