terça-feira, 3 de março de 2020

Soldados da Paz



“Não se constrói a paz em estômagos vazios”, dizia o laureado engenheiro agrônomo americano Norman Ernest Borlaug (25/03/1914-12/09/2009). Prêmio Nobel da Paz em 1970 e condecorado com a Medalha Presidencial Americana de Liberdade, a Medalha de Ouro do Congresso Americano e o Padma Vibhushan, o segundo mais significativo prêmio civil da Índia, entre outras honrarias, ele se referia aos agricultores como “Soldados da Paz”.



Desde criança, esse conceito transformou-se em regra elementar do meu aprendizado como produtor rural, numa adaptação livre para o ditado: “Saco vazio não para em pé”. Borlaug dedicou a vida à busca do aumento de produtividade na agricultura, sempre contribuindo com a priorização da produção agrícola nos países pobres e super-habitados dos continentes africanos e asiáticos, por exemplo.  
Como neto e filho de imigrantes japoneses, desde que nasci há 79 anos no hoje Distrito mogiano de Biritiba Ussu, tenho a produção de alimentos impregnada em minha alma. A definição da atividade foi se transformando de lavrador, agricultor, produtor rural para empresário rural. Porém, sem perder de vista a obstinação e a resiliência que são marcas registradas de todos os produtores de alimentos.

A agricultura brasileira evoluiu muito nas últimas décadas. Nossa produção é a maior e mais importante para a população mundial. E não paramos de crescer. A estimativa da safra nacional deste ano de cereais, leguminosas, oleaginosas, hortaliças, frutas e flores é de 240,7 milhões de toneladas. Representa um aumento de 6,3% em comparação com 2019.

A imprescindível produção de hortifrutiflorigranjeiros – hortaliças, frutas, flores, aves e ovos –, que abastece o mercado interno, tem a gigantesca contribuição do Cinturão Verde de Mogi das Cruzes e região. As estatísticas confirmam o Alto Tietê como campeão nacional no cultivo de diversos produtos. A atividade garante o abastecimento, geração de renda, de empregos e de tributos.



Neste início de 2020, externo uma vez mais a importância da produção de alimentos no primordial combate à desigualdade social. Somos em 7,7 bilhões de habitantes no mundo. Em 2050, a população mundial deve alcançar 9,7 bilhões. Os números evidenciam a obrigação de gerar comida para a sobrevivência do planeta. A hercúlea tarefa está nas mãos dos “Soldados da Paz”, como bem definiu Norman Borlaug. #TodaGratidão #ForçaAgro


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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