As datas históricas do Brasil, independente de feriados ou pontos facultativos,
devem ser lembradas. Hoje, 9 de julho, rememora a Revolução Constitucionalista
de 1932. Chegamos à conclusão de que, ciclicamente, nossa Nação enfrenta
turbulências referentes ao regime político e de governo. Assim foi com a
Independência do Brasil (07/09/1822), Proclamação da República (15/11/1889) e
Revolução de 1964 (31/03/1964), entre outros.
A maioria conhece
as razões que culminaram na Revolução de 1932. Com fortíssimo aparato político,
em 1930, Getúlio Vargas toma o poder do País, apoiado pelos paulistas e lideranças
de outros estados, com a promessa de convocar eleições para a nova
Assembleia Constituinte, ou seja, eleger lideranças que seriam responsáveis por
elaborar uma nova Constituição.
O tempo passava e
Vargas, com instinto ditatorial, não convocava as eleições; só protelava-as.
Sentindo-se traídos, influentes políticos paulistas, com o apoio do Exército, resolveram
se rebelar. Getúlio Vargas governava sem a Câmara de Deputados ou outro órgão
de origem e representação democrática, opostamente ao compromisso assumido na
Revolução de 1930.
O grande estopim da revolta da população de São Paulo foi o assassinato de
quatro estudantes paulistas pelos policiais getulistas, num conflito que se deu
no dia 23 de maio, data posteriormente impressa na história do Estado.
As iniciais dos estudantes assassinados – M.M.D.C (Martins, Miragaia, Dráusio e
Camargo) tornaram-se o símbolo da Revolução e batizaram o movimento.
A exigência de uma
nova Constituição era a prioridade da sociedade paulista e, pelo triste
acontecimento, São Paulo iniciou oficialmente, em 9 de julho de 1932, a
Revolução contra o governo Vargas, que teve a duração de três meses. O fim do
combate se deu em 2 de outubro de 1932, com a rendição dos paulistas diante da
desproporcional e gigantesca força comandada pelo ditador Vargas.
O obelisco, em
frente do Parque Ibirapuera, na cidade de São Paulo, é o marco da Revolução
Constitucionalista de 1932. Simboliza a dor da perda dos estudantes, como
também de 934 revolucionários paulistas, considerados Soldados Constitucionalistas, embora
estimativas não oficiais reportem até 2,2 mil mortos.
Todos nós, amantes
do regime democrático, temos o dever de participar dos assuntos e problemas de
ordem cívica da Nação. Não podemos apoiar governos de regimes ditatoriais, como
da Venezuela, Coréia do Norte e Irã, por exemplo. Mesmo porque, ciclicamente,
estamos sujeitos a ameaças. Como lembrança, citamos a Revolução de 1964 que
perdurou por longos 21 anos de ditadura.
Atualmente, apesar
da nefasta ameaça que paira no ar, creio que as instituições públicas e
privadas estão consolidadas para fazer frente à qualquer intimidação do nosso
regime democrático de governo. Porém, é fundamental estarmos antenados, em
função da forte polarização político-eleitoral em que vivemos. #SalveBrasilDemocrático
Imagem: Acervo de Ricardo Della Rosa (reprodução)
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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