quarta-feira, 11 de março de 2020

Tripé contra as drogas


O andamento das políticas públicas contra o uso indiscriminado de álcool e da dependência de outras drogas por uma parcela cada vez maior da sociedade traz desesperança e preocupação. Existe um vazio de coordenação que passa a impressão de desinteresse dos órgãos governamentais no combate a esses males.

Coube ao Tribunal de Contas da União (TCU) apontar uma série de falhas de planejamento nos últimos anos. Por exemplo, foi esquecida a determinação de inclusão do assunto no currículo escolar, do ensino fundamental ao superior. Fica cristalino o empurra-empurra. Cada órgão foge como pode das suas responsabilidades. Diante dos fatos, o TCU deu prazo até 1º de abril para que o Ministério da Justiça encaminhe o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.

Enquanto isso, o IBGE demonstra que, em 2015, 55,5% dos adolescentes já haviam ingerido álcool (porta de entrada para o consumo de outras drogas). Quanto aos entorpecentes ou alucinógenos, o percentual de jovens dependentes já atingia 9% naquele ano.

É imperioso que o currículo escolar traga matérias consistentes contra o consumo indiscriminado de álcool e proibição total do uso de drogas ilícitas. Cabe ao Ministério da Educação proporcionar cursos específicos ao Magistério, visando capacitação para sensibilizar nossos jovens. Enquanto prefeito de Mogi, auxiliado por uma equipe qualificada, implantei o Centro Municipal de Formação Pedagógica (Cemforpe) – referência para aperfeiçoamento profissional dos educadores, objetivando proporcionar ensino de excelência.

Apelo aos pais para que assumam a responsabilidade gigantesca de participar do dia a dia dos seus filhos. Nada de transferir suas obrigações quanto à prevenção e combate da dependência química para os educadores e nem para os governantes. Até porque não se pode esperar muita contribuição governamental para a formação cidadã dos jovens. Menos ainda da implementação de políticas públicas contra os perniciosos vícios ancorados no álcool e demais drogas. A dependência química é reversível sim, porém, com extremas dificuldades e reduzidos casos de sucesso. Portanto, lutemos pela prevenção, utilizando o poderoso tripé formado pela família, escola e sociedade!
                           Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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