O
andamento das políticas públicas contra o uso indiscriminado de
álcool e da dependência de outras drogas por uma parcela cada vez
maior da sociedade traz desesperança e preocupação. Existe um
vazio de coordenação que passa a impressão de desinteresse dos
órgãos governamentais no combate a esses males.
Coube
ao Tribunal de Contas da União (TCU) apontar uma série de falhas de
planejamento nos últimos anos. Por exemplo, foi esquecida a
determinação de inclusão do assunto no currículo escolar, do
ensino fundamental ao superior. Fica cristalino o empurra-empurra.
Cada órgão foge como pode das suas responsabilidades. Diante dos
fatos, o TCU deu prazo até 1º de abril para que o Ministério da
Justiça encaminhe o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.
Enquanto
isso, o IBGE demonstra que, em 2015, 55,5% dos adolescentes já
haviam ingerido álcool (porta de entrada para o consumo de outras
drogas). Quanto aos entorpecentes ou alucinógenos, o percentual de
jovens dependentes já atingia 9% naquele ano.
É
imperioso que o currículo escolar traga matérias consistentes
contra o consumo indiscriminado de álcool e proibição total do uso
de drogas ilícitas. Cabe ao Ministério da Educação proporcionar
cursos específicos ao Magistério, visando capacitação para
sensibilizar nossos jovens. Enquanto prefeito de Mogi, auxiliado por
uma equipe qualificada, implantei o Centro Municipal de Formação
Pedagógica (Cemforpe) – referência para aperfeiçoamento
profissional dos educadores, objetivando proporcionar ensino de
excelência.
Apelo
aos pais para que assumam a responsabilidade gigantesca de participar
do dia a dia dos seus filhos. Nada de transferir suas obrigações
quanto à prevenção e combate da dependência química para os
educadores e nem para os governantes. Até porque não se pode
esperar muita contribuição governamental para a formação cidadã
dos jovens. Menos ainda da implementação de políticas públicas
contra os perniciosos vícios ancorados no álcool e demais drogas. A
dependência química é reversível sim, porém, com extremas
dificuldades e reduzidos casos de sucesso. Portanto, lutemos pela
prevenção, utilizando o poderoso tripé formado pela família,
escola e sociedade!
Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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