terça-feira, 23 de setembro de 2025

Pausa para reflexão

 

#TristePreconceito – Infelizmente, intolerância e discriminação racial invadem estádios no mundo inteiro, apesar da revolta dos atingidos e da maior parte da população. São casos como o do atleta Vinícius Jr. Brilhando no Real Madrid, da Espanha, é vítima de torcedores que não aceitam o fato de ele ser negro. Imitam gestos de macaco para agredi-lo moral e psicologicamente. No Paraguai, o jogador palmeirense Luighi (sub-20) foi alvo de ofensas racistas e levou até cusparada no rosto, durante o jogo contra o Cerro Porteño, pela Taça Conmebol, em 06 de março. Punições severas precisam ser aplicadas contra os transgressores. Porém, as organizações esportivas e a justiça passam à margem dessas agressões intoleráveis, sem as justas punições.

 

(Imagem: Reprodução/Internet)

Por conta da ocorrência com Luighi, o jogador paraguaio Ángel Romero, artilheiro do Corinthians, afirmou, em entrevista à Radio paraguaia ABC Cardinal, que “o Brasil é um dos países mais racistas” e que “deveria resolver seus próprios problemas antes de criticar o racismo em outras nações”. Ele disse que sofre diariamente com discriminação, preconceitos, insultos contra o seu país, contra sua nacionalidade. “Tenho orgulho de ser paraguaio, de ser índio, de ter essa raça Guarani”.

 

Quanto às declarações do craque, registro o comentário do cronista esportivo e ex-jogador Casagrande, que associa a discriminação contra os jogadores negros ao preconceito generalizado no Brasil contra nordestinos, pessoas em situação de rua, idosos, deficientes e obesos, entre outros, além da intolerância religiosa e de gênero. “A sociedade brasileira é uma das mais preconceituosas do mundo”, disse Casagrande, endossando a afirmação de Romero.

 

Concordo com Casagrande quando ele diz que temos de denunciar sempre o racismo e qualquer tipo de preconceito que sofremos no exterior. Mas, precisamos, também, parar de fazer o mesmo aqui dentro, com estrangeiros e conosco mesmos. Não podemos jogar o assunto debaixo de tapete. Precisamos ter a coragem de olhar para dentro e perceber que, muitas vezes, reproduzimos o mesmo comportamento ou até pior. Basta notar os ataques decorrentes da divergência de opiniões.

 

Enfim, o Brasil precisa continuar hospitaleiro e acolhedor, como no passado longínquo, quando recebeu imigrantes italianos, espanhóis, japoneses, alemães, árabes e etc. Somos reconhecidos como o berço da miscigenação! Como, então, estamos regredindo? #PausaparaReflexão

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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