#EntidadesAcolhedoras
– Atônitos, assistimos ao crescimento acelerado de atentados contra as mulheres
no Brasil, notadamente o feminicídio. Em cidades do sul e sudeste, a sociedade
civil procura reagir à altura, diante da incapacidade do poder público de
atender a contento. Afloram legítimas lideranças que, com significativo apoio
das mulheres, arregaçam as mangas e criam organizações sem fins lucrativos para
a imediata defesa e acolhimento de mulheres vítimas da violência.
São atitudes meritórias
de mulheres vibrantes e dedicadas, que atuam com a missão de reduzir consequências
físicas, psicológicas e morais para as vítimas. Nos 11 municípios do Alto
Tietê, a situação de violência contra a mulher não é diferente das demais
cidades brasileiras. Destaco a ONG Recomeçar, de Mogi das Cruzes. É presidida
há anos pela advogada Rosana Pierucetti (foto), figura maiúscula, merecedora de
todo respeito, reconhecimento e gratidão pelo grandioso trabalho que desempenha
em prol de uma vida digna e sem violência para as mulheres.
Desde 2004, a ONG
Recomeçar atua 24 horas por dia. Oferece serviço de proteção social de alta
complexidade e acolhimento institucional para mulheres vítimas de violência.
Acompanhadas ou não de seus filhos, sob ameaças ou em situação de risco
iminente de morte, as vítimas são acolhidas em endereço sigiloso. Não podem
sair nem usar celulares, como medida de absoluta segurança para as próprias protegidas.
A ONG Recomeçar foi
grande parceira, enquanto atuei como prefeito de Mogi das Cruzes. No 2º mandato
(2005-2008), o então governador Geraldo Alckmin atendeu nossa solicitação e implantou
na Cidade a Delegacia de Defesa da Mulher. Para o nosso orgulho, foi a 1ª do
Alto Tietê.
Outro exemplo é a
Sala Rosa, em Suzano. Criada em 2006 pela Comissão da Mulher Advogada, da 55ª
Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Suzano), e anexa à Delegacia de
Defesa da Mulher, exerce gratuitamente o acolhimento psicológico presencial de
vítimas da violência doméstica e sexual, com agendamento de serviço pelo telefone
(11) 4747-7524.
Graças ao
gigantesco trabalho dessas lideranças femininas, os governantes implantaram
estruturas para atendimento imediato às mulheres vítimas de violência. Surgiram
a Casa Abrigo para Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Centros de
Referência Especializados em Assistência Social (CREAS), entre outras instituições.
A cada hora, 30
mulheres são vítimas de agressão física. A cada 10 minutos, uma mulher é vítima
de estupro. A cada 24 horas, três mulheres são vítimas de feminicídio. A cada
48 horas, uma travesti ou mulher trans é assassinada. São dados oficiais,
levantados pelo Instituto Patrícia Galvão.
Reitero minha
admiração, respeito, e gratidão às líderes da comunidade, que se dedicam de
corpo e alma a zelar pelas mulheres na cruzada contra a violência! São elas as
guerreiras no front marcado pela ausência de políticas públicas, insuficiência
das forças de segurança, fragilidade moral e ética e o mau-caratismo de muita
gente. #ForçaGuerreiras
(Foto:
Divulgação/ONG Recomeçar)
Junji Abe, produtor e líder
rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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