#XoPreconceito – Faço algumas considerações sobre o
Etarismo (ageísmo, idatismo, velhofobia) que, em outras palavras, significa a
intolerância, a discriminação ou o preconceito contra pessoas mais velhas, acima
de 60 anos. Isso ocorre aqui e em outros países. Um vídeo extremamente infame,
postado em 10 de março, viralizou. Mostra três universitárias do curso de Biomedicina
do Centro Universitário Sagrado Coração de Bauru/SP (Unisagrado) zombando de
uma colega de classe por ela ter 40 anos. A conversa das estudantes é
extremamente vergonhosa pelo desrespeito, falta de educação, de sensibilidade e
empatia.
A estudante nº 1 fala: “Ah gente, quiz do dia –
como ‘desmatricula’ um colega de sala?; a nº 2: “Mano, ela já tem 40 anos. Era
para estar aposentada”; A nº 3: “Realmente”. Volta a nº 1: “Gente, 40 anos não
pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”; a nº 2: “Não sabe o que é Google”;
a nº 3: “Ela acha que Google é a professora”.
São três jovens (que não são exceções) que não
entendem a importância da inclusão e da igualdade entre pessoas de diferentes
identidades ou idades. Não sabem e não têm consciência de que idade também está
incluída na luta contra as discriminações identitárias, ao lado de gênero, raça,
orientação sexual, condição social e etc.
Será que desconhecem que todos os seres vivos
envelhecem? Portanto, o etarismo, como qualquer outro preconceito, deve ser
combatido e, se possível, banido. O Brasil atual tem 1/5 de sua população
composto por pessoas com 60 anos ou mais.
A violência contra a pessoa idosa se dá sobre a
forma física, cor, patrimônio, aspectos psíquicos, financeiros e de várias
outras maneiras. É triste ver isso num Brasil que, tempos atrás, era aclamado
como nação multicolorida em decorrência de miscigenação de diversos povos.
O caso protagonizado pelas três universitárias junta-se
à média de 227 denúncias por dia de atentados contra os idosos, sem contar os fatos
omissos, segundo dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. Por outro
lado, a a universitária discriminada, Patrícia Linares (44), recebeu
manifestações de apoio e carinho da maioria das colegas, com flores e
chocolates em sala de aula. Muito sensibilizada, Patrícia divulgou, nas redes sociais,
fotos ao lado de outras estudantes mais jovens, a quem chamou de “filhinhas de
turma”. Após a repercussão do caso, as três universitárias que debocharam
de Patrícia desistiram da graduação em Biomedicina na Unisagrado.
#BastadeEtarismo
(Imagem: Reprodução / Record TV)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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