“Não
se constrói a paz em estômagos vazios”, dizia
o laureado engenheiro agrônomo americano Norman Ernest Borlaug
(25/03/1914-12/09/2009). Prêmio Nobel da Paz em 1970 e condecorado
com a Medalha Presidencial Americana de Liberdade, a Medalha de Ouro
do Congresso Americano e o Padma Vibhushan, o segundo mais
significativo prêmio civil da Índia, entre outras honrarias, ele se
referia aos agricultores como “Soldados da Paz”.
Desde
criança, esse
conceito transformou-se em
regra elementar do
meu
aprendizado como produtor rural, numa
adaptação livre para o ditado: “Saco vazio não para em pé”.
Borlaug dedicou a vida
à busca do aumento de produtividade na agricultura, sempre
contribuindo com a priorização da produção agrícola nos países
pobres e super-habitados dos continentes africanos e asiáticos, por
exemplo.
Como
neto e filho de imigrantes japoneses, desde que
nasci há 79 anos no
hoje Distrito
mogiano de Biritiba Ussu,
tenho a produção de
alimentos impregnada em
minha alma. A definição
da atividade foi se transformando de
lavrador, agricultor, produtor rural para empresário rural. Porém,
sem perder de vista a obstinação e a resiliência que são
marcas
registradas
de todos os produtores de alimentos.
A
agricultura brasileira evoluiu
muito nas
últimas décadas. Nossa
produção é a maior e mais importante para a população mundial. E
não paramos de crescer. A estimativa da safra nacional deste ano de
cereais, leguminosas, oleaginosas, hortaliças, frutas e flores é de
240,7 milhões de toneladas. Representa
um aumento de 6,3% em
comparação com 2019.
A
imprescindível
produção
de
hortifrutiflorigranjeiros
– hortaliças,
frutas, flores, aves e ovos –, que
abastece o mercado interno, tem
a gigantesca contribuição do Cinturão
Verde
de Mogi das Cruzes e região. As estatísticas confirmam
o Alto Tietê como campeão nacional no cultivo de diversos produtos.
A atividade garante o
abastecimento, geração de renda, de
empregos e de
tributos.
Neste
início de 2020, externo uma
vez mais a importância
da produção de alimentos no primordial
combate à desigualdade
social. Somos em 7,7
bilhões de habitantes no mundo. Em 2050, a população mundial deve
alcançar 9,7 bilhões. Os números evidenciam a obrigação de gerar
comida para a sobrevivência do planeta. A hercúlea tarefa está nas
mãos dos “Soldados da Paz”, como bem definiu Norman Borlaug.
#TodaGratidão #ForçaAgro
Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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